Cidades

CONEXÃO PANTANEIRA

Ponte será primeira ligação física entre pantanais de MS e MT

Ligação será feita entre a Estrada Transpantaneira (MT) à MS-214 (MS), unindo o município de Corumbá (MS) ao Porto Jofre, em Poconé (MT), sendo a primeira conexão física entre os pantanais

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Neste 12 de novembro, conhecido como Dia do Pantanal, foi anunciado uma ponte que vai conectar os pantanais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ligando o município de Corumbá ao Porto Jofre, em Poconé (MT), sendo assim a primeira ligação física entre os biomas de diferentes estados.

A ponte de concreto integrará a Estrada Transpantaneira (MT) à MS-214 (MS) e terá extensão de 300 metros, com investimento estimado de R$ 50 a R$ 60 milhões, segundo o diretor de Projetos e Orçamentos da Agesul, Magno Mendes. Os custos da construção serão divididos igualmente entre os dois estados, mas o projeto será elaborado por Mato Grosso.

Ainda, foi divulgado que a licitação para as empresas interessadas na obra irá abrir após as visitas técnicas no local. A ponte será instalada em um local isolado na divisa entre os estados, com áreas ricas em ecoturismo.

Para melhorar o acesso à futura ponte, a implantação e o revestimento primário de cerca de 60 km da MS-214 estão sendo realizados, do qual 70,63% das obras estão concluídas. Ainda, a estrada que conecta a BR-163 em Mato Grosso do Sul a Porto Jofre (MT) possui 257 km de extensão, dos quais 72 km já estão implantados e outros 125 km serão construídos.

Dia do Pantanal

Hoje, dia 12 de novembro, é reconhecido como Dia do Pantanal e foi instituída pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em 2008, a fim de homenagear o ambientalista Francisco Anselmo de Barros, apelidado de Francelmo, que morreu em 2005, aos 65 anos, após atear fogo no próprio corpo em protesto, em Campo Grande, contra o desmatamento do bioma.

Na ação, o ambientalista estendeu dois colchonetes em forma de cruz na calçada, ensopou-os com dois galões de gasolina e ateou fogo por volta das 12h do dia 12. Francisco teve 100% do seu corpo queimado e levado às pressas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Campo Grande, onde foi declarado morto horas depois.

O ato foi motivado pelo projeto que previa a instalação de usinas de álcool e açúcar na bacia do rio Paraguai, do qual havia sido enviado à Assembleia Legislativa em agosto de 2005 pelo então governador de MS na época, o Zeca do PT. Após a morte de Francelmo, foram descobertas 15 cartas deixadas por ele, destinadas à familiares, colegas ambientalistas e também à imprensa.

"Foi difícil tomar essa decisão de sã consciência. A minha vida sempre foi um sacerdócio em defesa da natureza. É a nossa casa e o presente maior de Deus. Se ele deu a vida por nós, eu estou dando a minha vida por ele, defendendo o futuro dos nossos filhos. [...] Continuem a luta por mim", disse Francelmo em uma das cartas deixadas por ele.

Francelmo também foi responsável pela criação da Fundação para Conservação da Natureza de MS (Fuconams), atual Fundação Neotrópica do Brasil.

Desmatamento em 2024

Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ)a área queimada no pantanal sul-mato-grossense, desde o dia 1º de janeiro deste ano, é de 1,98 milhão de hectares, cerca de 20,41% do bioma no estado.

Já na parte mato-grossense, do qual é uma parte menor, 1,14 milhão de hectares já sofreram com focos de incêndio neste ano, do qual representa 21,34% do bioma no estado de MT.  Ao todo, juntando o bioma em ambos os estados, 3,13 milhões de hectares foram queimados, cerca de 20,74% da extensão do Pantanal.

Devido ao alto indíce de incêndios na área florestal do bioma, o Mato Grosso do Sul recebeu ajuda de dois estados sulistas no final de agosto deste ano. No dia 23, O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) anunciou o envio de militares e equipamentos para ajudar no combate às queimadas no Pantanal, até como forma de agradecimento, após o estado pantaneiro enviar oficiais ao estado gaúcho quando as enchentes  estavam no ápice de sua tragédia, em maio.

Na mesma semama, dia 28, foi a vez do Governo de Santa Catarina enviar reforços ao Mato Grosso do Sul, também a fim de ajudar no combate às queimadas no Pantanal. A confirmação após o governador do estado sulista, Jorginho Mello, conversar diretamente com Eduardo Riedel, governador sul-mato-grossense. Cerca de 20 bombeiros militares foram enviados às cidades de Corumbá, Miranda e Aquidauana, juntamente com equipamentos completos em seis viaturas.

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Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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