Cidades

CORRIDA CONTRA O RELÓGIO

Planta invasora ameaça o Pantanal e já esconde as belezas naturais

Leucena tomou conta de 50 km das margens da BR-262, entre o Buraco das Piranhas e o Rio Paraguai, encobrindo a visibilidade dos alagamentos e da fauna

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Quem costuma cruzar pela BR-262, principalmente entre o Buraco das Piranhas e a ponte sobre o Rio Paraguai, certamente já percebeu a presença de milhares de arbustos da espécie leucena nas margens da pista. É uma planta exótica e que representa sério risco à flora nativa da região, segundo a superintendente estadual do Ibama, Joanice Lube Battilani.

Considerada uma das cem piores pragas do mundo, ela tomou conta das duas margens da rodovia em um trecho de cerca de 50 quilômetros e praticamente não é mais possível ver o Pantanal original nesta região, a mais bonita exatamente porque é neste trecho que ocorrem as inundações provocadas pelo transbordamento dos rios Miranda e Paraguai, ressalta a superintendente.

A planta, originária da América Central e que também virou praga e tomou conta das margens de praticamente todos os córregos de Campo Grande, chegou àquela região do Pantanal há cerca de dez anos durante trabalhos de recuperação da rodovia e dos acostamentos, acredita Joanice. Possivelmente, segundo ela, a terra levada à região estava repleta de sementes. 

E o problema aumentou depois das queimadas dos últimos anos. Por ser uma planta de crescimento mais rápido do que as espécies nativas, depois das queimadas ela germinou e rebrotou rapidamente e acabou sufocando o restante da vegetação, explica a superintendente do Ibama, que é servidora de carreira e doutora em Ecologia e Conservação. 

“Tem trechos que não é possível visualizar o Pantanal, ela fechou a rodovia. Descaracteriza a paisagem e é muito agressiva”, lamenta Joanice. Segundo ela, por enquanto elas estão praticamente restritas às margens da rodovia, mas se alguma medida urgente não for adotada, ela vai colocar em risco todo o bioma pantaneiro. (O vídeo feito pelo Ibama mostra a parte do problema)

 

 

O Dnit já se comprometeu a cortar todas as leucenas em uma faixa de sete metros ao longo da pista, em uma medida que prevê a retirada de toda a vegetação das margens da rodovia ao longo de 284 quilômetros entre Anastácio e Corumbá e assim reduzir o atropelamento de animais silvestres.

Porém, além de rebrotar semanas depois do corte, a semente da leucena resiste por anos no solo e ao longo deste período devem germinar novas mudas, lembra Joanice. Ou seja, se não houver uma ação permanente durante anos seguidos, a planta invasora vai continuar se alastrando pela planície pantaneira e ameaçando a flora nativa, explica ela. 

Em Campo Grande, a prefeitura vem fazendo cortes de leucena nas margens dos córregos há cerca de uma década. Porém, como não existe um trabalho permanente, logo elas voltam a dominar o cenário. O Córrego Cabaça, entre as Ruas Spipe Calarge e Rui Barbosa, onde os cortes foram retomados na semana passado, é um dos exemplos. 

AMEAÇA À FAUNA

Além de ameaçar a flora, a leucena, segundo Joanice, também tem contribuído para aumentar o atropelamento de animais silvestres no Pantanal. Por ter uma sombra muito densa, certas espécies se abrigam sob os arbustos e atraem predadores, os quais acabam sendo atropelados ao cruzarem a rodovia. 

“Avistamentos de bandos de queixadas na rodovia pode estar relacionado às leucenas, já que sementes e plantas jovens servem de alimento para animais. Na vistoria da semana passada foram identificados dois indivíduos de queixada mortos bem próximos e em área com leucenas”, relata Joanice. 

Queixada possivelmente atraída pelos brotos e sementes da leucena acabou morrendo atropelada

Em um levantamento realizado em 2021, quando 3.833 carcaças de animais foram localizadas entre Anastácio e Aquidauana, foi constatado o atropelamento de alguns exemplares de papagaio verdadeiro, algo muito raro anteriormente. Joanice acredita que a semente das leucenas atrai estas aves e elas acabam morrendo atropeladas.

Mas, o mais grave disso é que as aves que consomem estas sementes tendem tendem a alastrar esta vegetação invasora por toda a planície pantaneira. 

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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