Cidades

TRÂNSITO

Preço da placa Mercosul já caiu 33% desde a sua chegada, mas está longe de ser a mais barata

Atualmente, o serviço de emplacamento em Campo Grande oscila entre R$ 200 e R$ 240

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Um ano e cinco meses em vigor, a placa no padrão Mercosul está 33% mais barata em Mato Grosso do Sul, mas ainda longe de ter o preço mais baixo do País. 

Levantamento feito pelo Correio do Estado em 20 capitais brasileiras mostra que a diferença entre a estampa vendida em Campo Grande com a mais em conta encontrada é de 40%.

Inicialmente, o valor cobrado pela unidade da identificação veicular oscilava entre R$ 143 e R$ 150 na Capital. Como carros e demais veículos com mais de duas rodas utilizam duas, os proprietários desembolsavam até R$ 300 pelo serviço quando ele começou a ser oferecido, no dia 3 de fevereiro, um dos mais caros do País.

Atualmente, em Campo Grande, já é possível encontrar a unidade por R$ 100, com o par a R$ 200. É o caso da FS Placas e da Plaesve. 

A ideia desse novo sistema é que a concorrência ditasse os preços e fizesse com que o consumidor acabasse pagando cada vez menos pelo serviço.

É por isso que existem outros estabelecimentos com o serviço mais caro. No Comércio Placas do Xefe, por exemplo, o par oscila entre R$ 240 e R$ 220. O estabelecimento oferece como vantagem a ida de um funcionário até a casa do cliente para fazer a instalação.

Na MS Placas, o par da identificação veicular custa R$ 230, a unidade, R$ 130. Já na Campo Grande Autoplacas, o serviço para carros é de R$ 220, para motos, R$ 140.

O número de empresas credenciadas pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran) para tocar o serviço quase triplicou. 

Em fevereiro do ano passado, eram quatro e atualmente existem 11 estabelecimentos autorizados a produzirem e fixarem as placas Mercosul nos veículos. 

Algumas delas têm mais de uma unidade, o que faz chegar a 19 o número de opções que os clientes têm para identificarem automóveis e motocicletas.

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COMPARAÇÃO

A equipe do Correio do Estado entrou em contato com estampadoras em quase todas as capitais brasileiras. Considerando o valor cobrado pelo par, Belo Horizonte, Paraná e Salvador apresentaram os menores preços.  

Nessas cidades, o produto custa R$ 120. Em Recife, o serviço para automóveis sai por R$ 150 e em Vitória chegou a ser encontrado por R$ 160.  

Macapá, Manaus e Florianópolis empataram com Campo Grande, com o par de placas por R$ 200. A reportagem considerou o menor preço encontrado na cidade.

Existem ainda capitais com o serviço mais caro. No topo da lista, os proprietários de veículos de Rio Branco pagam R$ 261 pelo padrão Mercosul. Na sequência vêm Maceió e Aracaju (R$ 250), Belém (R$ 234) e Tocantins (R$ 229).  

Em todos os casos, após contatos em várias estampadoras, foram considerados os mais baixos, mas, como houve casos em que estabelecimentos não atenderam as ligações, é possível que haja preços diferentes dos que foram informados, porém, ainda assim, as informações servem como parâmetro comparativo.

Com relação à unidade da placa, valor cobrado para quem utiliza motos, o preço encontrado em Campo Grande é o quinto mais em conta, empatando com Macapá, Manaus, Florianópolis, Fortaleza, Cuiabá, Vitória e Belo Horizonte. Em todas essas localidades, o serviço foi encontrado por R$ 100.

Salvador e Curitiba, por outro lado, têm o mais barato entre todos os consultados, saindo a R$ 60. Em Goiânia, o emplacamento de motos custa R$ 68, em São Paulo sai por R$ 90, em Porto Alegre, por R$ 95.

Já Rio Branco também apresentou o mais caro. Houve empresas que disseram cobrar R$ 161 pela unidade da chapa.

De modo geral, os valores encontrados em Campo Grande para a unidade estão abaixo da média calculada entre todas as capitais consultadas, que resultou em R$ 103,3. Contudo, o preço cobrado para carros está acima do resultado da equação, que é de R$ 187,45.

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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