Cidades

CUIDADOS COM A BOCA

População brasileira está entre as que têm baixa incidência de cáries, aponta pesquisa

População brasileira está entre as que têm baixa incidência de cáries, aponta pesquisa

AGÊNCIA BRASIL

28/12/2010 - 14h31
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O Brasil está entre os países cuja população tem baixa incidência de cáries. Metade das crianças brasileiras com 12 anos não tem cárie, e 17,5 milhões de brasileiros passaram a ir ao dentista entre 2003 e 2008. Parte disso se deve ao aumento de investimentos feitos pelo governo federal em programas de saúde bucal. Os dados constam da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010), apresentada hoje (28) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

“São números que impressionam. Aumentamos de R$ 56 milhões para R$ 600 milhões o investimento na área e criamos emprego para 20 mil odontólogos. Foram 5,5 mil novos consultórios odontológicos. Começamos com 51 e ano que vem chegaremos a 160 consultórios móveis [para atender as localidades mais remotas]. São 20 mil equipes de saúde bucal”, disse o ministro.

O objetivo principal da pesquisa – que abrange 177 municípios de todas as unidades federativas do país – é o de conhecer as condições de saúde bucal da população brasileira em 2010 e manter uma base de dados eletrônica que subsidiará a Política Nacional de Saúde Bucal.

Dessa forma, o governo pretende reorganizar a prática e a qualificação das ações e serviços em saúde bucal, visando a ampliar o acesso ao tratamento odontológico gratuito aos brasileiros. “Essa pesquisa ajudará, ainda, na otimização da aplicação de recursos públicos no setor, de forma a melhor planejarmos as próximas ações”, afirmou o coordenador nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca.

A pesquisa tem por base um índice da Organização Mundial da Saúde (OMS), denominado CPO. Ele identifica a incidência de cáries, próteses e obturações em cada pessoa entrevistada. Com os avanços recentes, o Brasil passou a integrar o grupo de países com baixa prevalência de cárie.

Para estar nesse grupo, o indicador CPO tem de estar entre 1,2 e 2,6. Na América do Sul, apenas quatro países ocuparam esse patamar: Chile (1,9), Brasil e Venezuela (2,1) e Colômbia (2,3). Em 2003, o Brasil registrava um índice de 2,8. Atualmente, esse índice está em 2,1.

“Avançamos em todas as regiões, exceto na Região Norte, devido a características particulares e peculiaridades”, disse Pucca, referindo-se à constatação de que tecnologias com portabilidade mais adequados – aparelhos menores para serem usados em nas unidades móveis – deverão ser levadas em consideração nas próximas ações. “Esse é um problema a ser resolvido [pelo próximo governo]”, acrescentou Temporão.

Outros problemas a serem solucionados são a capacidade de produção de próteses, que encontra-se abaixo da demanda, e o atendimento a crianças de até 5 anos, que ainda têm dentes de leite. Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) tem condições de produzir apenas 500 mil próteses, há uma demanda de 3 milhões de próteses totais (dentes superiores e inferiores) e de 4 milhões para próteses parciais.

“Esses continuarão sendo nossos desafios. Para a questão da prótese, a solução pode ser uma parceria com a iniciativa privada", disse o ministro. Segundo a pesquisa, 80% das crianças até 5 anos, com dente de leite, ainda não tiveram tratamento. "Isso também precisa ser melhorado, apesar de termos reduzido em 17% a incidência de cáries em dentes de leite”, acrescentou.

De acordo com a pesquisa, entre os adolescentes de 15 e 19 anos houve redução de 30% do CPO, de 2003 a 2010. Nessa faixa, 18 milhões de dentes deixaram de ser atacados pela cárie. Além disso, caiu de 27% para 13% o número de adolescentes que sofreram algum tipo de perda dentária. No grupo de adultos, com idade entre 35 e 44 anos, a queda do CPO foi de 19% em sete anos, passando de 20,1 para 16,3.

Na comparação entre 2002 e novembro de 2010, o número de equipes foi ampliado de 4.261 para 20.300, atendendo 85% dos municípios. Em 2002, apenas 41% deles tinham o serviço.

O governo distribuiu, ainda, 72 milhões de kits de saúde bucal contendo escova e pasta de dente, e o número de dentistas trabalhando em postos de saúde foi ampliado de 40.205 para 59.258. Atualmente, 30% dos dentistas do país trabalham no programa.
 

27 vagas

UFGD abre concurso para professor com salários de até R$ 13 mil; confira

Inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet

23/12/2025 18h30

UFGD

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Com salários de até R$ 13 mil, a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) publicou edital de concurso público para provimento de cargos da carreira para 27 novos professores.

Conforme o edital, a remuneração inicial varia de R$ 3.399,47 a R$ 13.288,85, de acordo com a titulação exigida e o regime de trabalho.

Os valores são acrescidos de auxílio-alimentação (R$ 587,50) para jornadas de 20h semanais e R$ 1.175,00 para 40h semanais. As inscrições devem ser realizadas até 19 de fevereiro de 2026, exclusivamente pela internet.

As oportunidades contemplam campos como Administração, Agronomia, Biotecnologia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Gestão Ambiental, História, Letras, Engenharia de Alimentos, Pedagogia e Medicina, entre outros, conforme detalhado no edital.

Provas

O processo seletivo será composto por prova escrita, prova didática, ambas de caráter eliminatório e classificatório, além de prova de títulos, de caráter classificatório. O edital de convocação para o sorteio de pontos e para a prova escrita será publicado em 26 de março. O sorteio está marcado para 28 de março, e a prova escrita ocorrerá em 29 de março (domingo).

A prova didática será realizada nos dias 25 e 26 de abril, conforme edital específico dessa etapa. O procedimento de heteroidentificação está previsto para 12 de maio, enquanto o envio dos títulos ocorrerá de 19 a 21 de maio. O resultado preliminar será divulgado em 1º de junho, e o resultado final, após recursos, em 3 de junho.

A taxa de inscrição é de R$ 200, com possibilidade de pagamento até o último dia de inscrição, em qualquer agência bancária durante o horário de expediente. O edital completo, com a descrição das áreas, requisitos e demais orientações, está disponível aqui!

Isenção de taxa

Os pedidos de isenção da taxa de inscrição poderão ser feitos entre 16 e 26 de dezembro. Têm direito ao benefício candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita de até meio salário-mínimo, além de doadores de medula óssea. O resultado preliminar da isenção será divulgado em 9 de janeiro, com homologação final prevista para 13 de janeiro, após análise de recursos.

Do total de vagas, a UFGD assegura políticas de ações afirmativas, destinando 25% para candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos), 3% para indígenas e 2% para quilombolas, independentemente da área. Também há reserva de vagas para pessoas com deficiência. Ao todo, sete vagas são destinadas a candidatos negros, uma para indígenas, uma para quilombolas e duas para pessoas com deficiência.

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Crise na saúde

"Empurra-empurra" entre gestores pode deixar população sem atendimento médico

O CRM afirmou que, além da Santa Casa, outras casas de saúde sofrem com escassez total de medicamentos e materiais e especialidades médicas têm data para parar devido à crise

23/12/2025 18h15

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Mato Grosso do Sul afirmou que algumas especialidades médicas devem paralisar suas atividades na Santa Casa devido à falta de materiais, medicamentos e a falta de recebimento de salários há meses. 

A situação crítica foi confirmada pelo vice-presidente Dr. Flávio Freitas Barbosa nesta terça-feira (23). 

Segundo o médico, o “empurra-empurra” entre os órgãos gestores sobre a responsabilidade da Santa Casa, assim como de toda a crise na saúde municipal, só deve ser cessada através da Justiça, e tem causado prejuízos aos pacientes, bem como desistência de profissionais.

“A saúde do paciente não está em discussão, está vaga. Além de tudo, o maior dever do médico é promover saúde para o seu paciente, e isso está ausente do cenário discutido, há somente falas com acusações de ambos os lados. A gente precisa fazer isso porque, quem vai ser responsabilizado quando realmente acontecer de as pessoas sofrerem por desassistência médica? É a Secretaria Estadual de Saúde? É a Secretaria Municipal? É a própria instituição?”, indagou o Dr. Flávio. 

De acordo com uma nota emitida pelo CRM-MS, já foram realizadas vistorias em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos Centros Regionais de Saúde (CRSs), sendo constatados baixos estoques e, em diversos casos, a completa ausência de medicamentos básicos indispensáveis ao funcionamento dos plantões de urgência. 

Além disso, também estavam escassos insumos fundamentais como luvas, lençóis, cânulas e outros materiais primordiais para a segurança tanto do paciente como dos profissionais. 

Somado a isso, o Conselho ressaltou o decreto emitido pela Prefeitura Municipal que reduzia pela metade a gratificação dos servidores de saúde no período do final do ano. 

“A medida fragiliza as condições de trabalho, desestimula a permanência de profissionais na rede pública e compromete diretamente a qualidade da assistência prestada à população”. 

Assim, algumas especialidades médicas da Santa Casa têm data para paralisar as atividades. 

  • Urologia tem notificação datada para o dia 29 de dezembro de 2025; 
  • A Ortopedia deve parar em 02 de janeiro de 2026; 
  • Cirurgias Pediátricas, Vascular e Geral estão datadas para o dia 07 de janeiro de 2026, que já operam com grandes limitações com risco de interrupção total antes da data; 
  • A Anestesiologia já está parcialmente parada, agravando a capacidade operacional da Santa Casa de Campo Grande. 

O vice-presidente do CRM ainda afirmou que o Conselho já havia alertado o Ministério Público sobre os impactos da crise que a instituição vinha enfrentando através dos resultados das vistorias e denúncias. 

“As vistorias feitas por esse Conselho são todas transparentes e foram encaminhadas a que, de fato, deveria ter o conhecimento, que é o Ministério Público. Esse momento crucial, esse momento de agora, foi alertado ao longo do período. Nossa preocupação é com o bem estar das pessoas, que tem sido precarizado, neste momento, pelo maior hospital do Estado, tanto em atendimento dos profissionais, que já registraram desistência de certas atividades nas próximas semanas, como em questões internas, como falta de leitos e de material de trabalho. É uma situação preocupante para todos nós”. 

Santa Casa de Campo GrandeDr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

GREVE

Para o CRM, caso a greve seja realmente instaurada na instituição, recai ao Sindicato dos Médicos a aceitação ou não do movimento. No entanto, o pedido de greve pela Instituição foi recebido com estranheza pelos órgãos. 

“A greve é o último cenário a ser avaliado. Mas, diante da situação colocada, deve ser avaliada por quem está na base, sempre ressaltando que é uma manifestação pessoal e não pode ser usada como opção política. A greve tem que ser usada como opção de reivindicação do trabalhador, constituída em lei, quando as condições de mudança não são atendidas. Não pode, por exemplo, um médico estar a seis meses sem receber, sem décimo terceiro”, avaliou o médico. 

A estranheza se deu ao fato de que, na última segunda-feira (22), o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) recebeu ofícios da Santa Casa sugerindo a deflagração de uma greve pela categoria médica, o que implicaria na paralisação completa do oferecimento dos serviços à população. 

A medida foi vista pelo Sindicato como uma tentativa de “lockout”, que é a paralisação total das atividades para exercer pressão, o que é proibido pela legislação brasileira. 

"Este sindicato se propôs a reunir a categoria para discutir o parcelamento proposto. Contudo, antes mesmo da decisão dos médicos, a Santa Casa sinalizou favoravelmente a uma greve que sequer havia sido discutida. Questionamos qual a real intenção por trás dessa conduta", pontuou em nota o presidente do Sinmed, Dr. Marcelo Santana.

Assim, o corpo jurídico do Sindicato pediu a imediata intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) nas negociações, assim como o pedido judicial pelo pagamento do 13º salário em atraso, responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação. 

A paralisação parcial das atividades dos enfermeiros e serviços administrativos da Santa Casa segue em andamento pelo segundo dia consecutivo. 

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