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Polícia Federal concentra combate ao abuso sexual infantojuvenil no Estado com três operações

Corumbá aparece como um dos locais com prioridade para ações; há investigações também para outras cinco cidades

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No período de 25 dias neste ano, a Polícia Federal em Mato Grosso do Sul atuou para recolher dezenas de mídias, celulares e computadores suspeitos de servir para armazenar e compartilhar materiais que contém cenas de abuso sexual infantojuvenil. Entre os dias 14 de fevereiro e 12 de março, foram três operações deflagradas, todas elas com alvos em Corumbá, região fronteiriça com a Bolívia e que já aparece como alvo do combate do narcotráfico.

Nessas investigações, um homem já foi preso a partir de mandado de prisão preventiva e outros seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Capital do Pantanal.

A maior mobilização da PF para combater esse tipo de crime cibernético agora em 2025 aconteceu nesta quarta-feira (12). De todos os sete mandados cumpridos neste ano, quatro foram cumpridos nesta semana com a operação de âmbito nacional chamada Proteção Integral.

Os outros casos não tiveram prisão, mas foram fiscalizados dois diferentes endereços em Corumbá, nos dias 14 e 25 de fevereiro.

Em nota, a corporação divulgou que o crime de exploração sexual infantojuvenil praticado no mundo cibernético também tem seu grau de perigo e está sendo apurado com diferentes esforços.

“Não restam dúvidas quanto ao grau de lesividade que os delitos cibernéticos relacionados ao abuso sexual infantojuvenil acarretam nas crianças e os adolescentes, sendo a operação, portanto, uma forma da Polícia Federal dar cumprimento aos dispositivos constitucionais e legais que estabelecem a absoluta prioridade e a proteção integral às vítimas desses delitos.”

Além dessa operação nacional, a delegacia da Polícia Federal em Corumbá está conduzindo mais de uma dezena de investigações. A Operação Nicolau, que passou a ser direcionada para apurar esses crimes, já entrou em sua 14ª fase.

Não foi divulgado oficialmente se existe uma possível organização criminosa atuando em Corumbá para compartilhar material de abuso sexual infantojuvenil. Apesar das operações sucessivas, os criminosos estariam atuando de forma independente. 

A capilaridade desses crimes vem sendo combatida com o trabalho de diferentes autoridades locais, nacionais e internacionais.

Os investigados podem ter uma impressão de impunidade porque muitas vezes podem parecer ficar despercebidos diante de aparente “esconderijos” que podem existir na internet, especialmente na chamada “deep web”, espaço virtual que não é acessado por usuários que desconhecem alguns recursos tecnológicos mais avançados.

Nesta quarta-feira, a DAIJI (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso) em Corumbá deu apoio para a Polícia Federal conseguir realizar a prisão, ao mesmo tempo que fiscalizou outros endereços para apreender materiais tecnológicos usados para armazenamento de pornografia infantojuvenil. 

Em 2024, a HSI (Homeland Security Investigations), ou Agência de Investigação Interna, ligada à Embaixada dos Estados Unidos, deu apoio investigativo em outra apuração. Nesse trabalho, ocorrido em setembro do ano passado, 141 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, envolvendo Mato Grosso do Sul e outros estados. Mais um vez, Corumbá apareceu naquela investigação, bem como Campo Grande e Três Lagoas.

Além de Corumbá, Campo Grande e Três Lagoas, outras investigações já identificaram e apreenderam computadores, celulares e outras mídias em Dourados, Itaporã e Ponta Porã no ano passado.

Por conta do tipo de apuração que os inquéritos são feitos, a cada operação, um novo desdobramento acaba ocorrendo após as mídias passarem por perícia e novos elementos serem identificados pelos investigadores.

Outra situação é que mesmo com o fato de que esse tipo de crime se concentra na internet, ainda assim existe o risco para ocorrer abusos na vida real de crianças e adolescentes no Estado.

Na região sul, por exemplo, uma operação deflagrada no final de março em Dourados levou um homem à prisão. Ele já vinha sendo investigado desde 2020 e seis anos depois, em 2016, chegou a ser preso.

Depois de ter sido solto, acabou retornando à prisão ano passado. As investigações acabaram identificando que esse homem preso adquiria material fornecido por falsas agências de modelo que existem no país.

Elas se apresentavam como porta de entrada para jovens ganharem fama, mas serviam para aplicar golpes em crianças e adolescentes, produzir fotos e vídeos sensuais e vender conteúdos de pornografia infantil.

As apurações mostraram que tanto em Dourados, como em Ponta Porã havia homens adquirindo esses conteúdos pornográficos.

Esses inquéritos conduzidos pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul são direcionados para combater o crime previsto no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Nele está especificado que adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes é considerado crime. A pena envolve quatro anos de prisão.

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Vale do Citros

Prefeitura vai erradicar murta para proteger produção de citricultura em MS

Em Aparecida do Taboado, a população está sendo orientada a substituir a dama-da-noite por outra planta, a fim de atrair mais empresas do setor

12/03/2025 18h15

Imagem Reprodução

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Com o Estado tendo se tornado referência no combate ao greening, recebendo diversas empresas da citricultura, o município de Aparecida do Taboado recebeu representantes do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) para fortalecer as ações contra a doença que pode afetar a cadeia produtiva.

O engenheiro agrônomo do Fundecitrus, Éder José Cardoso, destacou que, como o município possui várias propriedades de citros, é importante que o controle sanitário seja rigoroso.

“É fundamental que os citricultores dessa região adotem medidas de controle nos pomares comerciais e ao redor das fazendas, realizem ações conjuntas e comprem mudas certificadas. Assim, os novos pomares crescerão saudáveis, e a citricultura da região continuará em expansão”, afirmou Éder José.

Como bem acompanhou o Correio do Estado após vivenciar o fenômeno do vale da celulose a "bola da vez"  é o setor da citricultura que recebeu, apenas em 2024, um investimento de R$ 2,1 bilhões.

A debandada dos empresários do Sudeste ocorreu devido à falta de controle rígido das pragas.

Pensando em atrair mais investidores do setor, reuniram-se representantes da prefeitura municipal de Aparecida do Taboado, o secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Dartagnan Ramos Queiroz, o fiscal estadual agropecuário da IAGRO, Luís Aurélio Sanches, o secretário municipal de Governo, Fátimo Dias, e o consultor técnico em Legislação Fitossanitária na Cultura dos Citros, Gílson Barbara.

Erradicação da dama-da-noite

O município se comprometeu a conscientizar a população sobre a murta (Murraya paniculata), também conhecida como dama-da-noite, que é hospedeira da bactéria causadora do greening.

A doença é uma das mais críticas para plantações de laranja e limão.

Mato Grosso do Sul, que se consolidou como o vale da celulose, agora também se destaca no país por ter enrijecido a política sanitária e estabelecido a Lei Estadual nº 6.293/2024, que proíbe o plantio, transporte e comércio da murta.

Após a reunião, o município emitiu uma nota explicando que a população deve substituir a murta por outros tipos de cerca viva, como:

  • Hibisco
  • Cróton
  • Clúsia
  • Chuva-de-prata
  • Podocarpo
  • Pingo-de-ouro

Além disso, ressaltou que a adoção da prática pelos munícipes colabora diretamente para a saúde dos pomares e fortalece a economia local.

“A orientação é para que a murta seja substituída por outras plantas seguras, com o mesmo efeito de cerca viva, a fim de evitar o espalhamento da bactéria e proteger a biodiversidade local”, afirmou Dartagnan Queiroz.

Para isso, os munícipes estão sendo convocados a participar, e o município lançou o seguinte alerta:

“A população é fundamental nessa luta! Se você possui murta em casa, substitua por outra planta e ajude a proteger nossa citricultura.”

Também participaram do encontro o fiscal estadual agropecuário da IAGRO, Luís Aurélio Sanches, e o consultor técnico em Legislação Fitossanitária na Cultura dos Citros, Gílson Barbara, que destacaram a importância da atuação conjunta para o enfrentamento da planta que ameaça o setor citrícola.

Soluções 

Os amantes de plantas que exalam perfume podem conferir, a lista de opções feita na reportagem especial, destacando outras que possuem aromas marcantes.

Sabia: Muito embora tenha sido proibida em Mato Grosso do Sul, desde 24 de agosto de 2024, a murta possui uso medicinal e culinário

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Processo antidemocrático

Professores denunciam irregularidades em eleição de sindicato da UEMS

Comissão Eleitoral deu continuidade à eleição mesmo tendo parecer contrário do sindicato nacional

12/03/2025 18h00

Assembleia sindical da ADUEMS

Assembleia sindical da ADUEMS Divulgação

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Professores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) denunciam uma série de irregularidades no processo eleitoral do sindicato da categoria, a ADUEMS.

As denúncias envolvem desde a atuação parcial da Comissão Eleitoral até o desrespeito a decisões tomadas em assembleia geral, instância máxima de deliberação do sindicato.

Parcialidade

A chapa 2, "Autonomia sindical e coletividade", levanta sérias questões sobre a isonomia do processo. Segundo Marcelo Batarce, presidente da chapa, "a Comissão Eleitoral age de forma parcial e prejudica as eleições na ADUEMS".

Uma denúncia interna, vinda de uma membro da própria comissão, expôs que ela foi impedida de apresentar as irregularidades da chapa 1, "Renova Aduems", e que documentos foram inseridos no processo fora do prazo de inscrição.

A professora apontou problemas na composição da chapa 1, como a falta de comprovação de lotação de um dos representantes de unidade no ato da inscrição.

Outros membros da chapa 1 representariam unidades onde não possuem nenhuma lotação. Em Glória de Dourados, o representante da Chapa 1 lecionou no curso Sucroalcooleiro, que segundo o coordenador do curso foi encerrado em 2024 e transferido para Ivinhema.

A professora teve seus pedidos de reunião para discutir os problemas ignorados pelo presidente da Comissão, que teria enviado uma minuta pronta, sem deliberação sobre a homologação das chapas. 

"Todas essas ponderações deveriam ao menos serem ouvidas, mas não foi o que aconteceu", desabafou a docente.

Além das irregularidades destacadas na chapa 1 terem sido completamete ignoradas, o a inscrição da chapa 2 no processo eleitoral foi indeferida. Desta forma, a chapa 1 se tornou chapa única.

Assembleia Geral

A situação chegou a um ponto crítico com a realização de uma assembleia geral no dia 20 de fevereiro de 2025, onde os filiados decidiram pela anulação do processo eleitoral e pela constituição de uma nova Comissão Eleitoral.

No entanto, a Secretaria Geral, responsável por convocar novas eleições, teria ignorado a decisão da base e permitido a condução parcial do presidente da Comissão Eleitoral destituída.

Em 10 de março, durante assembleia convocada pela Comissão para a posse da nova diretoria, professores rejeitaram a pauta, gerando tensão. A Guarda Civil chegou a ser acionada por um pequeno grupo para evitar que a Assembleia continuasse. Além disso, a presença de seguranças privados contratados para o evento também causou estranhamento e revolta entre os docentes.

Assembleia sindical da ADUEMS

Parecer do ANDES nacional

Diante do impasse, o ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, ao qual a ADUEMS é filiada, foi consultado.

O parecer da assessoria jurídica do ANDES Nacional, datado de 26 de fevereiro de 2025, afimou que "a decisão da Assembleia Geral realizada no dia 20/02/2025, que determinou a anulação do processo eleitoral vigente e a formação de uma nova comissão para conduzir o pleito de 2025, deve ser respeitada, uma vez que foi tomada em estrito cumprimento às disposições regimentais."

O documento ressalta a soberania da Assembleia Geral como instância máxima de deliberação da Seção Sindical e adverte que "a indicação de prosseguir com a posse da nova Direção, ignorando a anulação do processo eleitoral, configura afronta direta às normas estatutárias da entidade e pode acarretar, posteriormente, a nulidade dos atos administrativos subsequentes baseados em um pleito viciado."

Apesar do parecer da entidade nacional contra a continuidade do processo eleitoral, a Comissão Eleitoral não acatou a decisão sindical.

"Mesmo com o parecer jurídico do ANDES nacional, mesmo com a Assembleia, mesmo com todos os professores mobilizados, eles mantiveram, acima de tudo, a eleição", afirma Marcelo Batarce.

E agora?

Com a eleição feita de forma contrária à decisão da Assembleia anterior, o processo eleitoral deve ser reiniciado. Foi formada uma nova Comissão Eleitoral e há uma petição com 95 assinaturas para que nova Assembleia ocorra no dia 19, momento em que será debatido o calendário eleitoral.

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