Cidades

ABANDONADA

No Centro, pedreira inativa representa risco e transtornos

Insetos, animais peçonhentos e assaltos estão entre os problemas

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Calçada desmoronando, focos de dengue, acúmulo de lixo, infestação de animais peçonhentos, assaltos e até desova de cadáveres. A coletânea de problemas provenientes da antiga Pedreira Nasser, atualmente conhecida como “buracão do São Francisco”, se tornou parte do dia a dia de moradores do bairro localizado em área central de Campo Grande. 

Localizada no quadrilátero entre as ruas Amazonas, Pedro Celestino, Pernambuco e Travessa Elias Nasser, a pedreira se encontra inativa desde os anos 1970. Do local, foram retiradas as pedras utilizadas na edificação de construções antigas da Capital e na pavimentação de vias da cidade. A explosão de dinamites para retirada de minérios causou a perfuração do lençol freático, causando alagamento de parte da área. Tão históricos quanto a existência da pedreira são também os transtornos causados pelo terreno. Segundo moradores antigos, denúncias feitas ao poder público acumulam-se ao longo da história do bairro e seguem sem providências efetivas. 

Uma das principais reclamações é sobre os surtos de dengue recorrentes entre quem reside próximo à antiga pedreira. Morando na região há mais de 12 anos, a dona de casa Adriana Lima, 65 anos, foi uma das afetadas pela doença e conta que muitos de seus vizinhos também adoeceram. “Está cheio de lixo e de água parada e isso não é de agora. Na época de chuva, a situação piora e aquilo se torna um criadouro de mosquito; é foco de dengue”, afirma. 

Também é na época de chuva que outro problema surge: as casas vizinhas são invadidas por caramujos, moluscos vetores de diversas doenças como esquistossomose, meningite eosinofílica e estrongiloidíase. “Quando chove, aparecem caramujos por todo lado, subindo pelas paredes aqui das casas. É um horror”, relata dona Adriana.

Outro receio dos moradores é a instabilidade do solo no local. Calçadas localizadas no entorno do terreno apresentam rachaduras, raízes de árvores à mostra e, em alguns trechos, pedaços do concreto já desmoronados. Derluce Barbosa, 85 anos, conta que foi atropelada recentemente na rua Pedro Celestino por precisar andar na rua, por conta do calçamento instável que inviabiliza a circulação de pedestres.

Mostrando os braços ainda ralados, a aposentada acredita que teve sorte de não sofrer danos mais graves no atropelamento. “Desviei da calçada e um carro acabou me acertando. O motorista fugiu, mas moradores daqui me ajudaram. Se a calçada tivesse boa, quem anda por ali não ia precisar ir pela rua e correr risco”, relata.

Moradora do bairro há mais de 40 anos, Derluce também já teve dengue, que acredita ter sido causada por mosquitos nascidos nas águas paradas do terreno. “Essa pedreira já causava problema para morador antes mesmo de eu chegar. O pessoal faz denúncia mas nada adianta”, completa.

A Prefeitura, a Secretaria de Obras e a Secretaria de Saúde do Município foram contatadas pela reportagem. Ao ser avisada da situação pelo Correio do Estado, a assessoria da Prefeitura informou que foram realizadas fiscalizações no local, que é área particular, e que já foram emitidas notificações referentes “tanto à limpeza do terreno como à adequação da calçada”. Já a assessoria de Secretaria de Obras informou que uma equipe da manutenção de drenagem irá até o local avaliar as condições das calçadas. Até o momento, a Secretaria de Saúde não retornou o contato.

OUTRO LADO 

O terreno pertence à família Kadri há cerca de 10 anos. Apesar da apuração da reportagem e dos relatos feitos pelos moradores, Mafuci Kadri, proprietário do terreno, questionou o informado, alegando que o lote não é baldio e que limpezas são feitas conforme o exigido. “Se tiver mesmo um problema, eu vou fazer algo a respeito e solucionar”, disse o proprietário por telefone. 

 

 

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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