Cidades

IMPROPRIDADE

MP pede que contrato investigado desde 2016 não seja renovado pela Secretária de Saúde de MS

Empresa de informática foi contratada, inicialmente, por quatro anos e, desde então, vem recebendo termos aditivos e está prestando serviços após oito anos

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Após constatar irregularidades na contratação da empresa Health Brasil Inteligência em Saúde, que venceu, em 2015, uma licitação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para locação de computadores e software para a implantação da Rede Digital de Imagens Estadual (REDIME), o Ministério Público de Mato Grosso do Sul recomendou à pasta da Saúde que não prorrogue mais o contrato com a empresa. 

De acordo com o Ministério Público de MS, o contrato que era para durar por quatro anos, foi prorrogado por duas vezes, mesmo sob forte recomendação à pasta da Saúde e à Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD) de que o processo licitatório estava com irregularidades, como sobrepreço por parte da contratada, que alugou todos equipamentos e programas por lote e não individualmente. 

Ambos órgãos foram notificados, em 2020 para que abrissem outro processo licitatório a fim de contratar nova empresa para fornecer o mesmo serviço, procedimento que afirmaram que estava em andamento, no entanto, passado três anos da advertência, o governo está prestes a esticar a contratação mais uma vez, já que deverá ser renovado ou revogado em novembro deste ano, quando o atual contrato termina. 

Desde a contratação da empresa especializada em produtos informacionais, a SES, quando ainda estava sob o comando do agora deputado federal Geraldo Resende, termos aditivos vêm sendo assinados, mesmo com a recomendação de que outro processo licitatório seja lançado para que outras empresas possam se colocar à disposição para prestarem o mesmo serviço. 

De acordo com o órgão ministerial, quando foi firmado o contrato a previsão era de que este duraria por cinco anos, mas, antes mesmo de encerrar-se o prazo, a duração foi alterada para 60 meses, ou seja, o convênio ganhou um ano mais, ficando em vigor até 2019. 

Porém, o que era para ter tido fim há quatro anos, vem recebendo termos aditivos ano após ano para que a empresa mantenha o aluguel dos aparelhos e programas computacionais de processamento de imagens laboratoriais. 

A primeira prorrogação foi autorizada pelo Tribunal de Contas de MS, contanto que não ultrapassasse os 60 meses estabelecidos. A recomendação foi ignorada e, então, o secretário de Saúde Geraldo Resende assinou, em 2020, um termo para estender a contratação por mais 12 meses. 

Como justificativa, Resende afirmou que se tratava de um serviço “de natureza contínua”, mas todas as providências estavam sendo tomadas para que outra licitação fosse aberta. A mesma resposta foi dada no começo de 2021, quando respondeu ao ofício enviado em conjunto tanto à SES quanto à Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD), datado do final de 2020. 

Após 180 dias desde que afirmou que o processo para abrir nova licitação estava sendo feito, o contrato, por meio de mais um termo aditivo assinado por Resende a prestação de serviço foi alongada por mais 120 dias. Assim, a contratação que venceria em novembro de 2021, foi prorrogada até março de 2022. O Ministério Público afirma que o processo foi realizado de forma ilícita e, agora, o contrato segue até novembro e pode ser estendido por mais tempo. 

Desde 2016 diversas notificações do Ministério Públicos foram enviadas para a Secretaria Estadual de Saúde. A pasta, após afirmar que estava preparando a licitação para a contratação de outra empresa, arquivou o processo, sem qualquer notificação ou documento formalizando a decisão. 

Como o contrato está prestes a vencer se não for renovado, o MPMS recomendou que a contratualização não seja esticada mais uma vez. O órgão ainda aponta que outro existe outro contrato com a mesma empresa para a implementação da Rede de Urgência e Emergência da SES que contém as mesmas irregularidades e, neste caso, também foi aberto inquérito civil a fim de investigar tal contratação. 

Assim, o órgão recomenda que a nova contratação seja feita individualmente e que as fabricantes de equipamentos de informáticas para verificação de preço e orçamento das peças necessários em caso de venda. 

O MP ainda espera que um novo processo para contratar nova empresa seja feito dentro de 15 dias e que também seja analisado se o aluguel das máquinas é a melhor forma de aquisição do que é necessário para a prestação de serviço. Para isso, a SES deverá apresentar um orçamento detalhado com planilhas e incluir no custo os valores para manutenção preventiva e corretiva dos materiais. 

E, se seguir com o aluguel, que o novo termo de licitação deixe claro que a contratação será por menor preço individual das peças e não pelo preço global e nem por lote, já que empresas podem concorrer conforme o ramo que atuam, o que viabiliza a economia desejada para o erário público. 

Por fim, o MPMS pede que o governador de MS, Eduardo Riedel seja informado de tais recomendações e, ainda, que a Secretária Estadual de Saúde seja oficiada, bem como a Controladoria-Geral do Estado e outros órgãos de controle e fiscalização para que tenham conhecimento da decisão.

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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