Cidades

Habemus Papam

"Obrigado, papa Francisco". Em discurso, Leão XIV cita a necessidade da igreja de promover a paz

O discurso aconteceu na revelação do novo papa na janela da Capela Sistina para um público de mais de 45 mil pessoas em Roma.

Continue lendo...

“Que a paz esteja com todos vocês”. Foi assim que Robert Prevost, o Papa Leão XIV, iniciou seu discurso na janela da Capela Sistina para o público de mais de 45 mil pessoas.

“Uma paz desarmada, desarmante, humilde, que provém de Deus, um Deus que nos ama incondicionalmente”.

O novo Papa relembrou, também, o legado de Francisco como “uma voz que abençoava Roma e ao mundo”, especialmente em sua última aparição pública na manhã do domingo de Páscoa. Além disso, reforçou o desejo de dar prosseguimento à mesma crença de Francisco, a de que Deus ama a todos e que “o mal não irá prevalecer”. 

Por diversas vezes, o Papa Leão XIV falou sobre a necessidade da Igreja de construir pontes entre as pessoas, principalmente através do diálogo. 

“Portanto sem medo, juntos, de mãos dadas com Deus e os os outros, prossigamos! Somos discípulos de Cristo, Cristo nos precede, o mundo precisa da Sua luz. A humanidade precisa dele como ponte para ser alcançada por Deus e por Seu amor. Nos ajude e também, uns aos outros, nos ajudem a construir pontes com diálogos, com encontros, todos juntos, como um único povo, pela paz. Obrigada, papa Francisco."

Robert Francis Prevost, nasceu em 14 de setembro de 1955, em Chicago, Illinois, Estados Unidos. O novo papa tem 69 anos e é da Ordem dos Agostinianos, que tem desempenhado papéis importantes dentro da Igreja Católica. 

Durante seu discurso, o novo Papa fez questão de saudar os católicos do Peru, na América do Sul, onde realizou trabalho missionário por muitos anos nos anos 80 e onde foi chanceler da Prelazia Territorial de Chulucanas em 1985 e 1986. 

Conhecido como “pastor de duas pátrias” devido ao seu trabalho na América do Sul, o Papa citou Santo Agostinho, que afirmava "convosco sois cristãos, e para vós, bispo", como um modo de integração entre os fiéis de todo o mundo.

“Neste sentido, podemos caminhar juntos em direção àquela pátria para qual Deus nos preparou” e ressaltou, mais uma vez, a necessidade da igreja romana de ser uma “ igreja missionária, uma igreja que constrói pontes e diálogo, sempre pronta a receber como nesta praça, de braços abertos, todos aqueles que precisam da nossa bondade, presença, com diálogo e amor”.

Prevost, que havia se tornado cardeal há apenas dois anos, liderará a Igreja Católica em um momento de perda gradual de fiéis e terá de fazer frente à alta popularidade do papa Francisco. 

"Queremos ser uma igreja sinodal, que avança, que busca sempre a paz, a caridade, sempre estar próxima, principalmente daqueles que sofrem." 

Quem é Robert Prevost

Antes de ser eleito papa, Robert Prevost exercia dois dos cargos mais influentes no Vaticano: era prefeito do Dicastério para os Bispos — responsável por indicar os novos bispos ao redor do mundo — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

Com uma postura reservada e fala serena, Prevost evita aparições públicas e raramente concede entrevistas. Ainda assim, é reconhecido como um reformista alinhado ao espírito de renovação promovido pelo Papa Francisco.

Com formação robusta em teologia, é também especialista em direito canônico, o conjunto de normas que orienta a estrutura e funcionamento da Igreja Católica.

Sua vocação religiosa começou cedo: ingressou na vida consagrada aos 22 anos. Estudou teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, seguiu para Roma, onde aprofundou seus estudos em direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino.

Ordenado sacerdote em 1982, iniciou seu trabalho missionário no Peru dois anos depois. Atuou inicialmente em Piura e, posteriormente, em Trujillo, onde permaneceu por uma década — período que coincidiu com o governo autoritário de Alberto Fujimori. Durante esse tempo, não hesitou em denunciar abusos e chegou a exigir retratações públicas pelas injustiças cometidas.

Em 2014, foi nomeado administrador apostólico da Diocese de Chiclayo, onde recebeu a ordenação episcopal e serviu por nove anos, consolidando sua trajetória pastoral e seu compromisso com a justiça social.

Leão XIV

A escolha do nome Leão por um novo papa não é apenas uma decisão pessoal, mas um gesto carregado de significado histórico e espiritual. A tradição remonta ao século VI e representa a intenção de cada pontífice de se alinhar com os valores e legados de figuras marcantes da Igreja Católica.

Um dos papas mais emblemáticos a carregar esse nome foi São Leão I, que liderou a Igreja entre os anos 440 e 461.

Sua firmeza e habilidade diplomática ficaram registradas na história, especialmente por ter convencido Átila, o Huno, a recuar diante de uma iminente invasão a Roma. Esse episódio consolidou sua imagem como um defensor da fé e protetor da cidade.

Ao longo dos séculos, outros pontífices também optaram por esse nome, como Leão XIII, reforçando a simbologia de força, resiliência e liderança espiritual.

Ao adotar o nome Leão, o papa atual sinaliza não apenas reverência aos seus predecessores, mas também um compromisso com as virtudes que moldaram a história da Igreja. 
 

27 vagas

UFGD abre concurso para professor com salários de até R$ 13 mil; confira

Inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet

23/12/2025 18h30

UFGD

Continue Lendo...

Com salários de até R$ 13 mil, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou edital de concurso público para provimento de cargos da carreira para 27 novos professores.

Conforme o edital, a remuneração inicial varia de R$ 3.399,47 a R$ 13.288,85, de acordo com a titulação exigida e o regime de trabalho.

Os valores são acrescidos de auxílio-alimentação (R$ 587,50) para jornadas de 20h semanais e R$ 1.175,00 para 40h semanais. As inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet.

As oportunidades contemplam campos como Administração, Agronomia, Biotecnologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão Ambiental, História, Letras, Engenharia de Alimentos, Pedagogia e Medicina, entre outros, conforme detalhado no edital.

Provas

O processo seletivo será composto por prova escrita, prova didática, ambas de caráter eliminatório e classificatório, além de prova de títulos, de caráter classificatório. O edital de convocação para o sorteio de pontos e para a prova escrita será publicado em 26 de março. O sorteio está marcado para 28 de março, e a prova escrita ocorrerá em 29 de março (domingo).

A prova didática será realizada nos dias 25 e 26 de abril, conforme edital específico dessa etapa. O procedimento de heteroidentificação está previsto para 12 de maio, enquanto o envio dos títulos ocorrerá de 19 a 21 de maio. O resultado preliminar será divulgado em 1º de junho, e o resultado final, após recursos, em 3 de junho.

A taxa de inscrição é de R$ 200, com possibilidade de pagamento até o último dia de inscrição, em qualquer agência bancária durante o horário de expediente. O edital completo, com a descrição das áreas, requisitos e demais orientações, está disponível aqui!

Isenção de taxa

Os pedidos de isenção da taxa de inscrição poderão ser feitos entre 16 e 26 de dezembro. Têm direito ao benefício candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo, além de doadores de medula óssea. O resultado preliminar da isenção será divulgado em 9 de janeiro, com homologação final prevista para 13 de janeiro, após análise de recursos.

Do total de vagas, a UFGD assegura políticas de ações afirmativas, destinando 25% para candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos), 3% para indígenas e 2% para quilombolas, independentemente da área. Também há reserva de vagas para pessoas com deficiência. Ao todo, sete vagas são destinadas a candidatos negros, uma para indígenas, uma para quilombolas e duas para pessoas com deficiência.

Assine o Correio do Estado

Crise na saúde

"Empurra-empurra" entre gestores pode deixar população sem atendimento médico

O CRM afirmou que, além da Santa Casa, outras casas de saúde sofrem com escassez total de medicamentos e materiais e especialidades médicas têm data para parar devido à crise

23/12/2025 18h15

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Mato Grosso do Sul afirmou que algumas especialidades médicas devem paralisar suas atividades na Santa Casa devido à falta de materiais, medicamentos e a falta de recebimento de salários há meses. 

A situação crítica foi confirmada pelo vice-presidente Dr. Flávio Freitas Barbosa nesta terça-feira (23). 

Segundo o médico, o “empurra-empurra” entre os órgãos gestores sobre a responsabilidade da Santa Casa, assim como de toda a crise na saúde municipal, só deve ser cessada através da Justiça, e tem causado prejuízos aos pacientes, bem como desistência de profissionais.

“A saúde do paciente não está em discussão, está vaga. Além de tudo, o maior dever do médico é promover saúde para o seu paciente, e isso está ausente do cenário discutido, há somente falas com acusações de ambos os lados. A gente precisa fazer isso porque, quem vai ser responsabilizado quando realmente acontecer de as pessoas sofrerem por desassistência médica? É a Secretaria Estadual de Saúde? É a Secretaria Municipal? É a própria instituição?”, indagou o Dr. Flávio. 

De acordo com uma nota emitida pelo CRM-MS, já foram realizadas vistorias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs), sendo constatados baixos estoques e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao funcionamento dos plantões de urgência. 

Além disso, também estavam escassos insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais primordiais para a segurança tanto do paciente como dos profissionais. 

Somado a isso, o Conselho ressaltou o decreto emitido pela Prefeitura Municipal que reduzia pela metade a gratificação dos servidores de saúde no período do final do ano. 

“A medida fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população”. 

Assim, algumas especialidades médicas da Santa Casa têm data para paralisar as atividades. 

  • Urologia tem notificação datada para o dia 29 de dezembro de 2025; 
  • A Ortopedia deve parar em 02 de janeiro de 2026; 
  • Cirurgias Pediátricas, Vascular e Geral estão datadas para o dia 07 de janeiro de 2026, que já operam com grandes limitações com risco de interrupção total antes da data; 
  • A Anestesiologia já está parcialmente parada, agravando a capacidade operacional da Santa Casa de Campo Grande. 

O vice-presidente do CRM ainda afirmou que o Conselho já havia alertado o Ministério Público sobre os impactos da crise que a instituição vinha enfrentando através dos resultados das vistorias e denúncias. 

“As vistorias feitas por esse Conselho são todas transparentes e foram encaminhadas a que, de fato, deveria ter o conhecimento, que é o Ministério Público. Esse momento crucial, esse momento de agora, foi alertado ao longo do período. Nossa preocupação é com o bem estar das pessoas, que tem sido precarizado, neste momento, pelo maior hospital do Estado, tanto em atendimento dos profissionais, que já registraram desistência de certas atividades nas próximas semanas, como em questões internas, como falta de leitos e de material de trabalho. É uma situação preocupante para todos nós”. 

Santa Casa de Campo GrandeDr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

GREVE

Para o CRM, caso a greve seja realmente instaurada na instituição, recai ao Sindicato dos Médicos a aceitação ou não do movimento. No entanto, o pedido de greve pela Instituição foi recebido com estranheza pelos órgãos. 

“A greve é o último cenário a ser avaliado. Mas, diante da situação colocada, deve ser avaliada por quem está na base, sempre ressaltando que é uma manifestação pessoal e não pode ser usada como opção política. A greve tem que ser usada como opção de reivindicação do trabalhador, constituída em lei, quando as condições de mudança não são atendidas. Não pode, por exemplo, um médico estar a seis meses sem receber, sem décimo terceiro”, avaliou o médico. 

A estranheza se deu ao fato de que, na última segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) recebeu ofícios da Santa Casa sugerindo a deflagração de uma greve pela categoria médica, o que implicaria na paralisação completa do oferecimento dos serviços à população. 

A medida foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de “lockout”, que é a paralisação total das atividades para exercer pressão, o que é proibido pela legislação brasileira. 

"Este sindicato se propôs a reunir a categoria para discutir o parcelamento proposto. Contudo, antes mesmo da decisão dos médicos, a Santa Casa sinalizou favoravelmente a uma greve que sequer havia sido discutida. Questionamos qual a real intenção por trás dessa conduta", pontuou em nota o presidente do Sinmed, Dr. Marcelo Santana.

Assim, o corpo jurídico do Sindicato pediu a imediata intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) nas negociações, assim como o pedido judicial pelo pagamento do 13º salário em atraso, responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação. 

A paralisação parcial das atividades dos enfermeiros e serviços administrativos da Santa Casa segue em andamento pelo segundo dia consecutivo. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).