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Pais de Sophia criticam eleição e pedem concurso público para conselheiro tutelar

Casal homoafetivo alega que sofreu homofobia ao denunciar agressões que criança sofria ao Conselho Tutelar da Capital

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Oito meses após a morte da menina Sophia Ocampo, de 2 anos, os pais dela criticam o processo eleitoral de conselheiros tutelares por privilegiar pessoas que eles alegam serem desqualificadas. Eles defendem a realização de concurso público para o cargo de quem atua na defesa e proteção da vida de crianças e adolescentes. 

Para Igor de Andrade, companheiro de Jean Carlos Ocampo e pai afetivo da menina, que era chamado por ela de Pai Urso, o salário de R$ 10,9 mil para o cargo de conselheiro tutelar atrai pessoas sem qualificação nenhuma para a função.

"Quando se fala em eleição para Conselho Tutelar, ninguém vai pela capacidade de cuidar do direito das crianças. Vai pelo salário. Quem não quer? Não deveria ser eleição, deveria ser um concurso público, em que o candidato de determinada área, como da saúde ou do direito, faz a prova. Assim, não se elegeriam pessoas despreparadas, que vão só pelo salário", declarou.

O pai biológico de Sophia defende que a eleição deveria ser limpa e democrática e que a luta deles é para que não existam mais Sophias. 

Das três conselheiras da região norte que atenderam o caso da menina, duas tentam reeleição, porém, uma teve a sua candidatura impugnada.

"Infelizmente, no Conselho Tutelar existem os cabos eleitorais dos políticos, é um curral eleitoral. Tinha que ser uma eleição limpa e democrática. Uma candidata nos acusou de estarmos perseguindo a campanha dela, a gente só quer cobrar o que é certo. Nossa luta é para que não existam outras Sophias", afirmou o pai.

Os pais alegam que foram vítimas de homofobia e que a pequena Sophia foi vítima desse preconceito e descaso, já que antes da morte da criança eles procuraram o Conselho Tutelar e a polícia para denunciar as agressões que a criança sofria, porém, nada foi feito. 

"Se continuar com esse pessoal no Conselho Tutelar, vão ter outras Sophias e outras Estrelinhas. Enquanto esse familismo não mudar, vão continuar sendo omissos e normalizar essa situação de violência e abuso. O problema não é você ser cristão, mas o que deve importar para o conselheiro é o que está escrito no ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]", defendeu Igor.

O padrasto de Sophia mencionou o caso da menina conhecida como Estrelinha, Isadora Araújo Martins, 10 anos, que morava na mesma região em que Sophia morava e também foi morta em janeiro.

Entre os requisitos essenciais para desempenhar a função de conselheiro tutelar, Jean diz que o mínimo é ter vontade de trabalhar, de enxergar as crianças e lutar por elas.

"Querer trabalhar, fazer o serviço para o qual estão sendo pagos. Olhar para a criança, para o ECA e orientar corretamente os responsáveis. Se os conselhos não estão surtindo efeito, não deveriam existir", concluiu.

Ainda segundo o pai, que espera uma mudança nos Conselhos Tutelares, a rede de proteção à criança também precisa funcionar corretamente.

"Para a mudança do Conselho Tutelar, deveriam ter conselheiros capacitados e uma rede de proteção à criança que realmente funcione na prática, e não apenas na teoria. O Conselho deve se comunicar com a DEPCA [Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente], com a Sesau [Secretaria Municipal de Saúde] e com a Justiça", opinou Jean.

O padrasto de Sophia também acrescenta que os conselhos precisam de mais investimento e que cada unidade deveria contar com uma equipe multidisciplinar para atender as crianças e os responsáveis.

"Tinha que existir nos conselhos uma equipe psicossocial, multidisciplinar, com psicólogo, enfermeiro e assistente social. A proteção da criança e do adolescente é a prioridade absoluta do Estado, do município e da União", ponderou.

ELEIÇÃO

Neste domingo, os pais de Sophia farão questão de exercer o direito ao voto. Eles fizeram um apelo para que a população compareça e escolha com sabedoria.

"Domingo vamos estar lá votando. Eu só peço que as pessoas se conscientizem e que votem. Que consigam entender a importância dessa eleição para que não existam mais Sophias e Estrelinhas. Elas não foram as primeiras vítimas e também não foram as últimas", disse Jean.

Para Igor, o caso de Sophia teve um fim trágico em função da homofobia, já o casal homoafetivo solicitava a guarda da menina, que morava com a mãe e o padrasto, acusados de serem os autores da morte da criança. 

"A partir do momento em que a sociedade começar a cobrar e a enxergar de outra forma, eu acredito que as coisas vão andar. A votação do Conselho Tutelar é tão importante quanto para prefeito. A impressão é de que tratam como menos importante porque criança não vota, então, não tem valor para eles", observou.

O casal também reforça que uma das premissas para exercer a função de conselheiro tutelar é seguir o ECA, e não a ideologia ou a religiosidade de cada conselheiro.

"No quesito cuidado com a criança, tem de ser menos Bíblia e mais ECA. Se tivessem aplicado a lei, tudo teria sido diferente com a Sophia, o cenário hoje seria outro. O conselho tutelar foi coautor do que aconteceu com ela", reiterou Igor.

Já a advogada dos pais de Sophia, Janice Andrade, revelou que entrará com notícia-crime contra as conselheiras tutelares envolvidas no caso. 

"Eu fiquei muito enojada quando vi que a bandeira que elas levaram até as redes sociais era em defesa da família, e isso é inacreditável. Sabemos que a maioria das violências acontece no seio das famílias", disse a advogada.

CASO SOPHIA

Sophia chegou morta à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande, no dia 26 de janeiro, com sinais de espancamento.

O laudo necroscópico indicou que a pequena Sophia morreu por um traumatismo na coluna causado por agressão física. 

A criança apresentava, ainda, sinais de estupro, crime comprovado após análise feita pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol).

Os acusados pelo crime são o padrasto da criança, Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos, e a mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos.

Os dois foram presos logo após a morte da menina e seguem encarcerados. O casal passou, na quinta-feira, pela última audiência de instrução para o julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Nesta última audiência, reservada para o depoimento dos dois acusados, ambos preferiram ficar em silêncio e falar somente no julgamento, que ainda será marcado. 

TRÂNSITO

Excesso de velocidade é a principal causa de multas na Capital

Dados repassados pela Agetran mostram que, em 11 meses de 2024, foram emitidas 313,9 mil notificações de infrações

15/01/2025 09h00

Velocidade acima do permitido é a principal infração de trânsito que os motoristas de Campo Grande cometem diariamente nas vias

Velocidade acima do permitido é a principal infração de trânsito que os motoristas de Campo Grande cometem diariamente nas vias Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Das mais de 313,9 mil multas aplicadas no trânsito de Campo Grande durante o ano passado, o excesso de velocidade foi a ocorrência campeã. A infração, assim como o avanço de sinal vermelho e a conversão proibida, liderou o ranking de notificações aos motoristas na Capital.

Segundo dados fornecidos pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) à reportagem, por meio do Sistema de Controle de Contas Municipais (SincomWeb), no ano passado, foram aplicadas 313.971 multas de janeiro a novembro, enquanto em 2023, no ano todo, foram 332.938 infrações.

Velocidade acima do permitido é a principal infração de trânsito que os motoristas de Campo Grande cometem diariamente nas vias

Para o diretor de trânsito da Agetran, Ciro Ferreira, alguns fatores contribuíram para que a velocidade fosse a principal ocorrência registrada na Capital, como o fato da cidade conter avenidas com pistas largas.

“Hoje, a maioria das multas é por excesso de velocidade, depois por avanço de sinal vermelho e conversão proibida. Sobre a velocidade, alguns fatores contribuem, como as pistas largas, somada à insistência que os condutores ainda têm por imprimir velocidade acima do permitido nas vias”, declarou Ferreira, que explicou que esse número é relacionado às multas aplicadas por radares e agentes de trânsito.

O uso de celular ao dirigir é outro dos fatores que contribuíram para esse número de notificações. Entretanto, segundo o diretor de trânsito da autarquia, ainda está um pouco abaixo das notificações pelas infrações citadas acima. Porém, ele alerta que esse descumprimento do código de trânsito é perigoso.

“O manusear o celular tira a atenção do trânsito, e tudo que tira a atenção leva a um tempo de reação maior para algum perigo que pode haver na pista, o que pode contribuir para um acidente”, alertou.

Para conter essas infrações, a Agetran, de acordo com Ferreira, tem atuado em três pilares: educação, engenharia e esforço legal.

O primeiro ponto trata das campanhas de conscientização do trânsito e o segundo, da parte técnica. Já o terceiro ponto atua nas leis de trânsito, em mudanças ou endurecimento das regras.

“Temos o GGIT [Gabinete de Gestão Integrada do Trânsito], que é um colegiado de todos os órgãos envolvidos no trânsito e que faz ações para reduzir acidentes e infrações. Temos também aqui na Agetran um planejamento para educação no trânsito e de blitzes na cidade. Na questão das blitzes, devemos intensificar neste ano”, afirmou Ferreira.

MAIOR EFETIVO

Conforme informações do diretor de trânsito, a saída das ruas de Campo Grande dos agentes de trânsito, popularmente conhecidos como amarelinhos, trouxe a possibilidade de que a agência pudesse ampliar sua atuação na fiscalização.

Segundo Ferreira, com a incorporação de 60 agentes da Guarda Civil Metropolitana na fiscalização de trânsito, o efetivo aumentou. Como o Correio do Estado mostrou, o efetivo de amarelinhos era de 27 agentes – ou seja, o número de agentes de trânsito mais que dobrou com essa mudança.

Desde dezembro do ano passado os amarelinhos já estão destinados apenas para serviços internos, como antecipou o Correio do Estado. Para este ano, com esse aumento do efetivo, a expectativa da autarquia é de um incremento significativo nas fiscalizações.

“Vamos ter mais blitzes, porque antes tínhamos um efetivo muito menor. Agora, com a vinda desses agentes da guarda para focarem apenas no trânsito, vamos poder fazer mais ações como blitzes. Então, acredito que em 2025 esse número de multas possa ser até superior”, disse Ferreira.

AMARELINHOS

Os amarelinhos fizeram a fiscalização do trânsito de Campo Grande por 24 anos, desde 1999, porém, o último concurso público para o cargo havia sido em 2010, quando foi anunciada a inscrição de 20 vagas para agentes de trânsito da Agetran, na gestão do então prefeito Nelsinho Trad.

Com muitos servidores aposentados e um baixo efetivo, a prefeitura optou por colocar essas pessoas na coordenação e na capacitação de novos agentes de trânsito.

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CAMPO GRANDE

Segunda remessa do Passe do Estudante 2025 está aberta

Benefício vale para alunos de escolas e universidades públicas e particulares que morem a uma distância de, no mínimo, dois quilômetros da instituição de ensino

15/01/2025 08h15

Alunos pegando ônibus para irem estudar

Alunos pegando ônibus para irem estudar DIVULGAÇÃO/PMCG

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Cadastro do Passe do Estudante 2025 está aberto para alunos campo-grandenses interessados em utilizar o transporte público de graça, na ida e volta, de casa para escola/universidade e vice-versa.

O benefício vale para alunos regularmente matriculados em escolas e universidades públicas e particulares, de Campo Grande, que morem a uma distância de, no mínimo, dois quilômetros da instituição de ensino. Cada estudante pode escolher até seis linhas.

Interessados devem fazer a inscrição, neste site, de 13 a 19 de janeiro. A segunda remessa dos cartões será entregue em 10 de fevereiro de 2025, na unidade escolar/acadêmica do aluno. 

Quanto mais tarde o estudante efetuar o cadastro, mais o passe demorará para chegar. Quanto mais cedo o aluno fazer a inscrição, mais cedo o passe chega.

Cadastro de Pessoa Física (CPF) e foto digital são obrigatórios no cadastro ou recadastro. Além do CPF, são exigidos demais dados pessoais, filiação, endereço, escola e linhas. O estudante pode cadastrar no máximo seis linhas.

O envio da foto pode ser realizado através do aplicativo “PegFácil“, do Consórcio Guaicurus, disponível para download no PlayStore/AppleStore ou através de upload no Portal do Passe do Estudante.

Estudantes que estão fazendo o passe pela primeira vez devem pagar a taxa de confecção do cartão nos terminais do Consórcio Guaicurus: PegFácil 13 Maio; PegFácil 14 de Julho; PegFácil Afonso Pena; PegFácil Hércules Maymone; PegFácil Planeta Real; PegFácil Shopping Campo Grande; Terminal Aero Rancho; Terminal Bandeirantes; Terminal General Osório; Terminal Guaicurus; Terminal Júlio de Castilho; Terminal Morenão; Terminal Moreninhas e Terminal Nova Bahia.

Alunos que possuem guarda compartilhada podem cadastrar mais de um endereço.

INSCRIÇÃO

Confira o passo a passo para realizar o cadastro do Passe do Estudante 2023:

  • Acesse este site
  • Clique em “Cadastrar”
  • Insira o CPF
  • Insira a data de nascimento
  • Selecione a opção se é a primeira vez que utiliza o passe ou não
  • Tirar a foto digital
  • Preencha os dados pessoais: nome, sobrenome, nome de um responsável próximo, endereço, telefone, celular, cidade, estado, e-mail e etc
  • Selecione as linhas do ônibus (é possível escolher até 6 linhas)
  • Imprimir protocolo
  • Assinar o protocolo
  • Levar o protocolo assinado na escola

CANCELAMENTO DO CARTÃO

O benefício do passe do estudante será cancelado imediatamente, caso:

  • O estudante não se identificar à fiscalização da Agetran/Consórcio Guaicurus quando solicitado
  • Passe duas pessoas juntas na catraca
  • O estudante forneça informações falsas ou desatualizadas à Agetran ou Consórcio Guaicurus
  • O estudante recarregue o cartão sem estar frequentando as aulas
  • Terceiros recarreguem o cartão
  • O estudante participe de algazarras, brigas e pichações nos terminais
  • O estudante desembarque pela porta dianteira ou embarque pela porta traseira fora dos terminais e peg-fácil
  • O estudante não comunique imediatamente à Agetran sobre perda/roubo do cartão do estudante
  • O estudante faça uso do cartão para ir e voltar do trabalho/estágio ou qualquer outro local que não seja a instituição de ensino

 

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