Cidades

FIM DA CASCALHOS DE AREIA

MPE denuncia "Patrola" e seus "laranjas" por corrupção milionária

Denúncia chegou à Justiça às vésperas da abertura de licitação que prevê até R$ 40,37 milhões para manutenção de ruas sem asfalto na Capital, prevista para o dia 19

Continue lendo...

Às vésperas da abertura da licitação que prevê o desembolso anual de até R$ 40,37 milhões para manutenção de ruas sem asfalto em Campo Grande, o Ministério Público denunciou à Justiça, no começo deste mês, todos os envolvidos na operação Cascalhos de Areia, desencadeada em 15 de junho do ano passado

Ao ser indagado sobre o andamento das investigações, o MPE se limitou a informar que “após concluir o procedimento investigatório criminal, estando provados os fatos apurados, apresentou no início do mês de agosto, denúncia à Justiça, que tramita em sigilo”

Mas, como os empresários envolvidos na Cascalhos de Areia ainda não foram julgados, seguem aptos a participar da nova licitação, cujas propostas serão abertas na próxima segunda-feira (19). 

Em 15 junho do ano passadom, a polícia e o MPE cumpriram 19 mandados judiciais na busca de evidências para comprovar um suposto esquema de fraudes em licitações e contratos que superam os R$ 300 milhões envolvendo empresas que alugam máquinas pesadas e fazem manutenção de ruas sem asfalto em Campo Grande. 

Os principais alvos da operação foram André Luiz dos Santos, mais conhecido como “André Patrola”, e Edcarlos Jesus Silva, controladores das empresas AL dos Santos, Engenex e MS Brasil. 

Oficialmente,  as empresas Engenex e MS Brasil pertencem a Edcarlos Jesus, mas os investigadores do MPE suspeitam que o verdadeiro proprietário seja André Patrola.

Além de supostamente ser “laranja” de André Patrola, Edcarlos é genro de Adir Paulino Fernandes, 66 anos, um vendedor de queijos que por sua vez era proprietário de uma série de empresas que também tinham contratos milionários com a prefeitura de Campo Grande e nos últimos anos faturou mais de R$ 220 milhões em prestação de serviços.

No dia da operação, Adir Paulino foi detido porque em sua casa, em uma chácara em Terenos, foi encontrada uma arma sem registro. No depoimento, disse que tirava a sobrevivência faturando em torno de R$ 2,5 mil mensais vendendo queijos. Ou seja, nem mesmo sabia que era dono de uma empreiteira que tinha negócios milionários com o poder público.

SEM ALTERAÇÕES

Depois da operação, o queijeiro parou de fazer negócios com o poder público. Mas André Patrola e Edcarlos continuaram participando de licitações e apesar da denúncia feita no começo do mês à Justiça, seguem aptos a participar da licitação que será aberta na segunda-feira (19). 

O valor máximo que a prefeitura está disposta a desembolsar por ano é de R$ 40.378.761,75. O pregão foi dividido em seis regiões urbanas (na região central não existem ruas sem asfalto) e o distrito de Anhanduí. 

O maior deles é o da região do Anhanduizinho, com valor máximo de R$ 8.183.224,95.  A última vez que a prefeitura fez licitação para este fim foi em 2018, quando o prefeito era Marquinhos Trad. Depois disso, os  contratos foram renovados e em setembro do ano passado, reajustados em quase 25%. 

Atualmente, pelo menos três destas regiões estão nas mãos das empresas controladas por André Patrola e Edcarlos Jesus Silva.
Para a manutenção das ruas da região do Prosa, que está sob os cuidados de André Patrola, a prefeitura está disposta a desembolsar até R$ 7,41 milhões por ano. Isso é 43% acima daquilo que paga hoje, R$ 5,18 milhões. 

No Lagoa, onde a empresa Engenex, de Edcarlos Jesus, faz a manutenção atualmente, o lance máximo pode ser de R$ 5,39 milhões por um período de doze meses. O valor é 25% maior que o contrato atual, de R$ 4,3 milhões. 

Outra região que está sob os cuidados da Engenex é a do Imbirussu, onde o custo anual pode sofrer aumento de até 41%. Hoje, o contrato prevê R$ 2,91 milhões por ano. Agora, o Executivo municipal está disposto a pagar até R$ 4,12 milhões. 

Uma das explicações para esses aumentos, segundo o secretário municipal de obras, Marcelo Miglioli, é que a partir de agora as empresas terão de bancar o custo do material usado para cascalhar as ruas. Até agora, é a prefeitura que oferece esse material.

SUSPEITAS

A operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público Estadual, foi desencadeada depois de denúncias de servidores municipais indicando que as empresas recebiam os pagamentos mesmo sem fazerem a manutenção das ruas sem asfalto. 

Além disso, as denúncias apontavam que as mesmas empresas também recebiam pela locação de máquinas que nem mesmo tinham.

Para o aluguel de máquinas e caminhões a prefeitura já realizou nova licitação depois da eclosão do escândalo e boa parte dos lotes permaneceu nas mãos dos principais alvos da operação. 

A empresa MS Brasil, oficialmente pertencente a Edcarlos, por exemplo, garantiu contrato anual no valor de R$ 13,4 milhões para aluguel de máquinas. Além disso, em fevereiro deste ano renovou um contrato de R$ 4,6 milhões também para locação de máquinas pesadas. 

CASCALHOS DE AREIA

Na operação do Ministério Público foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e tanto endereços ligados a André Patrola quanto a Edcarlos foram alvos da investigação que apurou   “possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro”, conforme nota publicada pelo MPE em 15 de junho do ano passado. 

Segundo denúncia apresentada agora à Justiça os serviços de manutenção não foram realizados em sua íntegra e mesmo assim as empresas receberam os pagamentos normalmente.
 

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

Continue Lendo...

A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

Assine o Correio do Estado

 

VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

Continue Lendo...

William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).