O Ministério Público de Mato Grosso do Sul pediu a condenação do advogado Rubens Dariu Saldivar Cabral, de 44 anos, apreendido com 21 kg de pasta base de cocaína em janeiro deste ano, junto de Lucinei Ribeiro de Oliveira e Marlon Barroso de Andrade Lopes, comparsas no crime que corre na comarca de Nova Alvorada do Sul.
Preso no âmbito da Operação Akã II em dezembro de 2023, Saldivar Cabral é apontado como o responsável por recuperar um Audi A3 recheado de drogas junto ao pátio da própria polícia na cidade do interior do estado. O trio passou por audiência de custódia neste mês e já está preso de forma preventiva.
Conforme o inquérito policial, no dia 18 de janeiro, o condutor de um Audi A3 ignorou parada e abandonou o veículo no km 240 da BR-267 e fugiu da PRF.
Na tentativa de recuperar o carro, Rubens Dariu Saldivar Cabral, foi até a Unidade Operacional da PRF, munido de ordem judicial, e retirou o veículo. De lá, conduziu o carro até um posto de combustível e repassou o veículo para Lucinei, seguindo como “batedor” em um Honda/HRV junto de Marlon Barroso de Andrade, até Dourados.
Investigados pela polícia, ao invés de seguirem diretamente para a comarca de Dourados, os denunciados adentraram no perímetro urbano de Nova Alvorada do Sul, e foram até uma oficina, na qual elevaram o veículo com um macaco hidráulico e “realizaram uma busca minuciosa”, segundo a denúncia, para averiguar se o carro possuía rastreamento ou com o “indicativo de que as drogas escamoteadas haviam sido localizadas”.
Após o fato, o grupo foi abordado após uma ultrapassagem ilegal na BR-163, próximo ao Trevo do Alegrete. Diante dos policiais, Lucinei delatou os comparsas e disse à polícia que havia sido contratado pelo advogado para levar o veículo de Nova Alvorada do Sul até Dourados, recebendo R$1 mil pelo transporte.
Os três foram presos em flagrante e respondem por tráfico de drogas e associação criminosa, podendo pegar penas que ultrapassam 15 anos de reclusão.
Operação Akã II
No fim de 2023, o advogado chegou a ser preso em Dourados no âmbito da Operação Akã II, que investigava esquema de tráfico de drogas entre a fronteira com o Paraguai para os grandes centros do país.
À época, ele foi indiciado pela PF e denunciado pelo Ministério Público, acusado de tentar obstruir as investigações. Preso por dez dias, foi solto no início do ano passado.
Na ocasião, ele advogava para um dos suspeitos da operação, foi pego com R$ 100 mil, em espécie, em dezembro de 2023, e não quis revelar a origem do dinheiro, apreendido pela polícia.
Em seguida, disse que "não iria identificar por sigilo profissional e também porque tinha medo de morrer já que seriam pagamentos para o mesmo e outros advogados" diz trecho do inquérito.


