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Para Campo Grande ser uma cidade eficiente, o planejamento tem de ser simples

A cidade tem o desafio de trabalhar com baixo orçamento para investimentos nos próximos anos, e esse será o trabalho a ser feito pelos futuros gestores da cidade, na Prefeitura da Capital

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Ao longo de seus 38 anos de carreira como engenheiro na área de projetos ligados ao urbanismo, Fernando Madeira tornou-se conhecido no mercado pelas soluções simples e eficientes. No Campo Grande que Queremos, a cidade pensada por Madeira para os próximos anos é uma cidade eficiente, simples, e feita com o possível.

Para ele, é dessa forma que os candidatos devem pensar nos próximos anos: fazer mais com o dinheiro que têm. Apesar de o orçamento ser cada vez maior, os custos fixos, como folha de pagamento, custeio e previdência, representam um peso cada vez maior para os gestores. Para quem está no Executivo, sobra pouquíssimo para investimento, e é esse dinheiro que necessita de soluções simples, com políticas perenes e contínuas.

“Tive acesso, recentemente, a uma pesquisa sobre Campo Grande, e ela mostra que nós vamos crescer, nos próximos dez anos, o equivalente a uma Três Lagoas e uma Sidrolândia. Por isso, as expectativas são grandes, mas quando falamos de planejamento, precisamos pensar de maneira simples”, argumenta.

Quando Madeira fala em pensar de forma simples para que os gestores públicos resolvam os problemas de Campo Grande, é porque, no curto prazo, o dinheiro para os planos deles certamente não virá – e se vier, será por um milagre.

“Em cinco anos, em Campo Grande, o orçamento aumentou de R$ 4 bilhões para R$ 6 bilhões, mas todo esse dinheiro é gasto em salário, previdência e custeio”, explica Madeira.

Ele lembra que sobra pouco para investir. “A taxa de investimento no Brasil é muito baixa. Nós não temos dinheiro para atender todas essas necessidades”, diz. Mas não é porque não há dinheiro sobrando que as coisas estão perdidas. É nessas horas que, segundo o engenheiro civil, surge a solução.

Madeira pontua que, em primeiro lugar, é necessário planejamento estratégico, que ele define como os planos que estão colocados, e depois vem o planejamento tático, etapa que muitos gestores não dão muita importância, que é a execução e a entrega desses planos.

Um dos exemplos usados por Madeira para mostrar a eficácia do planejamento estratégico e tático com poucos recursos é o sucesso da ginástica artística na Olimpíada de Paris. Antes da multicampeã Rebeca Andrade, houve 20 anos de planejamento e execução.

“Em 2003, tivemos a Daiane dos Santos, e se nesses 20 anos não houvesse um trabalho contínuo em uma geração, não teríamos o êxito que tivemos. Ah, e não tinha dinheiro, porque a ginástica não é um esporte que atrai muito dinheiro. Mas alguém pegou esse pouco dinheiro e fez ele render”, exemplifica.

Planejamento tático

Voltando a Campo Grande, o engenheiro demonstra que os problemas da cidade não são difíceis de resolver, até porque, do ponto de vista estrutural, o planejamento de um passado não muito distante contribui para que eles não se agravem.

“Não temos grandes problemas no saneamento. Temos problemas de drenagem e mobilidade? Sim, mas não são problemas gigantes”, diz.

“Se temos R$ 400 milhões por ano para investimento, temos de pegar esse dinheiro e fazer um planejamento contínuo com ele. Em 10 anos, eu chego a R$ 4 bilhões com esse dinheiro e resolvo o problema”, exemplifica.

“Não podemos ficar esperando dinheiro do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], muito menos empréstimos, porque os empréstimos vêm para a conta de custeio depois”, alerta.

Por fim, Madeira ressalta que os gestores públicos não podem ficar amarrados, dependendo de grandes valores para executar seus planos, porque é provável que esse dinheiro grande não virá.

“Os candidatos e candidatas precisam saber que a gente quer uma cidade simples nos processos, nas resoluções, porque só vamos ter 6% ou 7% do orçamento para investimento”, pontua.

Para ele, o trabalho e a execução do planejamento têm de ser contínuos, porque os gastos públicos também são constantes.
“Não pode ser de uma maneira que, se muda o prefeito ou secretário, muda todo o trabalho para a população”, afirma.

“Pode-se trabalhar os planos dentro de orçamentos pequenos. Não adianta, por exemplo, ter wi-fi em todas as escolas, porque temos primeiro de qualificar a educação, pôr esse wi-fi na cabeça dos nossos alunos”, explica.

“Com esse dinheiro pequeno para Campo Grande, entre R$ 400 milhões a R$ 500 milhões por ano, se faz muita coisa”, conclui.

Trabalhadores da construção civil querem mais apoio do Sistema S

Nesta edição especial, também demos voz aos trabalhadores da construção civil, representados por José Abelha, presidente do sindicato da categoria.

Para Abelha, a construção civil é o coração pulsante da cidade.

“É o setor que mais emprega no Brasil e em Campo Grande, e está presente em todos os cantos da cidade”, afirma. No entanto, o sindicalista destaca a necessidade de melhorias nas condições de trabalho e na valorização da profissão para garantir um futuro mais promissor para o setor e para a cidade.

“Muitas vezes não paramos para pensar aonde moramos. Todos os locais têm a construção civil representada. Constroem um sonho. Pesadelo de não ter nenhuma casa para morar. Ele está construindo o sonho de muita gente”, ressalta Abelha.

O presidente do sindicato critica a falta de valorização dos profissionais da construção civil. “A própria empresa não joga para ele um salário adequado para que ele chegue ao final da obra. Hoje, se pegar um trabalhador, são poucos que têm capacidade financeira para financiar um imóvel da casa própria”, lamenta.

Abelha também chama atenção para a importância da segurança no trabalho. “Temos NRs [Normas Regulamentadoras], onde ali diz tudo. Segurança ser colocada no dia a dia. Fiscalização para que ela seja garantida. Leis estão escritas. Cadê a gestão que faz essa fiscalização?”, questiona.

Outra preocupação do sindicalista é a falta de qualificação profissional. “O nosso filho não quer ir para a construção civil. Quer ser qualquer coisa, menos pedreiro, carpinteiro. Passava de pai para filho. Estão acabando, por falta de qualificação”, afirma.

Para reverter esse quadro, Abelha defende a implementação de políticas públicas que valorizem a profissão e ofereçam oportunidades de qualificação aos trabalhadores.

“Precisamos de governantes que façam isso. Falam que é um serviço pesado. Não. Acabam sendo desvalorizados. Façam valer o dinheiro do Sistema S com políticas públicas”, reivindica.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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