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Pantanal terá fundo com captação externa para pagar por preservação

Projeto de lei enviado ontem à Alems prevê a transformação das áreas conservadas do Pantanal em um ativo econômico, diz presidente do IHP; Fundo Clima Pantanal será criado nos moldes do da Amazônia

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A proposta de criação de uma lei para o Pantanal, enviada ontem à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) pelo governador Eduardo Riedel (PSDB), traz uma inovação no arcabouço legal brasileiro: o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), além da criação do Fundo Clima Pantanal – feito nos moldes do Fundo Amazônia – para captar dinheiro em todo o mundo para financiar a preservação do bioma. 

“A lei é inovadora porque, pela primeira vez, dá um status de ativo econômico ao Pantanal preservado”, explica o diretor-presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), coronel Ângelo Rabelo. 

O Fundo Clima Pantanal começará com um aporte de aproximadamente R$ 50 milhões do governo de Mato Grosso do Sul. O compromisso do governador Eduardo Riedel é de alimentar o fundo anualmente, com recursos previstos em Orçamento, para manter seu “fluxo”. 

O Fundo Clima Pantanal, porém, terá outras fontes de financiamento, conforme explica o diretor da organização não governamental SOS Pantanal, Alexandre Bossi: “Já existe a disposição deste fundo do Pantanal receber aportes do Fundo Amazônia, que recebe anualmente quantias significativas no exterior, além de várias outras fontes de financiamento, como, por exemplo, a captação de recursos por meio da emissão de títulos verdes do Tesouro, além de doações e aportes voluntários”. 

Além do “capital inicial” de R$ 50 milhões garantido pelo governo de Mato Grosso do Sul, o fundo para preservação do Pantanal também será financiado pelas multas ambientais aplicadas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) – 50% das multas pagas vão irrigar o Fundo Clima Pantanal. 

A grande carta na manga dos entusiastas da Lei do Pantanal, contudo, é um “road show”, uma espécie de demonstração, previsto para ocorrer em 2024, depois que a lei estiver em vigor. Representantes dos produtores rurais, de organizações como SOS Pantanal e IHP, além do governo do Estado e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, pretendem visitar os mesmos países que já financiam o Fundo Amazônia, Noruega, Alemanha, Suíça e Estados Unidos, em busca de recursos para o Fundo Clima Pantanal. O Fundo Amazônia captou, na última década, mais de R$ 3,5 bilhões e, nos próximos anos, deve receber ainda muito mais: só os Estados Unidos doaram US$ 500 milhões. 

O projeto de lei para a ocupação do Pantanal ainda prevê outras formas de aporte para o fundo, como emendas parlamentares, transferências de saldos de outros fundos estaduais e recursos originários da venda de créditos de carbono, além dos retornos e resultados das aplicações dos investimentos e retorno de concessões de unidades de conservação. 

O Fundo Clima Pantanal terá um conselho gestor, e a expectativa, conforme os representantes do IHP e da SOS Pantanal, é de que seja composto por um corpo técnico qualificado e com critérios de governança que levem em consideração princípios como transparência, atuação social e preservação da natureza. 

E o produtor?

Com a criação deste fundo ambicioso, o produtor rural pantaneiro deve se perguntar como será pago pelos serviços ambientais prestados. Alguns dos critérios para o recebimento dos recursos já estão na lei. 
A prioridade é a preservação dos corredores de biodiversidade já delimitados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em várias regiões do Pantanal. A intenção é clara: manter vias intactas entre as propriedades para preservar o conjunto da fauna e da flora pantaneira, além de preservar a beleza cênica da região. 

Mas os produtores receberão por mais: pela recuperação de pastagens degradadas e, também, pela recuperação de vegetação nativa, por exemplo.

“Ainda é necessária a regulamentação do pagamento pela produção, mas, certamente, acreditamos que o pagamento pela produção será por hectare preservado”, diz o diretor da SOS Pantanal. 

A lei também estimula que o proprietário rural acumule diferentes tipos de pagamentos por serviços ambientais, por exemplo, os pagamentos feitos pelo Fundo Clima Pantanal, mas também a remuneração pela venda de créditos de carbono, além do aluguel de reservas legais a propriedades do planalto. 

“A proposta é inovadora porque faz com que as propriedades pantaneiras sejam viáveis economicamente, garantindo a preservação”, explica Rabelo.

“O produtor tem até a opção de, em alguns casos, seguir vivendo de atividades como a pecuária, mas a Lei do Pantanal viabiliza a transformação da preservação das características do bioma em um ativo econômico, que acreditamos que é perfeitamente rentável”. 

Sobre o acesso dos produtores rurais às certificações que permitem que sejam comercializados créditos de carbono de suas propriedades ou que tornem proprietários elegíveis para receber pelos serviços ambientais que prestam à sociedade, Alexandre Bossi afirma que este será o próximo desafio: “Por isso a governança do fundo terá de ser muito bem implementada”. 

A expectativa é de que sindicatos rurais e o governo do Estado capacitem os produtores rurais para realizar ações como inventários de carbono sequestrado (para venda de créditos) e elaboração de projetos de execução de serviços ambientais. 

“É importante ressaltar que se trata de uma lei inédita e moderna. Não tenho conhecimento de nenhuma legislação no Brasil que preveja o pagamento pela preservação ambiental e ainda crie corredores de biodiversidade”, comemora Bossi.

Marcelo Bertoni, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), coloca o fundo como um dos “ganhos” para os produtores rurais, já que todas as partes cederam em algum ponto para a elaboração do texto. 

“Road show” de fundo está previsto para 2024

Ambientalistas, produtores rurais e agentes do governo já vislumbram para o próximo ano a realização de uma viagem de divulgação do Fundo Clima Pantanal a países como Noruega, Alemanha, Estados Unidos e Suíça, os maiores financiadores do Fundo Amazônia. 

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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