Mais recente, quem transita com frequência pela Avenida Calógeras e tem o olhar mais atento já deve ter notado algumas pichações feitas no Maria Fumaça, sendo que a Guarda Municipal já busca pelo indivíduo responsável e o próprio aspecto geral de conservação do monumento tem incomodado a população.
Motorista de aplicativo, José Aparecido, de 47 anos, classifica a pichação como um "absurdo". "Tem que respeitar, isso aí é um patrimônio, já que colocou, a própria prefeitura tem que vir e fazer alguma coisa".
Ainda, ele destaca que pichação "em todo lugar tem", não sendo exclusivo do monumento, ressaltando que esse tipo de manifestação não é feita pelos usuários locais em si.
"Esses 'noiados' aí não vão fazer isso, se arrumam dinheiro vão logo comprar uma droga, não vão comprar um spray. Isso deve ser coisa de 'filho de papai', gente de escola, é para quem enxerga as letras certinho, já que malandro conhece malandro", comenta.
Além dele, outro motorista de aplicativo, Werick da Cruz, de 34 anos, também passa com frequência e comenta que o movimento da Calógeras em si acaba sendo mais tranquilo, ainda assim, pontua que a prática da pichação deve ter sido feita durante a noite.
Nascido e criado em Campo Grande, ele entende a pichação como uma forma de expressão, mas esclarece que não deveria acontecer em monumentos públicos, entretanto, propõe uma integração entre poder público e artistas locais.
"Falta mais fiscalização porque a gente acorda e já está aí. Acho que denigre, se for fazer tem que ser uma coisa bonita. Faz logo um grafite... agora só ficam aí essas letras sem ninguém entender, só sacaneando", completa.
Fiscalização do monumento
Sendo a 1ª etapa da requalificação da Orla Ferroviária em Campo Grande, a inauguração do monumento aconteceu em 23 de outubro de 2018, medindo cinco metros de altura e mais 20 de comprimento em cerca de 20 toneladas.
O projeto completo previa a requalificação geral da Orla Ferroviária, que deveria receber de bicicletários a moradias sociais, sendo que o pouco do que foi executado hoje já se encontra deteriorado pela ação do tempo.
José Aparecido relata que, devido ao movimento constante de usuários no local, a "solução" seria uma maior proteção para o monumento, seja com uma cerca ou policiamento constante.
"Já ajudava, é melhor uma cerca do que amanhecer pintado. Hoje o problema da prefeitura é esse, vai lá, faz alguma coisa bonita e abandona, não põe uma segurança nem nada", pontua.
Procurada, a Guarda Municipal de Campo Grande apontou que já possui imagens que, pelo trabalho de investigação, devem levar os agentes ao responsável pela pichação, porém, não serão divulgadas no momento justamente para não atrapalhar os trabalhos apurativos.
Além disso, a prefeitura foi acionada através do setor de comunicação, para manifestar posição oficial, entretanto, até o fechamento desta matéria não foi obtido retorno.





Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado


