Cidades

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MS é um dos estados com o maior número de agressões a médicos

Desde 2013, médicos registraram 995 boletins de ocorrência no estado por violências, como ameaça e lesão corporal, sofridas em estabelecimentos de saúde

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Um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) revelou que a cada três horas, um médico é vítima de violência no Brasil. A pesquisa mostra ainda que Mato Grosso do Sul está entre os 10 estados com maior índice de violência contra médicos.

Para o levantamento, foi utilizado como base a quantidade de boletins de ocorrência (BOs) registrados entre os anos de 2013 e 2024 nas delegacias de Polícia Civil dos 26 estados e do Distrito Federal.

Nos últimos 12 anos, foram contabilizados 38 mil B.O.s em que médicos foram vítimas de ameaça, injúria, desacato, lesão corporal, difamação, entre outros crimes, dentro de unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros, laboratórios e outros espaços semelhantes. Cerca de 47% dos registros foram contra mulheres. 

Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 995 boletins de ocorrência no período, e o estado ocupa 9ª posição do ranking. Vale analisar que o ranking é baseado no número bruto de casos, e não na quantidade de casos por número de habitantes.

O ranking é liderado pelo estado de São Paulo, que registrou 18,4 mil dos 38 mil casos denunciados no Brasil em todo o período, sendo responsável por 26% do total.

Na sequência, figuram o Paraná, com 3,9 mil registros, e Minas Gerais, com 3,6 mil casos.

Confira o levantamento completo:

 

A maioria dos casos acontece no interior

Segundo o CFM, a distribuição de ocorrências entre capital (sem considerar região metropolitana) e interior mostra que 66% dos casos ocorreram no interior. De acordo com os dados levantados pelo CFM, os autores dos atos violentos são, em grande parte, pacientes, familiares dos atendidos e desconhecidos. Há ainda casos minoritários de ameaça, injúria e até lesão corporal cometidos por colegas de trabalho, incluindo enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde.

Aumento nos casos

Os dados revelam ainda que a situação fica cada vez mais fora de controle, uma vez que o volume de queixas vem aumentando ano após ano. O recorde foi batido em 2023, mas o CFM ressalta que os dados completos de 2024 só serão totalmente conhecidos ano que vem.

Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o número de casos de violência contra médicos em estabelecimentos de saúde, especialmente públicos, causa perplexidade e exige dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e da área de segurança pública – em todas as instâncias (municipal, estadual e federal) – a adoção urgente de medidas efetivas para prevenir e combater a violência em todas as suas formas de manifestação, sob pena de responsabilização de negligência com relação a situações desse tipo.

“O Conselho Federal de Medicina apela por providências urgentes contra esses abusos. Os profissionais carecem de segurança física dentro das unidades. Não é apenas o patrimônio que precisa de cuidados. A garantia de condições para o exercício da atividade médica, dentre os quais a oferta de espaço seguro, é imprescindível, assim como o acesso dos pacientes ao direito fundamental à saúde, tanto na rede pública quanto na rede privada”, alertou.

Recomendações

O CFM orienta que, em caso de ameaça, o médico registre boletim de ocorrência online ou na delegacia mais próxima; informe, por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido; e apresente dados dos envolvidos e testemunhas. Ele deve encaminhar o paciente a outro colega, se não for caso de urgência e emergência.

Se a ocorrência envolver agressão física, o CFM indica que o médico comparecça à delegacia mais próxima e registre o BO (haverá necessidade de exame do corpo de delito); apresente dados dos envolvidos na agressão e de testemunhas; comunique o fato imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico para assumir as atividades.

Metodologia

Os dados foram coletados pelo CFM junto às Polícias Civis das 27 unidades da Federação por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Foram solicitadas informações do período entre 2013 e 2024 sobre a quantidade de boletins de ocorrência registrados nas Polícias Civis, com detalhes sobre o tipo de violência cometido, onde (hospital, clínica, consultório, posto de saúde, etc.), perfil da vítima (sexo e idade), entre outros itens.

Apenas o estado do Rio Grande do Norte não encaminhou as informações solicitadas a tempo, sendo que o Acre informou não ter os dados em sua base.

Mato Grosso e Paraná informaram dados relativos à violência em hospitais e clínicas médicas contra qualquer profissão – a partir daí o CFM fez uma estimativa de um caso para 10 casos envolvendo só médicos.

Estimativa semelhante foi feita com o Rio Grande do Sul, que forneceu apenas dados de violência contra médicos sem definir o local onde ocorreu o fato.

Já em relação ao Rio de Janeiro, o levantamento considera apenas os registros de boletim de ocorrência em que o médico é identificado como vítima de violência em estabelecimento de saúde (milhares de casos de violência em estabelecimentos de saúde em que a profissão da vítima não foi preenchida no boletim de ocorrência foram ignorados).

Com informações do Conselho Nacional de Medicina.

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INCÊNDIO

Mesmo com chuva, focos de calor continuam no Pantanal

Regiões que possuem focos ativos são Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, Passo do Lontra e Paiaguás

23/10/2024 11h30

Pantanal pegando fogo

Pantanal pegando fogo ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO - imagem de ilustração

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Boletim divulgado pelo governo de Mato Grosso do Sul indica que, mesmo após as chuvas do fim de semana, ainda existem três focos de incêndio, nesta quarta-feira (23), dia 204º da Operação Pantanal, na região Oeste do Estado.

As regiões com focos ativos são Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, Passo do Lontra e Paiaguás.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologista (Inmet), 176 milímetros foram registrados, nesta sexta-feira (18) e sábado (19), na região pantaneira.

Embora irregular, a chuva amenizou a intensidade das queimadas e trouxe alívio no calorão, mas, foi insuficiente para cessar os focos de calor/incêndio.

Vale ressaltar que a precipitação ocorreu de maneira irregular, ou seja, choveu muito em alguns pontos e em outros não.

“Nos últimos dias ocorreram chuvas pontuais na região, mas, apesar de contribuírem momentaneamente, não foram suficientes para extinguir todos os focos de incêndio. Nesse cenário, as equipes continuam monitorando as áreas impactadas e as localidades onde se concentram as bases avançadas, mantendo a vigilância e o combate às chamas em andamento”, divulgou o governo de MS por meio de nota.

Atualmente, trabalham no combate aos incêndios 141 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, 79 militares da Força Nacional de Segurança Pública e integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea), Polícia Militar (PMMS), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Polícia Federal (PF), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).

Estão à disposição das equipes 47 veículos, entre aeronaves, caminhões, caminhonetes e embarcações.

Confira o que militares, brigadistas e voluntários fizeram em combate aos incêndios, nesta quarta-feira (23), dia 204º da Operação Pantanal:

FOCOS DE INCÊNDIO ATIVO

O QUE MILITARES E BRIGADISTAS ESTÃO FAZENDO

Parque Estadual Pantanal do Rio Negro - entre Miranda e Corumbá

As equipes de solo continuaram com o combate e o rescaldo, mantendo a situação sob controle. O Grupamento de Operações Aéreas (GOA) do CBMMS realizou sobrevoos de reconhecimento, mas não precisou intervir diretamente no combate. O monitoramento via satélite permanece contínuo, e as equipes de solo devem retornar nesta quarta-feira (23) ao local para finalizar os trabalhos e assegurar que o incêndio esteja completamente extinto.

Passo do Lontra

Duas equipes formadas por militares do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) e da Força Nacional de Segurança Pública permanecem no local, realizaram o o monitoramento das áreas queimadas. Não foi necessária nova ação de combate, mas as guarnições seguem em alerta para garantir a segurança da população e evitar novos focos

Paiaguás - próximo às Fazendas Triunfo e Bonsucesso, quase na divisa de MT

Sala de Situação do Sistema de Comando de Incidentes (SCI) segue monitorando continuamente a área. Ainda na microrregião do Paiaguás, às margens do rio Taquari, equipes de combate lotadas nas Bases Avançadas Dois de Maio e São Sebastião Grande seguem monitorando focos de incêndio que atingem a área.

Desde o início da Operação Pantanal, em 2 de abril de 2024, 2.166 bombeiros militares foram mobilizados, 2.937 materiais foram utilizados e 178 viaturas foram empenhadas. Além disso, 825 ações de combate foram realizadas e 600 ações de prevenção foram executadas.

PANTANAL EM CHAMAS

Incêndios de grandes proporções atingem o Pantanal sul-mato-grossense desde 1º de junho de 2024.

As queimadas transformaram cenários verdes e cheios de vida em paisagens cinzentas e mortes. O fogo destrói matas, áreas verdes, vegetações, florestas, biodiversidade e espécies nativas (fauna e flora) do Pantanal.

Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que 1.581.075 hectares foram consumidos pelo fogo, entre 1º de janeiro e 23 de outubro de 2024, área equivalente a 16,23% do bioma.

Portanto, isto significa que o incêndio no primeiro semestre de 2024 é pior do que o do mesmo período de 2020.

Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Polícia Militar Ambiental (PMA), Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Força Nacional, Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Homem Pantaneiro (IHP), SOS Pantanal e brigadas voluntárias tentam controlar o fogo no Pantanal Sul-mato-grossense.

DIGITAL INFLUENCER

"Mais louco do Brasil" diz ser vítima de perseguição

Após ser alvo de investigação da PF, prefeito de Ivinhema alega que imprensa que clics e que adversários temem sua força eleitoral, já que é o político com a maior rede social de MS

23/10/2024 10h55

Juliano Ferro publicou vídeo no Instagran na noite desta terça-feira (22), horas depois de a PF recolher documentos na prefeitura de Ivinhema

Juliano Ferro publicou vídeo no Instagran na noite desta terça-feira (22), horas depois de a PF recolher documentos na prefeitura de Ivinhema

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Horas depois de agentes da Polícia Federal recolherem documentos na prefeitura de Ivinhema e de tomarem depoimento de servidores do setor de licitações, o prefeito “mais louco do Brasil”, Juliano Ferro, foi às redes sociais na noite desta terça-feira (22), onde tem quase 770 mil seguidores, para classificar como mentirosa reportagem do Correio do Estado e para dar explicações sobre a investigação da Controladoria Geral da União e da Polícia Federal. 

De acordo com ele, não ocorreu nenhuma devassa na prefeitura. No entendimento dele, os agentes da PF somente solicitaram alguns documentos e tomaram depoimento de alguns colaboradores da prefeitura, nos quais ele diz acreditar. Estes servidores foram levados para a delegacia da Polícia Civil para serem ouvidos. 

Alegando que sua popularidade desenvadeou uma série de perseguições, em seu vídeo (veja a íntegra ao final da reportagem), Juliano Ferro confirmou que foram encontrados indícios de superfaturamento na compra de merenda escolar da ordem de R$ 225 mil e a prefeitura não se manifestou quando a CGU pediu explicações a respeito das suspeitas. No momento em que a PF chegou à prefeitura ele diz que estava em seu gabinete.

Mesmo assim, diz que a mídia está distorcendo os fatos e atribuiu isso a suposta manipulação de políticos da região que estariam com medo de que ele dispute vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados na próxima eleição. 

Ao mesmo tempo, porém, garante que esta não é sua pretensão por enquanto. Diz que pretende concluir seu próximo mandato de quatro anos, para o qual foi eleito com 81,3% dos votos, e dois anos depois vai concorrer a uma vaga para deputado. 

Em seus comentários, atribui a suposta perseguição de determinados veículos de comunicação ao destaque que está conseguindo no mundo digital. Ele se considera o político mais influente de Mato Grosso do Sul e um dos 20 mais destacados do Brasil quando a métrica é rede social. “Então quando posta minha cara lá, eles ganha clic, mas é vergonhoso ver uma imprensa distorcendo fatos”, reclama, sem desmentir nenhuma informação das reportagens a seu respeito.

Explica ainda que a investigação começou após denúncia feita ao Ministério Público, que por sua vez encaminhou o caso à Controladoria Geral da União. E, ao mesmo tempo em que diz não ter havido nenhuma operação da Polícia Federal, faz questão evitar críticas à Polícia Federal e diz acreditar que tudo será esclarecido. 

Sem entrar em detalhes sobre o suposto superfaturamento na compra de carne bovina, de frango e pão, entre outros itens, questiona onde estava a imprensa quando a em Ivinhema, segundo ele, a merenda e os uniformes escolares eram de péssima qualidade. 

JUSTIÇA ELEITORAL

Além de reclamar da divulgação relativa à investigação sobre suposta fraude na compra de merenda, Juliano Ferro também volta a reclamar do fato de a imprensa relembrar que seu nome apareceu em uma investigação da Polícia Federal que desbaratou uma quadrilha de narcotraficantes que supostamente atuava em Ivinhema. 

Por conta desta investigação, a PF abriu um inquérito paralelo para apurar sonegação de informações sobre seu patrimônio à Justiça Eleitoral. Nas redes sociais ele ostentava, por exemplo, a posse de duas caminhonetes, avaliadas em R$ 800 mil. Na declaração sobre seu patrimônio, contundo, disse ter apenas um Uno, um Gol e uma F-1000, todos com mais de dez anos de uso. 

Nesta investigação também veio a público a informação de que uma destas caminhonetes ele havia comprado de Luiz Carlos Honório e até hoje ela não havia sido quitada. Este Luiz Carlos foi preso no dia 8 de agosto acusado de ser um dos financiadores de um esquema internacional de narcotráfico. 

A investigação também apontou que em 2021 o prefeito comprou sua casa, na qual ele gravou o vídeo na noite desta terça-feira, do mesmo Luiz Carlos. Tanto a casa quanto a caminhonete acabaram sendo apreendidos pela Polícia Federal porque não estavam registradas em nome do prefeito.

Nas duas fases da operação da PF em Ivinhema, nos dias 8 de agosto e 15 de outubro, a Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 100 milhões em imóveis e veículos, além de cerca de R$ 30 milhões em recursos financeiros dos principais envolvidos no suposto esquema. Quatro pessoas foram presas. 

Conforme o próprio Juliano Ferro informou à PF em seu depoimento no dia 3 de setembro, a caminhonete Silverado, avaliada em R$ 519 mil, foi comprada por indicação do “comerciante” conhecido como Pirambóia, que tinha uma garagem de revenda de veículos no pequeno distrito de Ipezal, no município de Angélica. E este Pirambóia, acredita a PF, é um dos chefes desta quadrilha.

O veículo, entregue ao prefeito em janeiro do ano passado, seria quitado somente em janeiro de 2025. Juliano Ferro disse ter entregado um cheque de R$ 380 mil a Luiz Carlos Onório. Porém, dias depois de prestar depoimento à PF, o prefeito alega que revendeu esta caminhonete. 

O dinheiro para quitar o cheque de R$ 380 mil, segundo Luiz Carlos Honório, o prefeito conseguiria vendendo rifas em aos seus seguidores nas redes sociais. Atualmente ele está sorteando um Landau e uma caminhonete F-1000 antigos. Sobre o faturamento deste tipo de negócio, porém, não existe nenhum tipo de controle oficial.

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