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Morre o publicitário Washington Olivetto, criador do garoto Bombril

Ele ficou quase cinco meses internado no hospital Copa Star, no Rio, por complicações pulmonares

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Washington Olivetto morreu neste domingo (13), às 17h15, aos 73 anos, vítima de falência múltipla de órgãos.

O publicitário ficou quase cinco meses internado no hospital Copa Star, no Rio, por complicações pulmonares.

Descendente de italianos da região da Ligúria, nasceu no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo, e cursou comunicação e psicologia, mas não chegou a se formar.

Sua carreira começou em 1969, aos dezoito anos, como redator em uma agência de publicidade, na qual foi procurar vaga como estagiário ao ter o pneu de seu carro furado em frente à empresa.

O Corinthians, time do coração e uma paixão herdada de seu tio Armando, mereceu também sua atenção editorial. Sobre o clube, do qual foi vice-presidente de marketing e um dos fundadores do movimento Democracia Corinthiana, nos anos 1980, escreveu "Corinthians x Outros" e "Corinthians – É Preto no Branco", este com Nirlando Beirão. Em 2013, a escola de samba Gaviões da Fiel o homenageou em seu desfile de Carnaval, cujo tema foi a história da publicidade brasileira.

Percebeu na adolescência que poderia juntar a paixão pelas letras com o ato de vender. Decidiu então tentar ser publicitário. "Aprendi a ler muito cedo, com cinco anos, e sempre gostei de escrever. Tanto que queria escrever para todas as mídias, jornal, revista, rádio, televisão", contou, certa vez.

O publicitário teve uma vida repleta de prêmios, viagens, idas a botequins e galerias de arte, mas também episódios tristes e curiosos —como a doença que não era doença e lhe deu uma bagagem literária acima da média para uma criança— e o sequestro do qual foi vítima, em 2001.

Depois de 53 dias confinado em um quarto de um metro de largura por três de comprimento, sem janelas ou entrada de luz, ele foi resgatado com a ajuda de uma estudante de Medicina que suspeitou dos barulhos que vinham do quarto da casa ao lado da sua.

Ela usou o estetoscópio para ouvir o pedido de socorro pouco ortodoxo de Olivetto assim que os sequestradores saíram de casa. Havia faltado luz e a música alta e incessante se calara. Ele aproveitou o silêncio momentâneo para se fazer ser ouvido: "Chamem as rádios!", berrou, apaixonado que era por este meio de comunicação, e consciente de seu poder de alcance em minutos. Ele evita falar no assunto, mas o faz em um de seus livros.

Sua última coluna em O Globo foi publicada no dia 17/06/2024, dias depois de ele dar entrada no hospital Copa Star, em Copacabana, zona sul do Rio, de onde não saiu mais —ele passou seu aniversário de 73 anos, no último dia 29 de setembro, internado, e já num quadro grave de saúde.

* Com Folhapress

EXAME NACIONAL

Chuva atrapalha estudantes no 1º dia de Enem em Campo Grande

Entre os atrasados há quem foi prejudicado pelo trânsito e aqueles que foram fazer a prova de olho no horário de Brasília

03/11/2024 12h49

Trabalhadora em clínica de estética, candidata buscava Enem este ano para treinar visando curso na área de arquitetura

Trabalhadora em clínica de estética, candidata buscava Enem este ano para treinar visando curso na área de arquitetura Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Entre os mais de quatro milhões de inscritos que fazem, neste domingo (03), o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os candidatos campo-grandenses precisaram enfrentar uma chuva bastante incômoda no horário de fechamento dos portões na Capital, com participantes inclusive perdendo a hora da grande prova do ano. 

Neste primeiro domingo, os candidatos realizam provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, além da redação e ciências humanas e suas tecnologias, sendo uma oportunidade não somente para quem busca ingressar em uma universidade, mas também para quem busca "treinar" o Exame antes de concluir, de fato, o ensino médio. 

Mesmo que a chuva seja novidade neste ano na Capital, uma "tecla batida" que muitos pensam nem existir mais, aqueles atrasados em Campo Grande, que se perdem e não conseguem cumprir com o horário de fechamento dos portões, ainda são figurinhas carimbadas ano após ano. 

É o caso de Carol Azevedo, de 18 anos, que buscava treinar o Exame de olho em um curso superior na área de arquitetura, tentativa essa que terá que ficar para o próximo ano já que não conseguiu chegar à tempo na Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp). 

"Vim de ônibus, acordamos cedo... é frustrante. A gente vem fazendo redação no serviço mesmo, o tempinho que tinha estávamos atrás", explica ela que é moradora do Jardim Centenário e trabalha em uma clínica de estética.

Além dela, Letícia Alencar e Matheus Henrique, ambos de 17 anos, são outros exemplos que, apesar de se direcionarem ao local de provas em um carro de aplicativo, também não conseguiram chegar a tempo principalmente por conta de congestionamento causado pela chuva. 

Decepção essa de perder a prova que parece ser unânime, seja dos mais preocupados com o Exame ou até mesmo entre os "avoados", que perderam o primeiro dia de Enem achando que ainda estavam dentro do horário. 

Caso de Francesco Pinheiro Dutra, de 16 anos, morador do bairro Piratininga, que diz ter estudado; ido à escola e feito tudo certinho, porém se confundiu e levou em consideração o horário de Brasília para poder sair de casa. 

"Era de treineiro ainda, saí de casa era 11 em ponto, vim de carro com meu pai para chegar agora e esqueci que me guiei pelo horário de Brasília", disse Francesco após o meio-dia. 

 
Como a chuva não deu trégua, diversos candidatos precisaram correr debaixo de chuva para não perderem a hora de fechamento dos portões, o que fez com que muitos participantes chegassem completamente ensopados para as mais de cinco horas de prova. 

Participantes tranquilos

Com mais de 51 mil sul-mato-grossenses inscritos para o Enem 2024, obviamente há aqueles mais precavidos que, mesmo passos de distância do local de prova não tiravam o olho dos portões com medo do fechamento, antes de entrarem para as 05h30 de avaliação. 

Candidata que não se deixou desanimar pela chuva, Inês Souza, aos 46 anos recorre ao Exame buscando uma oportunidade junto à área de enfermagem, considerando a precipitação que atingiu a Capital como "gostosa".

De maneira semelhante, José Henrique de 17 anos aguardava próximo aos portões, de olho no horário de fechamento, muito mais ansioso pela prova em si do que pelo trajeto enfrentado até chegar ao local de aplicação. 

"[A chuva] pegou de surpresa, mas tô ansioso para a prova, acho que vou melhor em humanas, mas não sei. Ao mesmo tempo que estou confiante sinto um pouco de medo também... estou nervoso, é muita gente", disse ele alegando o receio de fechamento antes que pudesse entrar para a prova. 

 

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EXAME NACIONAL

Conselho de medicina cita 'discriminação reversa' e se diz contra cotas

Concurso do Enare foi realizado no dia 20 de outubro em 60 cidades, com 4.854 vagas de residência médica e mais 3.789

03/11/2024 11h12

Em nota, o CFM descreve que as cotas vão fomentar

Em nota, o CFM descreve que as cotas vão fomentar "a ideia de vantagens injustificáveis dentro da classe médica" Reprodução/Divulgação

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Contra a reserva de 30% das vagas (cotas) para grupos populacionais vulnerabilizados - como pessoas com deficiência, indígenas, negros e residentes em quilombos - na distribuição de vagas dos aprovados no Exame Nacional de Residência (Enare), o Conselho Federal de Medicina (CFM) moveu ação civil pública no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

O CFM ingressou com uma ação civil pública contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que corre na 3ª Vara Cível de Brasília, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

O concurso do Enare foi realizado no dia 20 de outubro em 60 cidades, oferecendo 4.854 vagas de residência médica e mais 3.789 vagas de residência multiprofissional em hospitais e outras áreas profissionais da saúde.

As vagas serão abertas em 163 instituições de todo o país. Dos 89 mil candidatos inscritos, aproximadamente 80 mil compareceram aos locais da prova.

Em nota, o CFM descreve que as cotas vão fomentar “a ideia de vantagens injustificáveis dentro da classe médica” e que “esse mecanismo vai criar discriminação reversa.”

O conselho defende que a seleção para residência médica seja baseada “no mérito acadêmico de conhecimento.”

Apesar das críticas o CFM “reconhece a importância das políticas afirmativas para a concretização do princípio de equidade.”

A Associação Médica Brasileira (AMB) também manifestou contrariedade em relação ao critério de cotas para a residência médica. “É preciso o entendimento de que todos que farão a prova de especialista já se encontram graduados no curso de medicina, de forma igualitária, avalia a associação.

Discordância

Em resposta, a Ebserh “manifesta profunda discordância em relação a notas publicadas que questionam a inclusão de políticas afirmativas nos editais do Enare.”

A empresa lembra que as reservas de vagas, como feita no Enare, estão previstas em lei e há respaldo do Supremo Tribunal Federal (STF) ao “critério étnico-racial na seleção para ingresso no ensino superior público.”

A Ebserh, criada em 2011, é uma empresa estatal vinculada ao Ministério da Educação, que administra 45 hospitais universitários federais.

Segundo a estatal, as regras do Enare visam “garantir que o acesso aos programas de residência reflita a diversidade demográfica do Brasil e contribua para um sistema de saúde mais inclusivo e equitativo.”

O Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) manifestou apoio aos critérios do Enare que observam as ações afirmativas.

“O acesso às diferentes modalidades de pós-graduação, inclusive às residências em saúde, ainda é extremamente desigual, com sub-representação das pessoas negras (pretas e pardas), indígenas e pessoas com deficiência”, assinala a nota

Pontuação alcançada

Na seleção do Enare para a área médica, o participante indica a especialidade em que deseja fazer residência e após prova, escolhe o hospital que deseja trabalhar conforme pontuação alcançada – sistema semelhante ao do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Para as vagas de residência multiprofissional em hospitais e outras áreas profissionais da saúde, o participante indica a profissão pela qual concorre no ato da inscrição e após os resultados da prova, aponta onde quer trabalhar, também conforme pontuação alcançada.

Os resultados do exame escrito do Enare serão divulgados no dia 20 de dezembro. Em 7 de janeiro do próximo ano será publicado o resultado da análise curricular. As notas definem quem ocupará as vagas disponíveis. A partir de 21 de janeiro, tem início as convocações.

Estão previstas três chamadas. Nesta página está a área do candidato com os gabaritos da prova objetiva e a plataforma para apresentar recursos contra as questões da avaliação.

 

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