Cidades

NEGLIGÊNCIA?

Paciente morre depois de esperar por atendimento
8h em UTI móvel

Paciente foi levado à Capital mediante autorização de transferência, diz delegado

LAURA HOLSBACK E RENAN NUCCI

22/02/2016 - 09h45
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Sebastião Nogueira da Silva, 62 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (22), depois de passar quase oito horas dentro de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel esperando por atendimento na porta do Hospital Universitário, em Campo Grande.

O paciente era de Costa Rica e chegou à Capital, na tarde de ontem (21). Já no fim da noite, diante da demora para ser levado para amparo médico dentro do hospital, revoltados, familiares chamaram até a polícia. Sebastião chegou a ser internado no Hospital Regional, mas acabou não resistindo.

Entre janeiro e este mês, pelo menos três pessoas que precisavam de atendimento emergencial morreram depois de pedirem socorro em unidades de saúde da Capital. Desde setembro do ano passado, o Portal Correio do Estado vem denunciando problemas no serviço de saúde pública. Principalmente, pela falta de vagas. (Veja em notícias relacionadas)

Neste último caso, o delegado plantonista da Vila Piratininga, Hofman D'Ávila, foi que esteve no hospital. Ele conta que foi avaliar denúncia de omissão de socorro e deparou-se com a situação problemática.

“A vida do senhor dependia de o carro funcionar. Os aparelhos da UTI funcionam pela bateria. Se tivesse algum problema, ele morreria. O transferência para um leito hospitalar foi feita só depois da chegada da polícia. Conseguimos que ele fosse levado ao Hospital Regional”, disse a autoridade policial.

O delegado conta, ainda, que Sebastião foi transportado à Capital depois de a Central de Regulação de Vagas emitir guia que garantia leito no Hospital Universitário. “A filha do paciente me mostrou o documento. Ele tinha que ser internado no HU. Um médico de lá me informou que ocorreu um erro na Central de Regulação”, pontuou.

Depois de esperar quase oito horas na UTI móvel, respirando com ajuda de aparelhos e sofrer até parada cardiorrespiratória, Sebastião foi levado ao HR, no fim da noite, mas morreu na madrugada de hoje. O delegado informou que familiares ainda não registraram Boletim de Ocorrência e o problema de saúde que o idoso tinha não foi confirmado. Ele acredita que fosse câncer.

OUTRO LADO

De um lado, a família sofre com a morte do paciente que pode ter sido adiantado pela má qualidade no atendimento público e, no outro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) se isenta da culpa, alegando que a morte não poderia ser evitada. “O atendimento na UTI móvel é feito por médico. Ela tem todos os aparelhos necessários. O caso desse paciente era grave e não relaciono a morte dele com a demora pela transferência para hospital”, citou o secretário Nelson Tavares.

Mesmo negando ter havido negligência, o secretário admite que faltam leitos para atendimentos de urgência e emergência na Capital e interior do Estado. “Nosso projeto é aumentar 50 vagas. 10 foram ampliadas no HR, outras 10 na Maternidade Cândido Mariano e estamos finalizando 22 no HU. Outras estão em processo de licitação para a Santa Casa, Hospital do Câncer, Dourados e Nova Andradina”, prometeu. 

A reportagem não conseguiu falar com a assessoria de imprensa do Hospital Universitário. 

Confira em notícias relacionadas mais informações e casos sobre o caos da saúde pública.

Cidades

Idoso e criança morrem em acidente entre dois veículos em Campo Grande

Carros bateram de frente próximo ao Autódromo Internacional; Vítimas eram da mesma família

21/12/2025 13h33

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Um idoso de 80 anos e uma criança, de 11, morreram em acidente envolvendo dois carros, na tarde deste domingo (21), na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande. 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina que faleceram.

Informações preliminares do Corpo de Bombeiros era de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e acabou batendo de frente um HB20, que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada.

No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

Durante o trabalho de socorro e perícia, o trânsito no local ficou parcialmente interditado.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

 Acidente aconteceu na BR-262, em Campo GrandeHB20 foi atingido por outro veículo que tentava ultrapassagem (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Operação Rodovida

Na última terça-feira (16), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou a Operação Rodovida, com intensificação da fiscalização e prevenção de acidentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul no período das férias escolares, Natal, Ano Novo e o Carnaval.

A Operação Rodovida é a maior operação de segurança viária do Brasil. No período da operação, instituições responsáveis pela fiscalização em vias urbanas e rurais se unem para reduzir a letalidade e o índice no trânsito.

As metas estão previstas no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que segue o índice previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reduzir em pelo menos metade, até 2030, o número de mortes no trânsito brasileiro.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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