Cidades

Disputa territorial

Mural amanhece pichado e revela "guerra" entre artistas de rua

Com o intuito de sensibilizar a população para questões da fauna sul-mato-grossense, o mural pintado no viaduto Pedro Chaves dos Santos, em Campo Grande não durou um dia e foi danificado por uma pichação

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A revitalização do viaduto Pedro Chaves dos Santos, com a arte que retrata a fauna sul-mato-grossense, amanheceu vandalizada pelo que aparenta ser uma disputa por território.

Berg trabalhando na obra / Divulgação ICAS

 

 

 

O viaduto, localizado no cruzamento da rua Ceará com a Avenida Ricardo Brandão, passou por quatro dias de trabalho pelas mãos do artista paulista Fernando Berg, convidado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) para realizar a arte.

A obra, que teve início no dia 24 e ficou pronta em torno das 17h da sexta-feira (28), amanheceu vandalizada.

 

 

Veja como era

Divulgação ICAS

 

Desde o início da revitalização, houve muitas críticas em grupos voltados para o grafite; inclusive, uma página nas redes sociais chegou a fazer uma publicação reivindicando que investimentos públicos sejam distribuídos de maneira igualitária.

A publicação foi excluída horas depois.

A reportagem do Correio do Estado conversou com Guto Akasaki, do ICAS, que retratou a tristeza ao ver o mural destruído. Com relação à “guerra” por espaço, informou que, antes do início da obra, ocorreu um alinhamento com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

“Conversamos com a Sectur, que nos disse sobre a intenção de revitalizar o viaduto, e que, ao ceder o espaço, pintou a parte destinada ao mural antes de Fernando iniciar o trabalho", explicou Guto.

O instituto chegou a ser marcado em um stories por uma dessas contas e entraram em contato explicando a ideia do projeto.

"Postaram um story e marcaram o nosso projeto. Nos abrimos ao diálogo e explicamos que foi a Sectur quem cedeu, que só iniciamos o trabalho já com o fundo pintado e que se tratava de uma iniciativa de uma ONG."

Mural entregue pintado pela Sectur / Crédito: ICAS

 

Fauna

Guto ressaltou que o intuito do mural era sensibilizar a população em relação à conservação da fauna silvestre. Por isso, escolheram o artista Fernando Berg, que tem o trabalho justamente voltado a retratar os animais.

“O Fernando tem um talento indescritível e uma história tão bonita com a arte de rua e a conservação. O ICAS sempre apoiará a arte e seguirá firme na luta pela conservação da biodiversidade, aliando esses esforços à sensibilização da nossa sociedade por meio da ciência e da educação ambiental. Acreditamos que a arte, junto com o conhecimento científico, tem o poder de inspirar e promover mudanças positivas em prol da vida. De todas as formas!”, explicou Guto.

No momento, Guto disse que Fernando Berg preferiu não se manifestar.

Recursos próprios

O financiamento para o mural veio de recursos do ICAS, sem envolver dinheiro público. Por enquanto, a ONG não está pensando na restauração do mural.

Apenas de materiais e hospedagem do artista, Gusto estima que a organização gastou aproximadamente R$ 4 mil reais. 

“No momento, não [estamos cogitando a restauração]. Por se tratar de uma iniciativa de uma ONG, todos os nossos recursos são limitados, e nada garante que eles não vão fazer isso de novo, né? Infelizmente.”

Veja como ficou

Leia a nota de repúdio da organização

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Economia

Investigações levam influenciadores a reavaliar propostas milionárias de apostas

Pessoas que atuam na área contam por que recusaram ofertas de propagandas para casas de apostas

28/09/2024 14h03

As Bets hoje são um grande problema para a economia brasileira

As Bets hoje são um grande problema para a economia brasileira Bruno Peres

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Apesar dos altos valores, alguns influencers estão receosos em fazer publicidade de casas de apostas ou cassinos online. As suspeitas recentes sobre Deolane Bezerra e Gusttavo Lima no âmbito de uma investigação sobre bets acentuam ainda mais essa desconfiança.

Os jogos de azar online foram liberados no país em meados de 2018. Desde então, têm injetado dinheiro em publicidade em diversos setores, de clubes de futebol a artistas. A reportagem conversou com influencers que não aceitaram fazer propaganda do tema. Eles disseram que ficaram balançados com as propostas, e lamentaram o que consideram represálias a categoria devido às polêmicas recentes do setor de apostas.

"Quase todo dia chegam propostas na minha caixa de mensagem. Algumas esperam que respondam, outros já apresentam as condições", conta Mariana Mendes, que há oito anos produz conteúdo de maquiagem e beleza para seus mais de 180 mil seguidores no Instagram.

"É dinheiro fácil", diz ao mostrar um dos contatos mais recentes. Uma conta verificada, em nome da casa BET7k, oferece R$ 100 mil antecipado por dois stories por dia durante uma semana, sem metas de engajamento.

"As marcas, com quem trabalho, chegam de um jeito profissional, já me conhecem e conversam com meu propósito", diz Mariana. "O que eu falo, meus seguidores acreditam. Se alguém for prejudicado, vai ser por minha causa. Que resposta eu vou dar?", questiona ela.

A influencer afirma que já conviveu com pessoas próximas viciadas em aposta, e, por isso, é totalmente contra.

O professor universitário e influenciador Rafael Belli também já recebeu o que classifica como "propostas escandalosas". Ele tem 1,4 milhão de seguidores no TikTok.

Uma delas pagaria R$ 20 mil por um vídeo educacional sobre como as pessoas deveriam jogar com responsabilidade. "Quase aceitei, mas percebi que seria mais publicidade velada", diz. A outra pagava o mesmo valor por mês e mais uma porcentagem de quanto seu seguidor gastava na plataforma.

"O valor é tentador mesmo. Se estivesse numa condição diferente, talvez me balançaria. Mas não sei se conseguiria dormir a noite", afirma. "Na universidade, já há muitos casos de alunos que pararam de pagar mensalidade para jogar no tigrinho."

Um de cada três brasileiros de 16 a 24 anos afirma que já apostou, mostra o Datafolha. É o dobro da média de 15% para todo país. Os números ajudam a explicar os quase R$ 50 bilhões gastos por brasileiros em apostas online no ano passado, segundo o Banco Central.

"Estamos vivendo uma epidemia e os influencers tem sua culpa no cartório", afirma a especialista em marketing de influência Gigi Grandin. E as marcas têm notado isso. "Hoje, é muito comum as empresas fazerem um pente fino na carreira do influenciador antes de uma parceria". Ou seja, se já anunciou casa de aposta ou cassino, por quanto tempo e de que forma, explica.

"Os influencers precisam se tocar que é desigual o trato entre pessoa física e jurídica", diz. Quando um canal de TV anuncia em uma casa de aposta, por exemplo, as repercussões são totalmente diferentes das de um influenciador, afirma ela.

As implicações não só impactam a carreira, como também podem gerar processo. "A partir do momento em que um influenciador atrela sua imagem a algum produto, é como se ele desse chancela de qualidade", afirma Danielle Biazi, advogada especializada em direito civil.

É como se uma varejista vendesse um produto defeituoso. "O consumidor, com razão, iria buscar seus direitos com quem produziu bem como quem vendeu", diz a advogada. Ela aponta que os Procons (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) pelo país têm aplicado essa interpretação.

As decisões de âmbito civil e penal já abalam o mercado. "As prisões serviram de exemplo, de que não é terra sem lei como achavam. O pessoal vai analisar mais com quem faz parceria", afirma Eduardo Feltrin, do TuristandoSP, que conquistou 1,1 milhão de seguidores no Instagram através de avaliações de restaurantes e pontos turísticos.
"Nós sempre recebemos propostas estranhas, mas depois da Blaze virou algo generalizado e sem limites".

A Blaze é um cassino online que atraiu muita atenção em 2023, tanto por patrocinar celebridades quanto por denúncias de usuários de que a plataforma não pagava o que prometia aos jogadores. A Justiça bloqueou R$ 101 milhões do site à época.

Feltrin disse que recebeu uma proposta da plataforma de mais de R$ 1 milhão para divulgá-la em seu perfil.

"Nos balançou", confessa Carol Barduk, co-autora do TuristandoSP e namorada de Eduardo. "Mas vemos que foi a decisão certa. Hoje há um racha em quem anuncia apostas e quem fica de fora. Fico chateado, porque já me afastei de muitas pessoas do meio. Considero falta de caráter."

A reportagem tentou contato com as casas de apostas mencionadas, que não possuem sede no Brasil, mas nenhuma delas retornou.

 

*Informações da Folhapress 
 

Captura

Saiba o que fazer caso encontre um animal silvestre ferido em MS

Com registros recentes de animais avistados em perímetros urbanos, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul alerta a população a acionar autoridades competentes

28/09/2024 10h15

Divulgação Imasul

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Com situações em que animais silvestres têm sido avistados em áreas urbanas, em decorrência das queimadas do Pantanal, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) lançou um alerta para que a população não tente capturar os animais por conta própria.

Muito por conta de o animal não ter costume com a presença humana, a aproximação pode aumentar o estresse, assim como o manuseio inadequado pode resultar em acidentes.

Divulgação Imasul

Como proceder?

O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) explicou que os resgates variam de acordo com cada espécie e a situação em que o animal é encontrado.

Especificamente em áreas urbanas, onde ele pode facilmente ficar com o instinto de sobrevivência ainda mais aguçado, a recomendação é acionar a Polícia Militar Ambiental (PMA) assim que avistar o animal.

A PMA pode usar técnicas específicas, a depender do porte ou condição, como:

  • Uso de puçás e cambões;
  • Sedação com zarabatana ou rifles de dardos anestésicos (caso o animal esteja ferido ou agitado).
  • Silêncio

Evitar movimentação próxima ao animal silvestre e barulhos que possam assustá-lo é fundamental enquanto os policiais ambientais estão em deslocamento até o local, assim como durante a captura.

"Quando falamos de resgates em áreas urbanas, a colaboração da população local faz uma grande diferença. É importante que as pessoas entendam o papel que têm nesse momento e evitem comportamentos que possam atrapalhar o trabalho, como falar alto ou fazer barulhos excessivos. O silêncio e a calma ajudam a diminuir o estresse do animal, permitindo que a equipe trabalhe de forma mais eficaz e segura", explicou a médica veterinária Jordana Torqueto.

Para onde são levados?

Depois da captura, os animais são encaminhados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), onde são submetidos a uma avaliação médica veterinária completa.

O CRAS é responsável pelos devidos cuidados:

  • Tratamento;
  • Reabilitação;
  • Preparação do animal para reintrodução na natureza.


Queimadas florestais

Em casos emergenciais, como as queimadas do Pantanal, são montados pontos de triagem temporários para que os animais recebam os primeiros cuidados antes de serem encaminhados ao centro.

A partir de então, inicia-se o monitoramento, que envolve:

  • Observação da resposta ao tratamento;
  • Transferência para recintos maiores;
  • Processo de reabilitação com foco no retorno ao habitat natural.
  • Em situações em que o animal não pode ser devolvido à natureza, o CRAS procura outras alternativas, entre elas o encaminhamento para zoológicos ou criadouros que possuam autorização.

Acione por telefone as autoridades competentes que lidam com o manejo de animais silvestres:

Polícia Militar Ambiental: (67) 99894-5013
Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande: (67) 3357-1500
Polícia Rodoviária Estadual: 198

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