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MS pode assinar compra de vacina contra a Covid-19 na próxima semana

Estado aguarda aprovação da Anvisa para agilizar aquisição da Sputnik V

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Mato Grosso do Sul pode assinar o contrato de compra da vacina Sputnik V já na próxima semana. Esta é a expectativa do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, que afirmou que o Estado aguarda apenas a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou que a Agência tem prazo até o dia 28 de abril para responder sobre a liberação do imunizante russo.

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Entretanto, nesta semana, a Agência se manifestou no pedido de liminar apresentado pelo Maranhão que solicitava autorização para a compra do imunizante. Mato Grosso do Sul, após parecer favorável do Supremo, pediu que a mesma decisão fosse estendida ao Estado.

Mesmo sem confirmação de que a Agência autorizará a aplicação do imunizante no Brasil, vários estados, incluindo Mato Grosso do Sul, já estão com conversas adiantadas com a farmacêutica que detém a tecnologia.

“Já mandamos documentos e o processo de compra está em andamento, esperamos que a assinatura do processo de compra ocorra na próxima semana ou nas próximas semanas”, disse Resende.

Mato Grosso do Sul separou R$ 100 milhões para a compra de imunizantes por conta própria e espera adquirir cerca de 2 milhões de doses. A vacina é aplicada em duas doses, então esse quantitativo daria para imunizar 1 milhão de pessoas.

PRAZO

De acordo com Lewandowski, a Anvisa tem 30 dias, a contar do dia 29 de março, para decidir sobre o imunizante, e, caso ela não se manifeste dentro desse prazo, Maranhão fica autorizado a importar as doses da vacina para imunizar a sua população.  

Na terça-feira (20), porém, a Agência se manifestou, pedindo a suspensão desse prazo porque, segundo ela, ainda não foi possível realizar uma vistoria na fábrica da Sputnik V, na Rússia.

“Portanto, a suspensão do prazo para análise da Anvisa, quando é necessária a realização de diligências, não é feita em favor da própria Agência, mas, sim, em benefício do interesse público (em sentido amplo), uma vez que o deferimento da importação do imunizante em questão, após a avaliação da presença de todos os requisitos, beneficiará a população brasileira, especialmente porque já há pedidos de autorização excepcional de importação da vacina Sputnik V feitos também por outros estados da Federação”, argumentou a Agência em sua manifestação ao STF.

Para o secretário de Saúde, esse processo deveria ter sido acelerado, já que há comprovação científica da eficácia do imunizante. “Precisamos acelerar a compra, tenho acompanhado essa situação com a Anvisa e me parece que já há uma equipe a caminho da Rússia, mas estão aguardando muito para dar uma decisão, porque já sabemos que ela é eficiente, não estamos entendendo e acho que o Ministério da Saúde deve dar uma explicação sobre isso, o porquê de ainda não terem aprovado. Há estudos que mostram que ela é segura e tem uma eficácia acima de 90%, há milhões de doses à pronta-entrega e não entendemos o motivo da morosidade”, reclamou.

Já a médica infectologista e pesquisadora Mariana Croda explicou que a falta de documentação probatória e uma aceleração de etapas têm prejudicado a decisão da Anvisa sobre o imunizante.  

“Eles não apresentaram toda a documentação necessária, porque esses processos requerem vários documentos e nem todos foram apresentados. Mas uma equipe da Anvisa vai se deslocar até a Rússia, vemos com bons olhos a iniciativa da Agência. Para a liberação, temos de nos atentar para a segurança do imunizante, ele não pode causar dano a ninguém e tem de ter cumprido alguns pré-requisitos estabelecidos pela Anvisa”, explicou a pesquisadora.

“O que sabemos é que a farmacêutica acelerou algumas fases da pesquisa, acelerou a fase três, que imuniza as pessoas, sem seguir o rigor metodológico, por isso a Anvisa precisa ter certeza de que toda a documentação foi feita”, completou a infectologista.

A compra da vacina pelos estados e principalmente por Mato Grosso do Sul tem se tornado uma realidade, uma vez que os imunizantes adquiridos pelo Ministério da Saúde para serem disponibilizados por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) têm chegado às unidades da Federação de forma lenta e em pequenas quantidades.

Nesta semana, o secretário disse que o Estado já tem carta de intenção para a compra de quatro imunizantes – Sputnik V, Coronavac, o da Pfizer e o da Johnson & Johnson. 

No caso da vacina russa, ela pode ser comprada de duas formas, pelo Consórcio Brasil Central ou por meio próprio.

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Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

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