Cidades

SEGURANÇA

Os riscos por trás da política de segurança do WhatsApp: vale a pena migrar de aplicativo?

Especialista em segurança digital analisou termos da plataforma para os leitores do Correio do Estado

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O WhatsApp mudou a política de privacidade e quem não aceitá-la vai perder a conta. Usuários recebem uma mensagem detalhando todos os dados que a empresa coleta e compartilha, estourando a polêmica acerca da segurança, da quantidade e tipo das informações salvas pelo aplicativo, como a localização e modelo do celular. Porém, até que ponto essas alterações são novidade e representam algum risco?

A pedido do Correio do Estado, Guilherme Colombeli, que faz parte de um grupo de técnicos de informática conhecido como Sucuri, que trabalha com segurança da informação, analisou a política de guarda e compartilhamento de informações no site oficial do WhatsApp. “Basicamente a empresa já armazenava esses dados, mas até então não os compartilhava com o Facebook, que apesar de ser dona da WhatsApp, é registrada como companhia diferente. Para começar a “dividir” as informações entre si, os clientes precisam ser avisados”, afirmou à equipe de reportagem.

Esse alerta não é feito por cordialidade, mas é obrigatório desde que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor, em 2020. O que poucas pessoas entendem, diz Colombeli, é que antes a internet era como “terra de ninguém”, muitas vezes com as empresas trocando dados entre si. O que não passava de uma teoria da conspiração veio à tona e assusta ver como a privacidade é de fato frágil na rede mundial de computadores. 

“Do ponto de vista da segurança, não mudou muita coisa. É preocupante que tantos aplicativos coletem tantos dados desnecessários para cumprirem sua função, mas geralmente isso é feito para traçar um perfil dos usuários e, no caso de empresas como Facebook e Google, "conectar" melhor os aplicativos e navegação”, diz o especialista.

É o que acontece quando alguém pesquisa no Google, por exemplo, a palavra “cafeteira”. Ao entrar na rede social, começarão a tomar conta da tela anúncios vendendo esse tipo de eletrodoméstico. 

MIGRAR PODE SER UM ERRO

Ainda que pareça assustador ter informações pessoais trocadas por empresas cujas sedes sequer são instaladas no Brasil, é preciso ter cuidado com a plataforma usada. Não é só porque o programa não guarda suas informações que ele é mais seguro.

“Muita gente que migra pro Telegram, que é a mais popular das alternativas, não tem consciência de que, do ponto de vista da privacidade, ele chega a ser pior que o WhatsApp, pois o modo padrão dele é encriptar apenas mensagens entre o cliente e o servidor, mas elas ficam armazenadas na nuvem, sem criptografia. Inclusive foi assim que conseguiram acessar aquelas mensagens de contas inativas do pessoal da Lava Jato”, lembra Colombeli.

Já o Signal é uma opção viável, já que ele usa a chamada “criptografia de ponta a ponta” por padrão. No Telegran, é preciso buscar e ativar a opção “chat secreto” para que isso aconteça. “Além disso, a interface do Signal dá ênfase em detalhes de segurança, como se a chave foi verificada por canal seguro ou não, além de ter chat seguro em grupo”, pontua o especialista.

Se por um lado a política de privacidade do Telegram não levanta o mesmo tipo de preocupação que a do WhatsApp (pelo menos por enquanto), a empresa fez uma série de escolhas para tornar o aplicativo mais fácil de usar e tudo isso sacrificou a privacidade e confidencialidade de dados, afirma Colomeli.

“A maior preocupação que o pessoal da área de segurança da informação tem com o WhatsApp é que ele é um aplicativo proprietário, de código fechado, então só eles sabem como funciona. Aí temos que acreditar no que o Facebook diz sobre a confidencialidade do conteúdo das conversas. O Telegram tem um protocolo documentado, bem como clientes código aberto. O Signal tem documentação formal do protocolo criptográfico, bem como código aberto tanto dos clientes, servidor e demais componentes de suporte”, completa

CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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