A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizava uma fiscalização na BR-163, em Dourados, quando ordenou a parada de um veículo que estava com uma alteração no sistema de iluminação do carro e chamou atenção dos agentes. Nele, 20 pássaros em risco de extinção foram encontrados, graças ao próprio canto das aves.
O motorista de aplicativo de 27 anos, que não teve seu nome divulgado, foi abordado e interrogado pelos militares, quando os mesmos escutaram cantos de passáros e solicitaram a abertura do porta-malas. Ao abrir, 19 Curiós (Oryzoborus angolensis) e um Bicudo (Oryzoborus maximiliani) foram encontrados em 11 gaiolas.
Ao ser questionado sobre a presença das aves em seu carro, o motorista afirmou que receberia R$ 700 pelo transporte, do qual o destino seria Foz do Iguaçu, no Paraná. Porém, os agentes suspeitam que os pássaros seriam levados até o Paraguai e, a partir do país vizinho, destinado ao mercado europeu.
Bicudo
O Bicudo é uma espécie classificada como risco de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza, do qual está associada à caça. “Os passarinheiros (caçadores, comercializadores e colecionadores de pássaros) foram tão eficientes, que conseguiram exterminar o bicudo de boa parte do Brasil”, diz Flávio Ubaid, colaborador do Instituto Ariramba de Conservação da Natureza.
Ele vive em ambientes alagados onde nasce o capim tiririca, espécie de capim navalha cujas sementes são seu principal alimento, quebradas por seu bico grosso e forte. Como buscam os lugares com abundância de água, a preservação das nascentes e Veredas do Cerrado é essencial para a sobrevivência do bicudo.
Curió
Assim como seu “colega”, o curió também é uma espécie com risco de extinção devido a caça ilegal e à destruição de seu habitat natural. Ele é um dos pássaros canoros mais caçados e engaiolados para o comércio como ave de estimação e a mais apreendida no tráfico de animais silvestres.
Sobre a ave, ela é nativa da América do Sul, com distribuição em quase todo o território latino, exceto no Uruguai e no Chile. É um pássaro de pequeno porte, com cerca de 13 cm de comprimento, e tem plumagem escura.
Para evitar sua extinção, a criação de curiós em cativeiro é uma das principais formas de evitar isso. A reprodução em cativeiro é uma abordagem viável para proteger o patrimônio genético da ave e apoiar projetos de repovoamento.
Hoje, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) controla a criação de curiós de forma amadora por meio do Sistema de Cadastro de Criadores Amadoristas e Passiformes (SISPASS).