Victor Henrique Woitschach, popularmente conhecido como "Ique" e reconhecido como o "pai" da estátua do Poeta Manoel de Barros no centro de Campo Grande, receberá R$ 75,6 mil para o serviço de restauração e revitalização da imagem, vandalizada, que se encontra sem um dos pés há mais de dois anos.
Inaugurada em homenagem ao aniversário de 101 anos do poeta, a estátua foi instalada embaixo de uma figueira localizada no canteiro da Av. Afonso Pena, com a Rua Rui Barbosa, onde permanece até hoje, mesmo perdendo seu pé cerca de quatro anos após sua instalação.
Vale lembrar que, ainda em 19 de abril de 2021, a estátua - que tem cerca de 400 kg de bronze, medindo 1,38 m de altura e 1,60 m de largura. - "amanheceu" sem o pé esquerdo do poeta.
Desde então, visitas e inspeções foram feitas na estátua, como a vistoria técnica realizada pelo próprio escultor, em 08 de junho daquele mesmo ano. Na ocasião, o olhar atento de Ique identificou não somente a perda do pé, como algumas outras avarias feitas em sua obra.
"Além do pé, seu rosto está castigado pelas marretadas, e seus óculos bem tortos, avariados, necessitando também de restauração", indicou Ique, que mesmo diante do problema, demostrava-se feliz em estar na Capital junto da Fundação e Secretaria de Cultura locais, para trazer novo vida à estátua.
Já na manhã desta terça-feira (05), foi publicado junto ao Diário Oficial de Mato Grosso do Sul (página 207), o extrato da contratação de Ique.
Detalhes do serviço
Com o prazo total de seis meses, contabilizados a partir da assinatura e pagamento da primeira parcela, o artista Victor Henrique Woitschach receberá os R$ 75,6 mil.
Como detalha a publicação em Diário Oficial, essa revitalização acontece para reparar os vandalismos que arrancaram parte da estátua; deformaram diversas partes da imagem, além de recuperar o bronze que em alguns pontos já oxida, devido às intempéries climáticas.
Empacada há tempos
Ainda em junho de 2021, a Secretaria de Cidadania e Cultura e Fundação de Cultura indicavam que "em breve" Manoel estaria recuperado.
Foi só após o incidente e a perda do pé de Manoel que o sistema de monitoramento central, implantado na região desde 2015 e operado pela Guarda Civil Metropolitana, teve uma câmera apontada para permitir a fiscalização do monumento, já que as ações de vandalismo não foram captadas pela vigilância.
Quase um ano depois, a resposta permanecia a mesma, de que o projeto estava em andamento, dependendo, entre outros fatores, da agenda de Woitschach para planejamento das ações.
Já em abril deste ano, o então diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Max Freitas, sinalizou o prazo de três meses para restauração da estátua, o que não aconteceu.
Passados os 90 dias, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul informou ao Correio do Estado em agosto, que o atraso aconteceu graças à mudança na gestão do órgão, e que trabalhava em negociações para restaurar a obra.
Em setembro, Eduardo Mendes foi nomeado diretor-presidente da Fundação de Cultura de MS, sendo ele quem assina o contrato com Ique, firmado ainda em 21 de novembro deste ano.
**(Colaborou Alanis Netto)