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CAMPO GRANDE

Mortes por Covid-19 caem e pneumonia volta a ser a doença mais letal

Entre 1º de janeiro e 31 de agosto deste ano, a inflamação que acomete os pulmões vitimou 1.216 pessoas na Capital

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Dois anos após o início da pandemia, que vitimou 4.580 pessoas na capital sul-mato-grossense e 10.811 no Estado até esta segunda-feira, a pneumonia, causada por vírus e bactérias e uma das responsáveis por complicações da Covid-19, voltou a ser a doença mais letal em Campo Grande.  

Entre 1º de janeiro e 31 de agosto, a inflamação que acomete os pulmões vitimou 1.216 pessoas na Capital, 37% a mais do que os 886 óbitos registrados no mesmo período do ano anterior. Os dados são do Portal de Transparência do Registro Civil.  

Segundo os dados, a soma de mortes registrada nos primeiros oito meses deste ano já é superior ao compilado do mesmo período de 2019. Na época, a cidade registrou 1.042 óbitos ocasionados pela pneumonia.  

O índice é inferior apenas aos números contabilizados na categoria “demais óbitos”, que englobam mortes por acidente, homicídio, suicídio, entre outros. Em relação à faixa etária das vítimas, as estatísticas apontaram que homens a partir de 60 anos e mulheres a partir dos 70 anos são os mais afetados pela pneumonia.

Conforme o médico pneumologista Ronaldo Perches Queiroz, de 63 anos, a pneumonia é considerada a terceira maior causa de mortes no País.

“A pneumonia enche os pulmões de secreção e catarro, dificultando a absorção de oxigênio e liberação de gás carbônico. Existem pacientes que apresentam maior risco, entre eles, tabagistas, diabéticos, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica [DPOC], alcoólatras, pacientes que são submetidos a transplantes, portadores de câncer, pacientes que usam drogas imunossupressoras, idosos e crianças”, explicou.

O especialista ressaltou que a doença atinge os dois pulmões de pessoas que se enquadram no grupo de risco, motivo que pode contribuir com o agravamento do quadro e levar à morte.

“Quando as pneumonias, especialmente nessa população de risco, são muito extensas, existe uma queda do oxigênio na circulação sanguínea e o paciente entra em insuficiência respiratória, necessitando, muitas vezes, de suporte de oxigênio por cateter nasal, por máscaras e até internação com ventilação mecânica”, pontuou.

O médico evidenciou que a pneumonia nosocomial, ou hospitalar, é o tipo mais grave da doença. Ele esclareceu que essa infecção bacteriana ou viral é adquirida, na grande maioria, dentro de hospitais, durante ou após cirurgias.  

“A maioria dos casos é de pneumonia mais simples, chamada de PAC, adquirida no dia a dia. Ela aparece em adultos, jovens e pessoas saudáveis. Mas ainda é um risco aos portadores de comorbidades, às criancinhas, porque o sistema imunológico está em desenvolvimento, e aos idosos, com sistema mais deficiente, mais fraco”.

O tema é tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu, em 2009, o dia 12 de novembro como o Dia Mundial da Pneumonia. A data tem o objetivo de conscientizar sobre a importância da prevenção da doença e incentivar a vacinação.

DIAGNÓSTICO

Para identificar uma possível pneumonia, Queiroz alerta que é necessário que o paciente esteja muito atento a sintomas como: tosse seca, com secreção amarela ou esverdeada; pontadas ou fisgadas no peito ao inspirar fundo; febre; mal-estar; dores musculares e calafrios.  

O diagnóstico é feito por meio de exames clínico, de sangue e de escarro, radiografia e, em alguns casos, tomografia computadorizada de tórax.

TRATAMENTO

Ronaldo Perches Queiroz ressaltou que o tratamento é feito com antibióticos e sem a necessidade de internação, na grande maioria dos casos. “É feito, geralmente, em domicílio e só se internam pacientes com sinais de gravidade, como falta de ar ou queda de pressão”, disse.

O pneumonologista salientou, ainda, que, se o paciente está com três ou quatro dias tomando o medicamento em casa e não teve sucesso, ele deve procurar um hospital imediatamente para receber a medicação endovenosa.  

PREVENÇÃO

O especialista acrescentou que levar uma vida mais saudável, com prática de atividades físicas, ingestão correta de líquidos e livre do cigarro e derivados, pode ajudar a evitar a pneumonia.  

“Além disso, hoje nós temos duas vacinas contra a pneumonia, que previnem a mais frequente. Uma é a polivalente pneumocócica 13, e a outra, a pneumocócica 23, muito eficaz. Essa pode ser encontrada na rede pública. Os pacientes de risco podem tomar e devem ser renovadas [as vacinas] após cinco anos”, destacou o especialista.

PANDEMIA

Durante a pandemia de Covid-19, uma das características mais preocupantes no quadro dos pacientes era a insuficiência pulmonar. O pneumologista acrescentou que a pandemia deixou um legado de sequelas para uma parcela da população.  

“A Covid-19 provocava inflamação, trombose pulmonar e pneumonia. Na tomografia apareciam as lesões de inflamação no órgão. Algumas pessoas ficaram com sequelas de seis meses a um ano após a doença. Algumas ficaram até com fibrose pulmonar, o que compromete 10%, 20% ou 30% da capacidade ventilatória”, pontuou o médico.  

VACINAÇÃO

Em Campo Grande, 731.993 pessoas já foram vacinadas com a primeira dose contra a Covid-19 (80,79% da população) e 698.135 com a segunda dose, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) até ontem.  

Em paralelo ao avanço da vacinação e do aumento de casos na Capital neste ano, o número de óbitos contabilizados pela Sesau caiu expressivamente.  

De janeiro a agosto, 85.935 pessoas foram diagnosticadas com coronavírus em Campo Grande. Em 2021, durante todo o ano, foram notificados 87.104 casos da doença.  

Apesar da crescente significativa de casos, 445 pessoas foram vítimas da Covid-19 de janeiro até agosto em Campo Grande. O número é sete vezes menor do que o registrado em todo ano de 2021, com 3.039 vítimas contabilizadas no município pela Sesau.  

Desde o início da pandemia, em março de 2020, 4.580 pessoas foram vítimas do coronavírus na Capital.

SAIBA

Em Mato Grosso do Sul, a pneumonia vitimou, de janeiro a agosto, 2.572 pessoas neste ano. O aumento foi de 33%, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Nova data

"Enem dos concursos" será divulgado em fevereiro de 2025; 33,9 mil inscritos são de MS

Mudança ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou reintegração de candidatos eliminados por falhas

21/11/2024 17h10

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame

Divulgação foi adiada após falhas nas orientações dadas durante o exame Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A divulgação dos resultados finais do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como “Enem dos Concursos”, prevista para esta quinta-feira (21) foi adiada para 11 de fevereiro de 2025 pelo Governo Federal.

O adiamento ocorreu em virtude de uma decisão judicial que determinou a reintegração de candidatos anteriormente eliminados por falhas no preenchimento de informações no cartão de respostas. Ao todo, 33.909 mil pessoas se inscreveram em Mato Grosso do Sul.

O concurso, aplicado em 18 de agosto, oferta 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. A Justiça Federal acatou ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que apontou inconsistências nas orientações dadas durante o exame.

“O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informa que a divulgação dos resultados finais do CPNU, inicialmente prevista em edital para o dia 21 de novembro, será ajustada. Um novo cronograma será divulgado amanhã (dia 21 de novembro)”, informou a pasta.

De acordo com o coordenador-geral de logística do CPNU, Alexandre Retamal, o novo cronograma terá um impacto financeiro adicional de cerca de 3,5% sobre o valor global do concurso, que foi de R$ 130 milhões, somada a repactuação realizada em razão das chuvas no Rio Grande do Sul em maio.

Segundo o MPF, fiscais informaram apenas a necessidade de transcrever uma frase da capa do caderno de questões, sem destacar a obrigatoriedade de marcar o número correspondente ao caderno de provas, entretanto, o edital previa eliminação apenas para quem não cumprisse ambas as exigências, o que, segundo o juiz Adelmar Aires Pimenta da Silva, do TRF1 do Tocantins,  fator que impossibilitaria justificar exclusões.

A União argumenta que as eliminações seguiram as regras do edital. Em agosto, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que a marcação do caderno de provas não seria motivo de desclassificação.

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Cidades

Coronel que comandou pelotão de MS é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Vale destacar que o Coronel já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024

21/11/2024 16h50

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Divulgação Redes Sociais

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Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) indiciou 37 pessoas no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto.

Os indiciados foram acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. O relatório das investigações foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Vale destacar que o Coronel Bernardo Romão já havia sido preso durante a Operação Tempus Veritatis, em 2024. Comandou também o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (10º R C Mec) em Bela Vista e permaneceu no cargo até 12 de janeiro de 2022, quando passou o comando.

Em fevereiro deste ano, o Coronel, que estava em Washington (EUA) para participar de um curso de defesa, foi alvo de uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito da Operação Tempus Veritatis.

Apesar da prisão estar prevista para 8 de janeiro, ela só foi realizada em 11 de fevereiro, quando ele retornou ao Brasil. Detido em Brasília, foi entregue à Polícia do Exército e permanece preso no Batalhão da Guarda Presidencial.

Romão, que atua como assistente do Comando Militar do Sul, em Goiás, é integrante dos Black Kids, um pelotão de elite do Exército Brasileiro, também esteve presente na reunião ocorrida em 28 de outubro, em Brasília, logo após o segundo turno das eleições, onde foram discutidos planos para um possível golpe.

As investigações da PF abordaram dois eixos principais: a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso, identificaram a disseminação de notícias falsas sobre supostas fraudes nas eleições presidenciais, com o objetivo de legitimar uma eventual intervenção militar.

Os investigadores também encontraram indícios de envolvimento de Romão na chamada "milícia digital", conhecida popularmente como "gabinete do ódio", grupo responsável pela propagação de desinformação e discursos antidemocráticos.

Veja a lista completa dos indiciados, por ordem alfabética:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros
  2. Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
  3. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin)
  4. Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Lima de Moura
  7. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  10. Bernardo Romão Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  15. Fabricio Moreira de Bastos
  16. Fernando Cerimedo
  17. Filipe Garcia Martins
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques de Almeida
  20. Helio Ferreira Lima
  21. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva
  23. Laercio Vergilio
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cid, tenente-coronel do Exército ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  31. Rafael Martins de Oliveira
  32. Ronald Ferreira de Araujo Júnior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto, presidente do PL
  36. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
  37. Wladimir Matos Soares

Ramão Neto

O coronel, que comandou o 10º R C Mec, em Bela Vista, é apontado pela investigação como braço direito do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Romão Netto aparece como suspeito nas investigações como figura que articulava e incitava os militares a aderir ao golpe.

A reunião ocorreu por intermédio de Corrêa Neto, e contou com a presença de assistentes dos generais que supostamente seriam favoráveis ao golpe, assim como oficiais. Conforme trocas de mensagens trocadas, localizadas no celular de Mauro Cid, foram selecionados apelas militares que fazem parte das forças especiais (Kids Pretos).

No documento da polícia federal ele compunha o núcleo que tinha como objetivo que os militares aderissem ao golpe de estado.

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Além disso, Romão Neto aparece dentro do âmbito do 'gabinete do ódio' estimulando que integrantes das Forças Armadas disseminassem notícias falsas, por meio das redes sociais, questionando lisura do processo eleitoral do país. Em conversas com Cid, a investigação aponta que a sugestão de medidas que atentam contra a democracia.

"Nesse sentido, observa-se a atuação do investigado BERNARDO ROMÃO CORREA NETO nas medidas direcionadas à disseminação de notícias falsas por integrantes das Forças Armadas em associação com outros membros do grupo criminoso para desacreditar o processo eleitoral".

Mensagens sobre a reunião para discutir o golpe:

Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019 Romão Corrêa na passagem de Comando do 10º R C Mec, em dezembro de 2019

Após a reunião com as Forças Especiais (FE) uma carta foi elaborada para ser encaminhada ao comandante do exército Freire Gomes com intuito de pressioná-lo a aderir ao golpe, intitulada como "Carta ao Comandante do Exército de Oficias Superiores da Ativa do Exército Brasileiro".

No "apagar" das luzes do governo do presidente Bolsonaro, precisamente no dia 30 de dezembro de 2022, foi enviado para fazer um curso até julho de 2025, o que levantou suspeita por parte da investigação de que teria sido uma tentativa de escapar de eventuais investigações. 

"Ressaltem-se, ainda, as considerações da autoridade no sentido de que BERNARDO ROMÃO CORREA NETO: foi designado para exercer missão no Estados Unidos - com ônus total para o Comando do Exército - na cidade de Washington, D.C. até junho de 2025. A permanência do investigado em solo estrangeiro por pelo menos mais um ano e meio, somada as circunstâncias da designação da missão, que somente foi publicada no fim do governo anterior (30.12.2022), demonstram fortes indícios de que o investigado agiu para se furtar ao alcance de investigações e consequentemente da aplicação da lei penal, fatos estes que justificam a decretação da prisão preventiva".

***Colaborou Laura Brasil***

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