A população não aguenta mais esperar por atendimento médico nas unidades de saúde de Campo Grande. Mesmo tendo médicos atendendo, a demora entre uma chamada e outra chegava à quase 3h. Pacientes chegaram a dizer que havia apenas dois médicos atendendo e não cinco conforme escala.
Foi o caso da dona de casa, Sônia Neris Alves, 39 anos. Com forte dores no corpo, ela que sofre de diabetes chegou na unidade por volta das 9h. No entanto, ela só foi atendida apenas às 11h30. “É horrível, tinha que melhorar mais a estrutura, os médicos ficam lá mexendo no WhatsApp, só vi dois médicos, e o resto? Na emergência que eles falam que está eu fui conferir e não tinha nenhum”, disse.
Ao Correio do Estado, o técnico químico, Bruno Jorge de Medeiros, de 29 anos, chegou às 8h30 com febre alta, mas só foi atendido depois das 10h. “Eu não estava aguentando de tanta dor, depois de um tempo passei pela triagem, estava com 38°de febre, e eu pedi para ficar deitado, porque nem em pé eu aguentava ficar, disseram pra mim que não tinha médico, só às 9h55 me colocaram no soro, e eu fui atendido de verdade às 10h30”, contou.
Muitas mães estavam na unidade procurando por pediatra. A estudante Tauany Medina, de 18 anos, trouxe a filha de 5, que está com infecção na urina. Ela chegou às 9h e até às 11h40 a filha ainda não tinha sido chamada pelo médico. “Acho falta de responsabilidade de muitos médicos, só tem dois atendendo, as crianças, adultos e idosos todos estão esperando muito tempo”, disse.
Mesmo com a espera e a demora no atendimento, a coordenação da Upa informou que o quadro de médicos está completo e a demora é por conta da superlotação e também devido a epidemia de dengue.
Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou, por meio da assessoria de imprensa, que na UPA Coronel Antonino havia quatro médicos clínicos e cinco pediatraas atendendo durante o período matutino.
Ainda conforme a Sesau, a demanda estava muito alta pela manhã, mas que os pacientes estavam sendo atendimento dentro do tempo protocolar, com espera máxima de 3h20 para os casos classificados como azuis, que são os sem gravidade. No caso de casos sem gravidade, a orientação é que os pacientes procurem uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Além da UPA Coronel Antonino, também havia pediatra na UPA Vila Almeida, com três profissionais atendendo.
"É importante ressaltar que o médico generalista também está apto a fazer o atendimento de crianças, portanto, nenhuma criança ficará sem atendimento nas unidades de saúde, independente da presença do especialista ou não", disse a Sesau, em nota.
* Matéria atualizada às 16h05 para acréscimo de retorno da Sesau.



