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POLÍTICA

Nikolas Ferreira vem à Capital para participar de evento cristão

Além de deputado mineiro, conferência terá palestra de influenciador Maicon Sulivan, o "Black Power do Bolsonaro"

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O Movimento Juntos por MS realiza neste sábado (3), a primeira conferência do projeto "Desperte e Governe - Manifesto" que terá presença do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Outro palestrante é o influenciador Maicon Sulivan, conhecido como "Black Power do Bolsonaro" por usar cabelo afro e discurso "antimimimi" em apoio à ideologia politica do ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (PL).  

Voltado para o público em geral, em especial aos cristãos, o evento de direita vai abordar temas como família, religião, educação, mídia e cidadania e política. Também estão confirmados para palestrar o advogado e analista político, Marco Antônio Costa e o vereador por São Paulo e diretor-presidente do Instituto Akashi, Henrique Krigner. 

Segundo a organizadora da conferência e fundadora do movimento em Campo Grande, Cassy Monteiro, um dos objetivos é conscientizar sobre o papel da Educação na construção de lideranças jovens do meio conservador. 

"Eu acredito que a ação mais efetiva para a construção de um novo sistema político que seja realmente voltado para o povo, que favoreça a população e traga prosperidade da cidade e das pessoas, é a ação da educação. A conscientização da juventude para que vote corretamente é a melhor ação possível para se realizar. Falando sobre os direitos que eles possuem, poderemos conseguir agregar toda a diversidade, essas pessoas terão vozes nessa constução de um novo sistema e uma nova visão do mundo", detalha. 

Card da conferência "Desperte e Governe - Manifesto" - Foto: Divulgação 

São esperadas cerca de duas mil pessoas no espaço Ondara Palace, localizado na Av. Des. Leão Neto do Carmo, 1464 - Jardim Veraneio. O evento começa às 15h e para adquirir ingressos, os interessados podem ligar no telefone (67) 99347-3677 ou através do Instagram @juntos.ms

Polêmico e movido pelo conservadorismo 

Deputado mais votado do país com 1,47 milhão de votos, Nikolas Ferreira é conhecido por protagonizar polêmicas nas redes sociais e no plenário da Câmara Federal.

O deputado mineiro já chegou a usar uma peruca loira em sessão na tribuna, para fazer discurso trans fóbico sobre o Dia Internacional da Mulher.

Pouco tempo depois das eleições de 2022, o parlamentar foi atacado nas redes sociais ao dizer que Jesus Cristo não tinha como propósito combater desigualdades. 

Segundo Nikolas, "Jesus veio pagar um preço que ninguém poderia pagar e não acabar com a pobreza". A declaração foi feita durante um debate político contra o atual pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).

O parlamentar também foi barrado no trem do Corcovado e acusado de injúria racial em setembro de 2021. Na ocasião, Nikolas ainda era vereador de Belo Horizonte e não pôde embarcar por não apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19. 

Após o episódio, nas redes sociais, ele comparou o passaporte da vacina e o trabalho dos funcionários do monumento a medidas nazistas.

Outra polêmica envolvia a influencer Thais Carla, quando Nikolas compartilhou uma foto dela nas redes sociais com um comentário considerado gordofóbico: "Tiraram a beleza e ficou só o Globo", fazendo alusão ao personagem carnavalesco "Globeleza", interpretado pela modelo Valéria Valenssa.

Os advogados de Thais entraram na Justiça com pedido de indenização por danos morais e uso indevido de imagem. Apesar das polêmicas, o deputado apresentou vários projetos de lei ao longo do seu mandato, alguns deles incluem:

  • Projeto de Lei nº 1.174/2023: Propõe a criação do Programa Nacional de Recuperação de Endividados, com o objetivo de oferecer suporte financeiro e orientação para pessoas físicas e jurídicas endividadas.
  • Projeto de Lei nº 2.053/2023: Trata da alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, visando mudanças na educação básica e superior; 
  • Projeto de Lei nº 1.032/2023: Propõe a instituição de políticas de incentivo ao empreendedorismo jovem;

Em 2021, Nikolas conseguiu aprovar, como coautor, a proposta que inclui a educação financeira no currículo das escolas municipais. A Lei 11328/2021, sancionada pelo então prefeito Alexandre Kalil, institui o “Empreendedorismo e Noções de Direito e Cidadania como temas a serem abordados no contra turno das escolas municipais de educação integral”.
 

Maicon Sulivan: Black Power do Bolsonaro  

O influencer e atualmente pré-candidato a vereador em São Paulo, pelo PL (Partido Liberal), ganhou notoriedade principalmente nas redes sociais e na mídia como um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido por sua postura política e por se identificar com o movimento Black Power.

Em 2021, durante uma conversa com o então presidente da república na saída do Palácio da Alvorada, Maicon ouviu em tom de brincadeira a seguinte frase: "Como é que tá a criação de baratas?", associando o cabelo afro à falta de higiene. Em seguida, Bolsonaro comenta, “Você não pode tomar ivermectina que vai matar todos os seus piolhos”, disse Bolsonaro. 

Ivermectina é um medicamento que foi defendido na gestão do ex- presidente, para auxiliar no tratamento contra a covid, apesar de sua bula recomendar o uso contra parasitas, inclusive piolhos. 

Não houve comprovação científica de que o medicamento realmente é eficaz no combate à doença e nem aprovação pelos órgãos de saúde e Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).   

 

Sulivan e Jair Bolsonaro posando pra selfie - Fotos: Redes sociais 

O apoiador já foi alvo de comentários parecidos e mesmo após do ocorrido, afirmou que tem intimidade para brincadeiras com Bolsonaro.

“Então assim, só pra frisar que o presidente tem essa intimidade para brincar, da mesma maneira que dá liberdade para o pessoal brincar. Tudo que eu conquistei na vida é por causa de trabalho e meritocracia. Nada me difere de uma pessoa branca, como eles querem", afirma Maicon ao destacar que "não se considera um negro vitimista". 

O movimento Black Power surgiu nos Estados Unidos durante as grandes mobilizações da população negra pela igualdade de direitos civis nos anos 1960 do século passado, e teve forte influência sobre os negros da América Latina e do Caribe nos anos e décadas seguintes.

"O cabelo Black Power é uma resistência à estética do racismo estrutural. Numa sociedade racista, um dos aspectos mais presentes é a recusa da elegibilidade das pessoas negras serem bonitas. Isso passa pelo cabelo, de tal forma que os cabelos crespos eram colocados como ruins. A poetisa Elisa Lucinda até coloca em um dos seus espetáculos: ‘É um cabelo que está preso ou armado, que nem bandido’", explica Renato Noguera, filósofo, professor e estudioso da cultura africana.

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Após oito anos

Justiça fixa pensão até 2075 para família de rapaz morto com mangueira de ar

Valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00 e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner

16/12/2025 16h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Dupla condenadada por introduzir uma mangueira de ar comprimido – equipamento automático para lavagem de carros –  no ânus de Wesner Moreira, por “brincadeira”, no lava-jato em que trabalhavam, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea terão de pagar pensão à família do jovem até 2075, ano em que o garoto completaria 75 anos. 

O valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00, conforme cálculo homologado nos autos, e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner, em fevereiro de 2017. A ação de perdas e danos tramita na 16ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande e engloba os danos morais, danos materiais e as pensões vencidas, valor que gira em torno de R$ 1,32 milhão.

A Justiça manteve a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 500 mil, além de danos materiais referentes às despesas de funeral, no valor de R$ 1.149,97, ambos acrescidos de correção monetária e juros legais.

Neste mês, a Justiça realiza o processo de intimações para pagamento de custas, expedição de ofícios e pedidos de informações patrimoniais, com o objetivo de localizar bens passíveis de penhora da dupla, para garantir o cumprimento da decisão judicial. 

Condenação

A dupla foi condenada a 12 anos de cadeia em júri popular realizado em 30 de março de 2023, mas recorrereu da decisão do juiz, e saiu em liberdade. 

Após o crime, ambos não ficaram presos um sequer dia, prestaram depoimentos e foram liberados.

Em fevereiro do ano passado, sete anos após a morte de Wesner, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los

Júri Popular 

Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena, dono do lava-jato e Willian Enrique Larrea, funcionáriodo estabelecimento, negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.

Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.

Segundo ele, todos eram amigos e nunca tiveram desavença. Ele afirma ainda que não era a primeira vez que brincavam com a mangueira, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo.

No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado.

Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.

"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu na ocasião.

"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.

Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.

"Eu nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu com ele, se eu soubesse jamais teria brincado com ele com o compressor", afirmou.

Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.

Ele confirmou a versão de Willian, de que todos eram amigos e estavam brincando quando a mangueira foi direcionada a Wesner.

Eles falaram ainda que as brincadeiras com o compressor de ar eram comuns, mas não com direcionamento para as partes íntimas e nunca na maldade.

Em juízo, os réus destacaram que os três estavam “brincando” com a mangueira de ar, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo, quando ambos pegaram Wesner no colo, o seguraram e apontaram o compressor em direção ao ânus do garoto. 

Wesner foi levado ao hospital, alegando dores na barriga, vômito e inchaço abdominal. Permaneceu internado por 11 dias no Hospital Santa Casa de Campo Grande e morreu em 14 de fevereiro de 2017.

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transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

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