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OAB combate golpe do "falso advogado" com auxílio de plataforma

Com 408 golpes em menos de um mês em Mato Grosso do Sul, saiba como verificar a identidade do profissional para não cair nas mãos de estelionatários

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Com o aumento de casos de criminosos se passando por advogados e aplicando golpes financeiros em todo o país, a Ordem dos Advogados do Brasil lançou um site para auxiliar a população.

Somente em Mato Grosso do Sul, segundo dados da OAB-MS, entre o dia 20 de março até agora, foram registradas 408 denúncias de pessoas ludibriadas por bandidos no golpe do “falso advogado”.

Com casos, conforme noticiado pelo Correio do Estado, onde uma mulher perdeu mais de R$ 14 mil após ser vítima de estelionato no golpe do "falso advogado", que chegou a fazer uma videochamada pedindo transferências.

Como evitar o golpe

Em uma tentativa de proteger o cidadão, a OAB Nacional lançou o site ConfirmADV, que pode ser acessado por meio do link https://confirmadv.oab.org.br/.

Cabe ressaltar que, caso a pessoa seja procurada pelo suposto advogado por meio das redes sociais, é necessário anotar os dados como o número de inscrição na OAB, o estado e o e-mail.

Com os dados em mãos, basta preencher a plataforma ConfirmADV, fornecendo todas as informações solicitadas. A partir de então, uma solicitação será enviada para o e-mail do advogado, com a mensagem de que o cliente quer confirmar sua identidade.

O profissional terá até 5 minutos para responder e confirmar a mensagem. Ao fazer isso, o cidadão receberá uma identificação com a confirmação validada, garantindo que não está tratando com um golpista.

Se não houver resposta, tanto a pessoa que solicitou a confirmação quanto o advogado serão notificados de que a confirmação da verificação não ocorreu.

O site  é integrado ao Cadastro Nacional dos Advogados (CNA), qualquer pessoa pode entrar e consultar a identidade de um advogado inscrito nos quadros da OAB.

“A OAB atua em todo o território nacional para proteger a advocacia e a sociedade. Nosso compromisso é garantir que as pessoas tenham acesso à informação correta e saibam como reagir diante de tentativas de golpe. Prevenção é uma responsabilidade coletiva”, disse o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti.

Entenda como funciona o golpe

O Conselho Federal da OAB informou que o estelionatário aplica o golpe do “falso advogado” por meio de aplicativos de mensagens e redes sociais.

Para induzir ao erro, o criminoso usa nomes, fotos e informações tiradas de processos judiciais.

Enganando as vítimas que precisam de determinadas quantias para liberação de valores judiciais, o criminoso pede transferências via Pix.

Onde denunciar?

O presidente da OAB/MS, Bitto Pereira, informou à reportagem do Correio do Estado que a Ordem criou, no site de Mato Grosso do Sul, um canal específico para receber denúncias.

"Além do canal do Conselho Federal, a OAB/MS criou no seu site um canal específico para denúncias do golpe do falso advogado. Estamos apurando todos os casos e encaminhando às autoridades competentes. Esse é um problema muito grave que ocorreu em todo o Brasil e a OAB/MS está fazendo sua parte para tentar apurar e punir os responsáveis", afirmou.

Caso tenha sido vítima de um golpe, é possível fazer a denúncia no site Nacional https://fiscalizacao.oab.org.br ou no site da OAB/MS https://oabms.org.br/denuncia-falso-advogado/.

Dados dos golpes por região

  • São Paulo: 1,6 mil denúncias desde 2024
  • Minas Gerais: 516 denúncias
  • Acre: 395 denúncias entre 2022 e 2025
  • Bahia: 367 denúncias desde abril de 2023
  • Rio de Janeiro: 323 denúncias
  • Ceará: 316 denúncias, com relatos de múltiplas vítimas por cliente
  • Mato Grosso do Sul: 301 denúncias entre 20 de março e 15 de abril de 2025
  • Alagoas: 294 casos de golpe registrados desde setembro de 2022
  • Espírito Santo: 134 registros desde fevereiro de 2025
  • Santa Catarina: 134 registros — 124 em 2025 e 10 em 2024
  • Paraná: 1.206 denúncias
  • Pernambuco: mais de 120 denúncias
  • Distrito Federal: 84 denúncias desde janeiro de 2025
  • Rondônia: 94 denúncias apuradas
  • Mato Grosso: mais de 73 casos
  • Goiás: aproximadamente 60 denúncias registradas na capital
  • Maranhão: 40 denúncias recebidas
  • Amapá: um advogado teve cerca de 40 clientes abordados
  • Amazonas: 16 casos registrados

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Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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