Cidades

Declaração

"Nunca mais", diz concurseira que desmaiou em teste físico da Polícia Militar em MS

Candidata destacou ao Correio do Estado que não irá se submeter novamente a qualquer teste que envolva aptidão física

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Bacharel em direito, a campo-grandense Gabriela Fornazari, de 28 anos, declarou que “nunca mais” irá se submeter a qualquer prova ou concurso que envolvam testes de aptidão física (TAF). Na última quarta-feira (2), a concurseira desmaiou durante a realização do concurso para a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), realizado no Centro Olímpico da Vila Nasser, região oeste de Campo Grande. 

Veja o momento emque a bacharel em direito desmaia durante a prova: 

 

Além de Gabriela Fornazari, diversos outros candidatos acabaram passando mal durante a realização do teste que vitimou o concurseiro Arthur Matheus Martins Rosa, de 25 anos, nesta quinta-feira (3).

Natural de Goiás, Martins veio ao estado somente para a realização do concurso. “Após o ocorrido eu comentei com algumas amigas que concursos e provas que envolvam questões físicas não sejam para mim, é muito duro.  Mesmo com todos os testes anteriores, uma coisa é você estar apto, em condições, outra coisa é o nervosismo e a pressão que envolvem o teste em si.”, frisou.

Mesmo munida de testes clínicos e prévios à realização do concurso, Gabriela Fornazari teceu algumas críticas à organização da prova.

“Com o início das dinâmicas previstas, com abertura dos portões às 6h e fechamento às 6h30, acreditei que chegando às 5h30, faria o exame aproximadamente no 2º ou 3º pelotão, por volta das 8h, o que não aconteceu. Apesar de ter chegado cedo, me deparei com uma fila quilométrica”, disse ao Correio do Estado.

Segundo ela, com cerca de 45 competidores por bateria, realizou a prova somente por volta das 11h. Em razão do tempo de espera, Fornazari frisou que ela e outras candidatas começaram a questionar os fiscais para irem ao banheiro antes da realização da corrida.

“De início, a fiscal que estava junto da gente alegou que não poderíamos ir ao banheiro, uma vez que, segundo ela, já estávamos sendo avaliados. Ela alegou que ‘em situação de prova vocês (concurseiras) não podem ir ao banheiro,estão em um teste para ser policial, vão pegar sol mesmo’, relatou a jovem, que conseguiu ir ao banheiro após muita resistência da organização. 


Sem acesso a relógio ou celular, Gabriela disse ter questionado outro fiscal sobre o horário da manhã enquanto esperava o teste. Sem resposta, a concurseira disse que o relógio no pulso do fiscal marcava 10h25, horário confirmado pelo homem que disse que ela estava com “boa visão”. 

Questionada sobre o momento do ocorrido, a competidora disse que esta foi a primeira vez em que realizou um teste de aptidão física. Fornazari detalhou o momento em que desmaiou durante o teste.

“Foi a primeira vez que realizei o teste de aptidão física, desmaiei já na última volta estava com um pouco de falta de ar na corrida. Nisso eu comecei a respirar muito rápido, mas nada que me comprometesse, até porque eu fui submetida a exames médicos antes da realização da prova. Minha visão ficou turva neste momento. Percebi que havia realizado cerca de 9 min e 14 segundos de prova, com isso pensei que teria cerca de dois minutos para terminar o teste, acelerei e faltando cerca de 270 metros para acabar a prova,  desmaiei.”, destacou. 

Sobre a organização do evento, a campo-grandense disse que todos os fatores culminaram para o desfecho de seu desmaio durante a prova, inclusive questões psicológicas que permeiam a realização da prova. “Por toda a questão psicológica que envolve o evento, não consegui me alimentar corretamente, antes da realização da prova, me alimentei somente por volta das 4h40 apenas com meia barra de cereal e um pouco de água”, falou.

Após passar mal, Gabriela Fornazari disse ter perdido a noção do tempo, e segundo relatos dos presentes, a organização do evento esperou o término da prova para então socorrê-la. “Perdi a noção do tempo, pelo que me disseram, esperaram o fim do exame para me atenderem. Não acho que paralisaram o teste, de fato, mas acredito que a ambulância poderia estar mais próxima da pista de prova, por “sorte” tive um desmaio, e não uma parada cardiorrespiratória. Fui bem atendida.”, complementou.

A bacharel em direito disse que foi até orientada a entrar com recurso junto ao Ministério Público, mas que, entretanto, não irá dar sequência nos trâmites.

“Acredito que não farei isso, não estou com vontade de passar por toda essa pressão novamente, porque, se tudo der certo, provavelmente eu teria que fazer a prova novamente e estou com zero vontade de passar por isso de novo”, finalizou. 

Saúde

Diante do ocorrido, o médico esportivo, Vitor Moreira Camilo da Silva, salientou que 
o calor é um fator determinante para questões que envolvem desempenho esportivo e físico, como o teste de aptidão física.

De acordo com o profissional, é extremamente relevante realizar uma avaliação prévia à participação esportiva é “realizar exames e testes cardiológicos, nos quais o médico questiona sobre eventuais problemas, além do teste ergométrico. O teste físico é o ponto máximo de exigência, onde o corpo se depara com o máximo de potência, momentos em que se identificam inclusive potenciais doenças cardíacas e congênitas”, disse. 
Segundo o profissional, avaliações como estas podem ser realizadas em um período de até um ano antes da competição ou concurso. Sobre muitas pessoas passarem mal durante a prova, Moreira disse que a má realização dos testes prévios podem contribuir para o desempenho ruim em dia de prova.

“Acontece que muitas pessoas passam por testes como esses e os encerram muito rapidamente. O cardiologista acaba liberando, o competidor ou concorrente vai para a prova, muitas vezes sem o treinamento adequado. Em contrapartida, aquele que treina adequadamente, consegue completar a prova de forma satisfatória porque há o ganho gradual de condicionamento”, complementou. 

Sobre a alimentação, o médico esportivo disse que, caso o edital permita, é extremamente relevante que o concurseiro leve seu alimento, e água, a fim sobretudo de evitar hipoglicemia e desidratação, principais sintomas que contribuem para o mal súbito.

O médico recomendou que em momentos como estes, a ingestão de carboidrato, é muito importante. Quanto ao tempo de ingestão, o recomendado é que a pessoa consuma carboidrato sobretudo na noite anterior ao evento,ou mesmo antes da prova, além de frutas e, suplementos, e refeições à base de cereais, batatas, pães.

Quanto à organização, segundo Vitor Moreira,  uma alternativa seria dividir os testes em um maior número de dia e em grupos maiores de concorrentes. “Imagina se em uma maratona o competidor espera cerca de quatro ou cinco horas para competir? A preocupação com o bem-estar do candidato também é importante.”, disse. 


Para o profissional, o competidor deve manter uma rotina de atenção ao próprio corpo e aos sinais que este pode emitir. “Realizar a avaliação prévia e se atentar aos eventuais sintomas. Se observar que está mal, com tontura, o recomendado é buscar um médico para uma avaliação completa e acender um alarme para evitar questões mais extremas”, finalizou. 
 

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TRIBUTAÇÃO

Morador de Campo Grande é o que mais gasta com iluminação pública no Brasil

Arrecadação bruta da Cosip da Capital se aproximou de R$ 200 milhões em 2024, três vezes maior que a de Porto Alegre

22/12/2025 09h00

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante Súzan Benites/Correio do Estado

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Entre as grandes cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, Campo Grande é o lugar onde moradores mais gastam com a Contribuição Social para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip).

Proporcionalmente, a capital do estado de Mato Grosso do Sul está entre as que mais arrecadam no Brasil e tem uma receita anual com a taxa, cobrada de maneira casada com a conta de luz, maior que a do município de Curitiba (PR), que tem o dobro da sua população.

Levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) indica que, em todo o ano de 2024, a capital de Mato Grosso do Sul teve uma receita bruta de R$ 196,8 milhões com a Cosip. O custo per capita para os moradores da cidade é de R$ 206,24 – o maior do Brasil.

Na capital paranaense, que tem 1,83 milhão de habitantes, praticamente o dobro dos 960 mil habitantes de Campo Grande, foram arrecadados R$ 154,1 milhões em 2024, resultando em uma Cosip per capita de R$ 84,27.

Foi o suposto mau uso desta verba de centenas de milhões de reais que levou o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) a desencadear, na sexta-feira, a Operação Apagar das Luzes, que investiga um esquema de corrupção em contratos de iluminação pública da Prefeitura de Campo Grande.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em um caso que indica a ocorrência de reiteradas fraudes na licitação, além de contratos firmados para a execução de serviço de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande, já tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões. As empresas envolvidas na operação seriam a Construtora B&C Ltda. e a Construtora JLC Ltda.

A JLC, por exemplo, é a empresa contratada pelo Município para promover a decoração natalina de Campo Grande, por R$ 1,7 milhão. Neste ano, apesar do valor, a decoração se restringiu apenas à área central da cidade.

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

ALTA ARRECADAÇÃO

Os números do levantamento da FNP mostram que na Região Centro-Oeste a arrecadação com a Cosip destoa de outras capitais. Os R$ 196 milhões arrecadados pela Prefeitura de Campo Grande em 2024, que correspondem a 3,6% de sua receita corrente líquida, são mais que o dobro do valor arrecadado em Goiânia.

Na capital de Goiás o município recolheu R$ 98,4 milhões na cobrança casada com a conta de luz. Goiânia, contudo, tem 1,4 milhão de habitantes, o que corresponde a uma Cosip per capita de R$ 65,87, quase um terço dos R$ 206,24 de Campo Grande.

No Centro-Oeste, a segunda e terceira maiores contribuições de iluminação pública estão em Cuiabá (R$ 142,45 per capita) e Dourados (R$ 142,04).

No Brasil, nenhuma cidade com mais de 200 mil habitantes tem uma Cosip per capita superior à de Campo Grande.

CONTRATOS

Como mostrou reportagem do Correio do Estado, dados do site da Transparência da Prefeitura de Campo Grande trazem que a iluminação pública da Capital é dividida em sete contratos independentes, para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A Construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que, somados, estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a Construtora JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21.

Avaliado em R$ 4.300.411,70, o Lote 6 ficou sob responsabilidade da MR Construtora. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, essa empresa também estaria sendo investigada por estar envolvida nos contratos.

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CAMPO GRANDE

Cavalos invadem avenida e são recolhidos no Terminal Guaicurus

Manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais

22/12/2025 08h45

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos. Reprodução

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Uma cena inusitada chamou atenção, na madrugada desta segunda-feira (22), em Campo Grande: seis cavalos foram recolhidos para dentro do Terminal Guaicurus após serem flagrados perambulando pela região.

Conforme apurado pela reportagem, a manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais.

Em seguida, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) flagrou a tropa andando pela pista e resolveu recolhê-los para dentro do Terminal Guaicurus, com o objetivo de mantê-los em segurança e resguardar a vida da população.

A manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Os bombeiros acionaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas, o órgão não possui plantão noturno. Também acionaram a Polícia Militar Ambiental (PMA), mas, de acordo com a PMA, só é possível atender animais silvestres.

Logo em seguida, o dono dos animais foi localizado. Ele afirmou aos bombeiros que a porteira ficou aberta e por isso os animais fugira. Com isso, os militares conduziram o animal até o local de origem.

 

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