Palco de quatro mortes entre os dias 3 e 12 de julho, o anel viário de Campo Grande corresponde a apenas 3% da extensão da BR-163 no Estado, mas concentra 20% dos acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal desde o começo do ano. A explicação é o intenso fluxo e a mistura do trânsito urbano com o rodoviário.
Conforme dados disponibilizados pelo site da PRF, neste ano ocorreram 328 acidentes a longo dos 850 quilômetros da BR-163, entre Mundo Novo e Sonora. Até agora, 33 pessoas morreram nesta rodovia.
Desse total, 64 acidentes aconteceram nos 25 quilômetros entre o km 466 e 491, trecho entre a rotatória na saída de Campo Grande para São Paulo e o trevo na saída para Cuiabá, na altura do Shopping Bosque dos Ipês.
Embora todo o anel viário seja considerado um trecho crítico, a parte norte é alarmante. O casal de moto que morreu nesta quarta-feira (12) foi atingido por um caminhão na altura do quilômetro 488. As duas vítimas da semana passada, também motociclistas, foram atingidas nos quilômetros 485 e 482.
Dos 64 acidentes neste ano no anel viário, 35 ocorreram em um trecho de apenas oito quilômetros, entre os quilômetros 480 e 488, nas imediações da Uniderp Agrárias e do acesso ao Jardim Noroeste. Isso significa que quase 11% de todos os acidentes da rodovia acontecem numa extensão inferior a 1% da estrada no Estado.
Mesmo assim, a concessionária que cobra pedágio nunca deu atenção especial a esse trecho. O máximo que fez foi instalar alguns tachões e algumas placas na região do acesso ao bairro Jardim Noroeste.