Cidades

CRIME BÁRBARO

"Não me mata, porque eu tenho filhos", disse merendeira antes de ser morta

Filhas deixaram bilhetes para mãe, vítima do primeiro feminicídio do ano

GABRIELA COUTO E RENAN NUCCI

16/01/2019 - 10h01
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Sem demonstrar remorso e ainda se vangloriar do crime e dos meios utilizados para ocultar as provas do primeiro feminicídio deste ano na Capital, o palhaço Sabiá, Jesus Ajala da Silva, 46 anos, se apresentou para a polícia ontem (15) acreditando que não ficaria preso por falta de indícios.

A delegada da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Jennifer Estevam de Araújo, disse que o suspeito ainda se lamentou por ter deixado um vestígio de sangue da merendeira Silvana Bertuliana, 42 anos, na pia da kitnet que morava.

“Ele disse que se não fosse isso, não teria sido encontrado. Ao se apresentar alegou que só falaria em juízo, mas como já tínhamos provas da sua autoria e mandado de prisão preventiva, decidiu confessar”, disse a delegada.

Conforme o depoimento do palhaço, o crime foi premeditado.  “Desde segunda-feira (07), ele sabendo que ela poderia terminar com ele, estava pensando em um jeito de matá-la”, acrescentou Jennifer.

O assassinato ocorreu na quarta-feira (09), quando a vítima foi até a residência de Sabiá para conversar com ele. “Quando ela chegou lá, a faca já estava próxima a cama”. O palhaço irá responder por feminicídio e ocultação de cadáver.

A polícia chegou até ele após o depoimento da filha mais velha da vítima, de 12 anos. Assim que o corpo foi encontrado na sexta-feira (11), em terreno de um imóvel na região do Portal Caiobá, com uma faca cravada no peito, o Grupo de Operações e Investigações (GOI) foi acionado e suspeitou do ex-marido da merendeira.

Os policiais foram até Ribas do Rio Pardo e encontraram as filhas da vítima. “Ele tinha o álibe de estar com as meninas em casa e trabalhando no dia do crime, por isso foi descartado. A filha da Silvana contou para os policiais que ouviu uma discussão da mãe com o namorado, na terça-feira (08). A vítima queria terminar o relacionamento e ele não queria aceitar.”

A menina ainda teria ouvido o palhaço dizer: “Se você não ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém”. Na quarta-feira (09), a vítima saiu de casa por volta das 14h e avisou a filha que iria na casa de Sabiá, para uma conversa. Depois disso não voltou mais.

As filhas da vítima decidiram ligar para os irmãos, que levaram as meninas para a casa do pai, em Ribas. A polícia encontrou na residência de Silvana vários bilhetes das crianças pedindo que a mãe entrasse em contato assim que voltasse para casa.

Dentre os pedidos estavam: “Mãe se você tiver chegado em casa leia o resto tá. Se você tiver lendo isto é porque não estou em casa. Estou com o meu irmão porque eu liguei para ele, porque a senhora sumiu e não voltou para casa por 1 dia e meio…”, “Te amo mamãe, liga para o papai tá”, “Mãe por favor, volta logo. Eu estou na casa do meu irmão”. Os bilhetes nunca chegaram a serem lidos pela vítima

Ela já estava morta no banheiro do palhaço Sabiá. O assassino confesso afirma que quando Silvana chegou eles namoraram e depois foram tomar banho.  A polícia ainda vai investigar se houve violência sexual antes do feminicídio.

“Ele afirma que tentou convencê-la a continuar com ele. Mas ela negou. Ele saiu do banho primeiro, pegou a faca que já tinha deixado na cama e assim que ela saiu disse que 'se ela não fosse ficar com ele, não ia ficar com mais ninguém'. A vítima pediu para ele não matá-la, porque tinha filhos. Mesmo assim ele deu quatro facadas no peito dela”, relatou a delegada.

Depois disso ele arrastou Silvana para dentro do banheiro e limpou tudo. Em seguida foi para a casa da irmã e ficou até à noite. Na madrugada ele pegou a bicicleta e o celular da vítima e jogou perto da escola onde ele achava que a merendeira trabalhava.

Ao retornar fez uma nova limpeza e pensou em uma maneira de se desfazer do corpo. “Ele pediu a carriola de uma vizinha emprestada para fazer a mudança de casa. Na madrugada de quinta para sexta, colocou o corpo em um lençol e levou para a residência abandonada que fica a 100 metros da sua kitnet”.

Durante a sexta-feira o palhaço dormiu a manhã inteira. O responsável pela kitnet tentou acordá-lo para que ele fosse despejado do imóvel, por falta de pagamento do aluguel. Por volta do meio-dia Sabiá acordou, pegou suas coisas e usou o mesmo carrinho de mão para levar seus pertences até a casa da irmã, que mora no Jardim Los Angeles.

Nesta segunda-feira (14), os parentes viram a notícia da morte da merendeira que apontava o palhaço como suspeito. O cunhado de Sabiá colocou ele para fora da casa. Somente ontem ele decidiu se apresentar. “Peço perdão, se eu pudesse voltar no tempo não tinha matado. Me arrependo do que fiz. Peço perdão aos vizinhos e aos familiares dela”, disse o suspeito hoje para a imprensa. 

Sabiá já tinha respondido pelos crimes de lesão corporal, ameaça e atentado violento ao puder. Ele conheceu a vítima há cinco meses, durante um evento em que trabalhava de palhaço. Silvana ainda deixou uma menina de seis anos.

 

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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