A Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou o 25º boletim epidemiológico semanal de dengue e chikungunya nesta sexta-feira (27) e, juntas, as doenças já acumulam mais de 10,3 mil casos confirmados e 25 mortes somente este ano em Mato Grosso do Sul.
Começando pela chikungunya, o estado confirmou mais três óbitos pela doença, todos com algum tipo de comorbidade: um homem de 76 anos de Dourados; uma mulher de 82 anos de Sidrolândia e; um homem de 70 anos de Glória de Dourados.
Há de se destacar que, de 2015 a 2024, apenas sete mortes por chikungunya foram registradas em Mato Grosso do Sul. Inclusive, ano passado, não houve nenhum óbito causado pela doença, voltando apenas há três meses a ter alguma morte relacionada à doença.
Ainda, são 4.886 casos confirmados neste primeiro semestre, com mais 12.816 prováveis, quase quatro vezes mais do que em 2024 inteiro. Maracaju, Sonora e Glória de Dourados são os municípios com maior número de ocorrências da doença, enquanto Campo Grande aparece na parte de baixo da lista, com apenas 71.
Já a dengue não está em uma situação muito diferente no estado. São 15 mortes computadas este ano, sendo que outras sete continuam em investigação. No boletim epidemiológico desta semana, mais três foram confirmadas: uma idosa de 81 anos de Miranda; um homem de 40 anos também de Miranda e; um rapaz de 24 anos de Aparecida do Taboado.
Ademais, há o registro de 6.523 casos confirmados, com Ivinhema, Chapadão do Sul e Água Clara liderando o quesito, e mais 13.720 prováveis. Acerca da vacinação, 167,1 mil de 241 mil doses recebidas já foram aplicadas no estado, mas uma pequena parte da população tomou a segunda dose, importante para reforçar a imunização.
100% da meta
Vinte e um municípios de Mato Grosso do Sul conseguiram atingir 100% da meta de vacinação contra a dengue entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A marca foi alcançada durante a campanha MS Vacina Mais Dengue, realizada entre 27 de janeiro e 25 de fevereiro em todo o Estado.
Entre os destaques estão cidades como Aparecida do Taboado, Cassilândia, Coxim, Jardim, Batayporã e Eldorado, que, por alcançarem a meta, garantiram o recebimento integral da segunda parcela do recurso disponibilizado para reforço das ações de imunização.
Além dos 21 municípios com 100% de cobertura, 14 cidades atingiram pelo menos metade da meta estipulada e também foram contempladas com parte do repasse, como Alcinópolis, Bataguassu e Bonito.
No total, foram aplicadas 156.152 doses da vacina desde o início da imunização no Estado. Somente no período da campanha, houve incremento de 35 mil aplicações no público-alvo.
Cuidados: Chikungunya
Bianca Modafari é enfermeira na gerência de Doenças Endêmicas da SES, ela repassa orientações que precisam ser seguidas diante do cenário de aumento da Chikungunya, mesmo que a dengue esteja em baixa.
"É fundamental manter as ações de prevenção como eliminar recipientes que acumulam água, tampar caixas d'água e usar repelente para evitar novas infecções. São cuidados simples que protegem contra as duas doenças", explica.
Certos sintomas levantam alertas na população por estarem ligados à doença, apesar de parecerem comuns, como febre alta; manchas vermelhas na pele; dores pelo corpo e/ou articulações.
- Febre alta: presente em ambas, mas na Chikungunya surge de forma súbita.
- Dor nas articulações: intensa na Chikungunya e pode persistir por meses. Na dengue, é mais muscular.
- Manchas vermelhas: aparecem nos dois casos, mas na dengue podem vir acompanhadas de sangramentos.
- Complicações: Chikungunya raramente causa casos graves, mas pode deixar sequelas e evoluir para forma crônica, embora possa levar ao óbito em casos de uso de medicações anti-inflamatórios na fase aguda (até 14 dias de início de sintomas). Já a dengue pode evoluir para formas hemorrágicas;
É importante lembrar que os diagnósticos só são feitos por equipes especializadas, portanto é necessário procurar uma unidade de saúde para tratamento adequado.
*Colaboraram Leo Ribeiro e Alicia Miyashiro


