Cidades

COMPORTAMENTO

Mulheres chamadas de 'donas de casa' consideram a expressão pejorativa, diz pesquisa

Mulheres chamadas de 'donas de casa' consideram a expressão pejorativa, diz pesquisa

IG

29/10/2011 - 20h00
Continue lendo...

Profissão: dona de casa. Ou “do lar”, como algumas preferem. O que era a regra para mulheres nos anos 50 hoje é tido como uma opção para muitas mulheres. Embora assumam uma parcela maior dos cuidados com a casa e com a família, muitas não se identificam com a expressão, de acordo com uma pesquisa promovida pela rede de lojas Mothercare com duas mil mães na Inglaterra. Segundo a pesquisa, dois terços delas odeiam o termo e preferem ser chamadas de “mães em tempo integral”.

Maysa Luz, 30 anos, passou por vários questionamentos sobre ficar em casa – dos outros e dela mesma –, até se definir como “dona de casa que faz sites por diversão” (centoeuma.com.br). Ela é mãe de João Marcelo, 7 anos, Carlos Henrique, 4 anos e Helena, 3 anos. “O que me ofende não é que digam que eu sou dona de casa, mas que pensem que eu não faço nada”, diz Maysa. “O senso comum diz que, se a pessoa não colabora financeiramente, não tem valor, o que desvaloriza o serviço de dona de casa.”

Ela faz o transporte dos filhos para escola, cozinha, cuida da roupa e da limpeza da casa e até a festa de aniversário dos pequenos é feita de cabo a rabo por ela. “Tudo isso se torna invisível porque não tem fatura no final do mês”, afirma. “Mais que tudo eu tinha medo de ficar desinteressante intelectualmente”, confessa. “Medo de passar a ser essa pessoa que só fala das crianças e do preço do tomate.” Para afastar esses fantasmas, ela não abriu mão da atividade intelectual, como a construção de sites, nem do engajamento em listas de discussão de assuntos variados.

A doutora em psicologia e sexóloga clínica Iracema Teixeira acredita que já se desenha no Brasil um movimento de mulheres que ensaiam um retorno para casa, ligado à maternidade. “Sendo uma possibilidade do ponto de vista econômico, é uma escolha para várias mulheres”, afirma. Contudo, elas não se identificam com a imagem consolidada da dona de casa. “A expressão é uma diminuição da mulher: ela é dona de casa, o homem é dono da rua”, pontua. “Existe um julgamento negativo, como se fosse uma mulher abriu mão da prática profissional e por isso pudesse ser desconsiderada.”

Ser pai é participar

Essa reorganização da vida doméstica atinge os homens também. “Ele passa a se perceber parte da família, cuidador dos filhos. Existe uma divisão implícita de responsabilidades que estrutura a família”, afirma. “O homem tem que ser ativo nessa escolha, porque implica em decisões de gerenciamento de vida.” Em outras palavras, mesmo que fique em casa integralmente ou meio período, a mulher não é mais a única responsável pelos cuidados da família. 

Foi o acordo que Liliane Gusmão, 39 anos, fez. Mãe de Heitor, 5 anos, e de Anais, 3 anos, ela tinha ajuda de uma empregada doméstica quando morava no Brasil. Há dois anos, se mudou para o Canadá e a sobrecarga pesou. “Chegamos ao acordo de dividir tudo: cuidados das crianças e da casa. Se alguém está mais implicado com estudo e trabalho, um cobre a ausência do outro. Essa é uma das razões de não me denominar dona de casa, porque ele também se responsabiliza neste serviço”, afirma. Tanto que, se perguntam sua ocupação, a arquiteta responde que está procurando emprego ou estudando.

Valor de estar em casa

Claro que ficar em casa para dar mais atenção aos filhos se trata de uma opção que não é acessível para todas as mulheres. “Um pouco desse olhar torto, com julgamento, que considera isso não tão apropriado, é porque a mulher de classe média tem condições de escolha e percebeu que tem uma importância, e que o trabalhar fora é um lugar de gratificação e satisfação pessoal”, diz Lenise Santana Borges , professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e integrantes do Grupo Transas do Corpo.

Lenise afirma que essa separação entre a esfera produtiva – trabalhar fora - e esfera reprodutiva – a vida doméstica – é artificial, não natural. “Quem disse que as mulheres têm que cuidar dos filhos, da casa, e os homens cuidar do aspecto econômico da família? Como é um trabalho invisível e não reconhecido, é uma posição vista como desprivilegiada, porque não leva em conta o quanto essa mulher está contribuindo no orçamento doméstico.”


Ela ressalta que a mulher precisa tomar a iniciativa e cobrar a participação do parceiro. “Na Holanda, por exemplo, a licença-paternidade e maternidade são pensados para que ambos possam ser cuidadores. No Brasil, de certa forma, muitas mulheres podem ver a vida doméstica como um lugar em que não podem transgredir ou um poder do qual não querem abrir mão.”

Ela ressalta que a mulher precisa tomar a iniciativa e cobrar a participação do parceiro. “Na Holanda, por exemplo, a licença-paternidade e maternidade são pensados para que ambos possam ser cuidadores. No Brasil, de certa forma, muitas mulheres podem ver a vida doméstica como um lugar em que não podem transgredir ou um poder do qual não querem abrir mão.”

O que vale é que, quando a mulher pode e opta por ficar em casa, que ela assuma as mudanças e envolva a família. “Antigamente você não tinha como horizonte múltiplas possibilidades de estilos de vida para as mulheres – mas também para os homens, hoje também envolvidos com o cuidado”, diz Lenise. “Hoje temos que lidar com várias possibilidades de como se constituir a família.” A psicóloga Olsa Tessari reforça: “Se você optou por ficar em casa, assuma de vez, e não se sinta culpada por isso. Se está em confilto, precisa de ajuda para se definir. Ficar em cima do muro, traz sofrimento.”

Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

Continue Lendo...

Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

MATO GROSSO DO SUL

Blitz na MS-164 apreende mais de 150 canetas emagrecedoras dentro de veículo

Mercadorias de origem estrangeira estavam sem comprovação legal de importação

21/12/2025 16h00

Ao todo, 175 canetas emagrecedoras foram encontradas no meio da mercadoria

Ao todo, 175 canetas emagrecedoras foram encontradas no meio da mercadoria Divulgação

Continue Lendo...

Uma fiscalização de rotina da Polícia Militar Rodoviária (PMR) resultou na apreensão de uma grande carga de produtos de origem estrangeira transportados de forma irregular, na tarde deste sábado (20), em Ponta Porã, região de fronteira com o Paraguai.

De acordo com o portal Dourados News, a ação ocorreu por volta das 12h45, durante uma blitz realizada pela equipe da Base Operacional de Aquidabã, na rodovia MS-164, no km 105, em frente à unidade policial. Durante a abordagem a um veículo de passeio, os policiais encontraram diversos itens sem comprovação legal de importação.

Entre os produtos apreendidos estavam mercadorias dos ramos de perfumaria, farmácia, informática e mecânica. O destaque da ocorrência ficou por conta de 175 canetas emagrecedoras, de uso controlado, sendo 32 unidades de TG 15 mg, 115 unidades de Lipoless 15 mg, 25 unidades de Tirzec 15 mg, além de uma unidade de Lipoless 10 mg, uma de Lipoless 5 mg e duas de Retatrutide Loss.

Diante da irregularidade, o veículo, os produtos e os envolvidos foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal para as providências legais cabíveis.

Segundo a PMR, o valor estimado da mercadoria apreendida é de R$ 142.060, enquanto o veículo foi avaliado em R$ 80.500, totalizando um prejuízo de R$ 223.100 ao crime.

Assine o Correio do Estado

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).