Segundo a Sala de Inteligência de Negócios e Controle da Santa Casa, a unidade atendeu cerca de 3.000 pacientes na Capital, vitimas de acidente no trânsito, em estados de média a alta gravidade. Somente no ano passado, o hospital atendeu e encaminhou ao pronto-socorro cerca de 2.334 dos pacientes do sexo masculino e 664 do sexo feminino.
De acordo com a ala hospitalar, na maioria dos casos, as vítimas chegaram à unidade com algum trauma físico.
Alguns casos com quadros complexos deixam sequelas que necessitaram de tratamento de urgência. No último ano, cerca de 2.575 pacientes tiveram que passar por procedimento cirúrgico decorrente em razão de acidentes relacionados à ortopedia, traumatologia, neurocirurgia, torácica e cirurgias gerais.
Alison Sergio Teixeira (22), autônomo e mecânico de motocicleta, foi um dos pacientes atendidos pela equipe de médicos do setor de emergência da Santa Casa. O trabalhador se acidentou em fevereiro de 2022 em uma colisão entre moto e carro. Hoje, lida com as sequelas da batida.
“O cara que invadiu a pista, furou a sinalização de pare, e me acertou de lado. O impacto fez meu fêmur quebrar, coloquei um extensor e depois fiz a cirurgia definitiva. Eu não sei quanto tempo ainda vai levar meu tratamento, mas sei que não posso trabalhar por enquanto. E isso me preocupa muito”, destacou Alison.
A colisão ocasionou uma luxação traumática no quadril de Alison, que obteve alta hospitalar após cirurgia, em março deste ano. De acordo com laudo médico, posteriormente, houve uma mudança no quadro de saúde de Alison. Segundo o médico, a lesão acarretou uma trombose, da qual Alison trata junto de uma equipe de cirurgia vascular do hospital.
Para Rodrigo Quadros, médico emergencista do Pronto-socorro, há um aumento de atendimentos na Urgência e Emergência da Santa Casa nestes últimos anos.
“Os casos têm sido cada vez mais graves, causando uma situação difícil, concorrer a uma vaga no centro cirúrgico, devido às fraturas, lesões no tórax, abdômen e até na cabeça. Essa grande demanda gera um acúmulo de pacientes, isso poderia ser evitada muitas vezes”, enfatizou Dr. Rodrigo.
Risco para motociclistas
Dos 3.000 casos de atendimento na Santa Casa, 2.206 envolveram acidentes com motocicletas, 73% do número total. As vítimas, nestes casos, registram lesões mais sérias. Segundo a Santa Casa, em 2021 foram registrados 73 óbitos de pessoas internadas em razão de acidentes no trânsito.
Segundo dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, em 2021, durante o maio amarelo, mês de conscientização no trânsito, os militares atenderam 840 quedas em motocicletas em todo o estado.
Em Campo Grande, as ocorrências relacionadas à queda de bicicleta somaram 762 casos. No interior do estado, 1.457 atendimentos foram feitos pelos bombeiros.
Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado
