Novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Souza, nomeado hoje pelo presidente Jair Bolsonaro, decidiu, como primeiro ato, trocar a chefia da superintendência da PF no Rio de Janeiro, que investigava milícias e também denúncias de corrupção envolvendo Flávio Bolsonaro, no caso Queiroz.
Comandante da PF no Estado, Carlos Henrique Oliveira, foi convidado para ser diretor-executivo, deixando a chefia.
Rolando Alexandre de Souza foi exonerado do cargo que ocupava na Agência Brasileira de Inteligência e nomeado para exercer o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Ele é considerado braço direito de Alexandre Ramagem, que foi impedido de assumir a PF por decisão do Supremo Tribunal Federal por ser muito próximo da família Bolsonaro.
No entanto, segundo informações de pessoas próximas ao presidente, Ramagem tem participado diretamente das decisões sobre o futuro da PF, enquanto Bolsonaro tenta reverter a decisão do Supremo.
No dia 24 de abril, Sérgio Moro se demitiu do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública após o presidente informar que tiraria Maurício Valeixo da chefia da PF. Moro afirmou que o presidente queria mexer no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.
"O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm de ser preservadas", disse Moro ao anunciar a saída do governo
As acusações levaram à abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura as acusações do ex-ministro. No sábado, Moro prestou depoimento de mais de oito horas na sede da PF.


