A obra de revitalização do complexo empresarial Terminal do Oeste Heitor Eduardo Laburu, a antiga rodoviária de Campo Grande, terá início no fim do ano.
A obra está orçada em R$ 17 milhões. A Caixa Econômica Federal é a responsável pela liberação dos recursos do projeto e pelo repasse da verba do governo federal, porém o processo ainda segue em análise.
Assim que a versão final for aprovada, o município pretende lançar a licitação, o que deve ocorrer no segundo semestre.
Conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), a obra tem previsão de um ano para ser concluída e a expectativa é de que fique pronta em 2022.
Conforme a chefe da Coordenadoria Especial da Central de Projetos da Prefeitura de Campo Grande, Catiana Sabadin, que também é responsável pela obra, um problema antigo da Capital será resolvido com as intervenções no local.
“Essa é uma obra muito emblemática, que a cidade de Campo Grande aguarda há muito tempo, sendo uma peça fundamental na segunda etapa do Reviva Centro. O município está conseguindo fazer frente a um problema antigo que agora será solucionado”, afirma.
Mudanças
As intervenções serão realizadas com a segunda etapa do Reviva Centro, de modo que as ruas no entorno da antiga rodoviária, entre elas Joaquim Nabuco, Vasconcelos Fernandes, Barão do Rio Branco e Dom Aquino, serão interligadas com as principais vias da cidade, compreendendo um espaço de aproximadamente 80 quadras.
Sabadin esclareceu que o local que passará por requalificação será a área que era destinada ao embarque e ao desembarque de passageiros, que será transformado em sede de várias repartições públicas, oferecendo diversos tipos de serviços à população.
Haverá espaço para a Guarda Municipal, para a Central do IPTU, para o setor de posturas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) e para a área de atendimento aos mutuários da Agência Municipal de Habitação e aos beneficiários dos programas sociais gerenciados pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
A estrutura, que ficará sob responsabilidade da administração pública, tem 4,5 mil metros quadrados. Outros 24 mil metros quadrados compreendem 240 lojas, que pertencem a 90 donos diferentes. Esses espaços poderão reabrir quando a reforma for concluída.
O projeto pretende revitalizar a parte pertencente à Prefeitura de Campo Grande, que corresponde a 9% do prédio. A antiga rodoviária receberá recursos do Banco Internacional de Desenvolvimento (BID) para as intervenções.
EMBLEMÁTICO
O terminal rodoviário foi desativado em 2009, e desde então a situação no local só se agravou. Com isso, a Prefeitura de Campo Grande inaugurou um terminal novo, bem mais moderno, na saída para São Paulo.
Por diversas vezes as administrações passadas de Campo Grande falavam em reformar a estrutura, mas nenhuma promessa havia sido concretizada até que, em 2019, a prefeitura abriu licitação para a contratação de uma empresa.
O projeto de reforma foi realizado pela empresa Restaura Arquitetura e já foi entregue à prefeitura.
A previsão inicial era de que a obra fosse licitada no ano passado, contudo, com a pandemia, muitos servidores públicos e da própria empresa vencedora da licitação para fazer o projeto ficaram afastados, com isso houve atraso e as etapas do certame não foram concluídas. Caso a reforma tivesse começado no ano passado, a entrega seria neste ano.
O espaço é utilizado por inúmeros usuários de drogas, que vivem no local e o usam como ponto de uso e de venda de entorpecentes. No ano passado, a Polícia Militar, com apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), iniciou operações na região com o objetivo de reduzir o número de pessoas em situação de rua e de traficantes.
Porém, com a pandemia da Covid-19, essas ações foram paralisadas, e o que se viu foi a volta dessas pessoas para a região, o que também traz insegurança para os lojistas do antigo terminal e para os moradores e as pessoas que passam pelo entorno do prédio.