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Mulher, que teme ter Mpox, vive saga em postos de saúde da Capital

Conforme a paciente, os profissionais de saúde de Campo Grande relataram não ser possível detectar a doença nos postos de saúde municipais

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Uma mulher com suspeita de ter contraído o vírus da Mpox (conhecida anteriormente como varíola dos macacos), divulgou viver uma saga em busca de um diagnóstico nos postos de saúde de Campo Grande.

Conforme a paciente, que solicitou anonimato ao Correio do Estado, os profissionais de saúde da Capital relataram não ser posível detectar a doença nos postos de saúde de Campo Grande. A "saga" em busca do diagnóstico já dura 10 dias.

"Fui nos postos de saúde do Tiradentes, Universitário e Jardim Noroeste. Em todos eles os médicos ou desconhecem a doença, pois fui diagnosticada com herpes zoster. Ou me receitaram medicamentos que precisei comprar e não serviram para nada", contou.

A paciente relatou ainda que após se informar no site do Correio do Estado, soube da possibilidade de realizar um teste molecular ou sequenciamento genético. O procedimento é realizado em pacientes com suspeita da doença. Contudo, ao se deslocar até as unidades de saúde da Capital, recebeu a notícia que de que não conseguiria realizar o exame. 

"Os médicos me disseram que não há testes que possam detectar Mpox nos postos de Campo Grande. Entrei em contato com a ouvidoria da Sesau e me encaminharam para vários outros números, mas em nenhum deles consegui obter informações. Enquanto isso, o vírus vai se espalhando. Hoje mesmo cheguei ao posto 12h40, mas só fui atendida às 16h30", relata a paciente insatisfeita com a possível falta de conhecimento dos profissionais a respeito do vírus.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a Sesau para apurar de que maneira a população pode conseguir o diagnóstico em caso de suspeita de infecção. O espaço está aberto para manifestações.

O que é Mpox?

A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares.

As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.

Vacina

Por determinação do Ministério da Saúde, os grupos vulneráveis que estão mais suscetíveis devem receber a vacina. Estes grupos incluem pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA).

Os profissionais da saúde que trabalham em laboratórios com nível de biossegurança 2, com idade entre 18 e 49 anos, também devem se imunizar.

No entanto, o Estado está sem estoque do imunizante. Em relação à vacinação em massa, a SES informou que seguiu o Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal, que determinou focar nos grupos prioritários.

Acerca de novas doses, a pasta informou que, conforme nota técnica de 13 de novembro de 2023, não está previsto o envio de novas doses ao Estado.

O Ministério da Saúde iniciou negociações com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para adquirir 25 mil doses da vacina Jynneos desde que a doença foi declarada emergência em saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O laboratório da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, que produz o imunizante, tem uma capacidade de produção limitada. Desde que foi decretada a emergência, ocorreu uma falta de vacinas no mercado.

Como ocorre o contágio de Mpox?

  • Pelo toque nas lesões de pele da pessoa infectada;
  • Por relações sexuais, beijo;
  • Gotículas de saliva em caso de longa exposição com a pessoa infectada

Sintomas da Mpox

  • Erupções cutânea ou lesões de pele
  • Adenomegalia - Linfonodos inchados (ínguas)
  • Febre
  • Dores no corpo
  • Dor de cabeça
  • Calafrio
  • Fraqueza

Tempo de incubação do vírus

  • O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.

Como são as lesões e locais em que aparecem

  • Levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado;
  • Podem formar crostas, que secam e caem;
  • A quantidade varia por pessoa;
  • Erupções ficam concentradas na face, palma das mãos e planta dos pés;
  • Outras partes do corpo como boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.

Como saber se estou com Mpox?

O teste molecular ou sequenciamento genético é feito em laboratório e por meio da portaria  Portaria GM/MS nº 3328, de 22 de agosto de 2022, ficou estabelecido que pacientes com suspeita da doença devem ser submetidos ao exame.

Assim como, o Estado tem por obrigatoriedade notificar imediatamente casos positivos ou de suspeita do vírus. 

Entenda como é feito o teste

  • O material é coletado da secreção nas lesões;
  • Caso estejam secas, as costras são encaminhadas ao laboratório;
  • Todas as amostras são direcionadas para os laboratórios de referência no Brasil. 

Prevenção

  • Evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença;
  • No caso da necessidade de contato (por exemplo: cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos e parceiros, etc.) utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção;
  • Pessoas que testem positivo devem fazer isolamento;
  • Não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão;
  • Lavar as mãos regularmente com água e sabão ou utilize álcool em gel;
  • Roupas de cama, toalhas, talheres que sejam de uso de alguém que esteja contaminado deve ser lavados com água morna e detergente;
  • Superficies devem ser limpas com alcool em gel;

Em 8 dias, Campo Grande registra dois casos suspeitos de Mpox

Em apenas 8 dias desde o início do ano, Campo Grande já registrou dois casos suspeitos de Mpox (conhecida anteriormente como varíola dos macacos). As informações são da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (SESAU). 

No acumulado de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 78 casos, sendo 12 confirmados. Até novembro, o estado apresentou uma taxa de incidência de 0,7 por 100.000 habitantes.

Do total, 11 eram homens e apenas 1 mulher com idades de 10 a 49 anos. Ainda é desconhecido a origem do contágio de oito deles. 

Esse cenário entra em contraste com 2023, quando houve apenas um caso registrado, com taxa de incidência não calculável. Ainda em 2022, o cenário foi significativamente diferente, com 159 casos e uma taxa de 5,6 por 100.000 habitantes. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado em novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta global e convocou seu comitê de emergência para reavaliar o cenário de mpox no mundo. 

 

Campo Grande

Secretária de Saúde admite falta de medicamentos e culpa fornecedores

Mães atípicas realizaram outro protesto contra a falha na distribuição de fraldas, dieta e remédios pelo município

09/01/2025 17h15

Secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, em entrevista coletiva nesta quinta (9)

Secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, em entrevista coletiva nesta quinta (9) Gerson Oliveira, Correio do Estado

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Após protestos de mães de crianças atípicas contra a falta de medicação e insumos no Centro Especializado Municipal (CEM), a Secretaria de Saúde do Município (Sesau) realizou um comunicado oficial na tarde desta quinta-feira (9), para dar explicações à população sobre a situação.

Conforme a secretária municipal de saúde, Rosana Leite, o cenário de problemas com a entrega das dietas e fraldas é consequência de problemas logísticos dos fornecedores do município. 

"Qual que é a situação? Nós temos controle de todas as demandas, contudo, alguns fornecedores não cumpriram com os nossos pedidos. O pior aconteceu com as dietas: temos oito empresas de 13 fornecedores que não nos entregaram corretamente. Por isso os insumos estão em falta. Essas empresas já foram devidamente notificadas, mas por conta desse problema a gente não está conseguindo entregar", explicou.

Ainda segundo a secretária, o município recebeu toda a demanda das fraldas infantis judicializadas. Entre as fraldas adultas, contudo, a prefeitura possui apenas algumas.

"Nós não temos todas as fraldas adultas nominais porque também não foram entregues pelos fornecedores. O prazo para a situação se normalizar pode chegar a 30 dias, mas esperamos resolver o mais rápido possível. Nós fizemos todos os processos devidos, as fraldas e as dietas são judicializadas. Hoje nós sabemos todos os pacientes que precisam dos insumos, e já fizemos as nossas compras, mas a aquisição de produtos no serviço público depende do fornecedor", ressaltou.

Secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, em entrevista coletiva nesta quinta (9)Secretária municipal de saúde, Rosana Leite. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

Sobre os problemas no fornecimento de fraldas e dietas, Rosana Leite explicou ainda de que maneira a Sesau está gerenciando a crise.

"Quando acontecesse problemas desse tipo com os fornecedores, a gente tem que notificar. Nós notificamos uma primeira vez e se não resolve no prazo, nós notificamos uma segunda vez. É essa a medida que o serviço público pode fazer, ele não vai poder mais entrar em outra situação. Caso o problema continue, nós teremos que abrir um novo processo", esclareceu.

Diante do problema, para amenizar a situação, a chefe de gabiente da pasta, Isabela Volpe, relatou que a Sesau está substituindo os itens em falta por alternativas disponíveis no estoque. Além disso, conforme Isabela, a pasta realiza um acompanhamento com uma nutricionista para avaliar a viabilidade de dietas similares às solicitadas pelas mães. Ao todo, são 42 tipos diferentes de dietas à disposição do município.

Segundo o Superintendente de Economia em Saúde Pública do município, Danilo de Souza Vasconcelos, a Prefeitura investiu, até o momento, R$ 7,7 milhões em insumos nutricionais e fraldas descartáveis. Deste montante, são R$ 5,86 milhões para as fórmulas nutricionais e R$ 1,27 milhão para as fraldas.

"Esses investimentos foram feitos e são pensados para suprirnos por um ano. No entanto, muitos [fornecedores] alegam que existe uma alta demanda por farmacêuticos no período de fim de ano, e por isso, enfrentaram problemas de entrega", explicou.

Ainda segundo Vasconcelos, ao todo, entre os meses de setembro e dezembro de 2024, foram distribuídas 26.986 unidades de dietas enterais para 693 pacientes. Já entre as tiras de fralda, foram 263.938 para 1.556 pessoas.

Secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, em entrevista coletiva nesta quinta (9)Mães estiveram presentes na sede da Sesau durante coletiva. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

Novos protestos

Mesmo o município admitindo os problemas e apresentando possíveis soluções, as mães atípicas realizaram um novo protesto contra a falta dos insumos nesta quinta-feira (9) na sede da Sesau. Lilidaiane Ricaldi tem 42, é mãe de um menino de 8 anos, que possui deficiência chamada espinha bífida.

Ricaldi enfatizou que a última vez que conseguiu retirar os insumos para seu filho no Centro de Especialidades Médicas (CEM) de maneira satisfatória foi no mês de setembro.

"Consegui as fraldas um pouco antes do primeiro turno [das eleições], e depois do segundo turno das já não tinha mais. É muito estranho, a Prefeitura faz uma compra de milhões e aí a gente vai buscar o material e acabou. O que explica? Eles gastam esse dinheirão e fica por isso mesmo?, contesta.

Camila Latre Dias, 39, é mãe de Isadora Latre Araújo, 11, que retirou 180 unidades de fraldas no ano passado. Ela também estava presente no protesto, e relatou que a situação é cansativa.

"Minha filha sofre de mielomeningocele, hidrocefalia, bexiga e intestino neurogênico. Ela não tem controle da perda urinária e tem incontinência urinária severa. Não é qualquer marca de fralda que serve para ela. Quando a gente chega para buscar só tem fralda para bebê e no tamanho GG. É cansativo a gente [as mães] sempre sair como mentirosas", protestou.

Mães de crianças PCD denunciam falta de fraldas e medicação em Campo Grande

Mães de crianças com baixa mobilidade iniciaram o ano reivindicando alimentação especial, fraldas e medicação. Situação que, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foi resolvida emergencialmente em outubro de 2024. O ano novo, entretanto começou com "problemas velhos".

Muito embora no dia 18 de outubro, como bem acompanhou o Correio do Estado, a Sesau tenha afirmado que havia adquirido um lote de alimentação para pelo menos um ano, algumas crianças não têm tido acesso às respectivas fórmulas, que estão em falta no Centro de Especialidades Médicas (CEM).

Em conversa com a reportagem, quatro mães relataram preocupação, já que passaram cerca de 80 dias, e alguns itens essenciais para a vida das crianças continuam em falta.

Fatalidade

Após três meses, bebê afogada pela mãe morre em MS

A confirmação foi feita pela avó, na madrugada desta quinta-feira (09), por meio das redes sociais

09/01/2025 17h00

Reprodução Redes Sociais

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A bebê Emília Lara, de 1 ano, que ficou com complicações após ser afogada em uma bacia pela própria mãe, em setembro de 2024, não resistiu e morreu na madrugada desta quinta-feira (09), em São Gabriel do Oeste.

Como acompanhou o Correio do Estado, a mãe da bebê, de 31 anos, foi presa em setembro do ano passado após atentar contra a vida da própria filha.

Em decorrência da gravidade do estado de saúde da bebê, ela deu entrada na Santa Casa de Campo Grande, no Centro de Terapia Intensiva (CTI), e, segundo avaliação médica, ainda que sobrevivesse, teria sequelas.

A menina lutou pela vida por 45 dias e teve alta no dia 18 de outubro, mas apresentou complicações e foi internada novamente no Hospital Regional de Campo Grande devido a um quadro de pneumonia.

Após esse período, chegou a retornar para casa, mas, no dia 19 de dezembro, deu entrada no Hospital de São Gabriel do Oeste. A avó, de muita fé, comemorou a alta da pequena, que fez 1 ano no dia 25 de dezembro.

Por meio das redes sociais, a avó compartilhava os momentos que passou com a neta. No dia 1º de outubro, publicou uma foto ao lado dela com os dizeres:

“Às vezes, Deus te usa para salvar alguém, ou coloca alguém na sua vida para te salvar. E, em alguns momentos, Ele une vocês, para que se salvem juntas”, e assinou que estava 'vovózeando'.

Por meio das redes sociais, nas quais a avó atualizava cada progresso e momento, veio o aviso do falecimento da menina:

“Hoje o céu vai brilhar mais forte, pois ganhou uma nova estrelinha. A despedida sempre é dolorosa, mas eu sei que você está bem melhor agora… Te amarei para sempre”, escreveu.

Entenda


A investigação foi conduzida pelo delegado Matheus Alves Vital, que relatou que a mulher teria tentado afogar a filha em uma bacia com água, usada para dar banho na bebê.

O ato foi interrompido pela genitora - avó da vítima -, que, ao chegar, viu a criança submersa e acudiu a neta. Ela prestou os primeiros socorros e correu para pedir ajuda na rua.

A mãe foi autuada em flagrante pelo crime de homicídio qualificado, na forma tentada. Durante interrogatório, confessou que realmente tentou matar a criança.

Por meio de vídeo o delegado contou detalhes do interrogatório e disse que ao questionar os motivos do crime, ela informou que tinha brigas constantes com sua própria mãe, a avó da criança, que havia dito que era para ela "sair de casa", que "não gostaria mais que ela criasse a neta dela" e que "ela queria criar a neta".

"Com o objetivo de atingir a sua própria mãe, essa investigada foi e tentou tirar a vida da própria filha", disse o delegado.

Segundo Matheus Vital, foi verificado na delegacia que a autora possui problemas psiquiátricos, faz uso de remédio controlado e é usuária de drogas.

"Não foi possível identificar, no ato do flagrante, se ela estava consciente ou não dos atos que ela estava praticando, e por conta disso ela foi atuada pelo crime de homicídio qualificado na forma tentada", acrescentou.

** Colaborou Alanis Netto

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