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PESQUISA

Procon alerta: preço do material escolar varia em até 754% em Campo Grande

Mapeamento foi realizado em onze papelarias da cidade, com 233 itens avaliados

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A Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Procon-MS), órgão integrante da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), realizou uma pesquisa no período de 14 a 18 de dezembro em 11 estabelecimentos especializados na venda de materiais escolares em Campo Grande. 

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Os órgãos registraram variação de até 754% nos preços dos artigos requisitados nas listas escolares sugeridas pelas redes de ensino públicas e privadas.  

Como esperado para todos os anos, uma grande procura por materiais escolares acontece entre os meses de dezembro e janeiro. 

A aquisição dos artigos é essencial para o próximo ano letivo, e é para este momento que comerciantes se preparam e em alguns casos até se aproveitam da grande procura para lucrarem, consequentemente pesando no bolso do consumidor.  

O Procon-MS realizou a pesquisa nos seguintes comércios: Papelaria e Livraria Franco, Centro Brasil Papelaria, Centro Lê, Santa Fé Livromat, Centro Lusa, Microart, Centro São Paulo, JD Jockei Clube, Shop Tudo, Centro Suprimac, Vila Glória Zornimat.

O levantamento foi realizado com cerca de 233 itens, no entanto, a planilha só informou dados de 209, pois 14 não se encontravam na maioria dos estabelecimentos mapeados.  

É possível observar na tabela de preços registrada pelo Procon estadual que a maior variação de preço foi a fita Durex 12x10m da marca Adelbras, registrando 754%, que pode ser encontrada por R$ 0,35 na loja Shop Tudo, enquanto na Livraria Moderna está à venda por R$ 2,99.

A segunda maior diferença encontrada foi em relação ao apontador Plast. Simples S/Dep com variação de preço de 660%, do qual o maior valor era R$ 1,90 na Centro Lê, já o menor foi de R$ 0,25 na Microart. Marcando 638% na diferença de preços está a Régua Plástica Simples 30 cm CIS, que registrou seu maior valor a R$ 6,65 e o menor encontrado pela pesquisa de R$ 0,90.  

Logo após está o apontador Plast.C/Dep com a variação de 566,67%. O famoso giz de cera Gizão C/12unid Acrilex, utilizado em atividades dentro e fora de sala de aula, apresentou variação de 506,60%, correspondendo a R$ 19,20 de diferença no valor de uma papelaria para outra. 

A borracha branca encontrada teve seu maior valor registrado a R$ 1 e o menor sendo R$ 0,20 centavos, a variação nesse caso foi de 400%. 

Os últimos quatro itens entre os 10 com maiores variações, está a Régua Plástica Simples 30cm Waleu, com 341,67%, Caneta Esferográfica Pilot, com 33,33%, Fita dupla face 12x30 3M, apresentando 300% e por fim o Esquadro Simples Peq. (Aprox.13cm), marcando 287,93%.  .

ESTABELECIMENTOS

A papelaria Suprimac registrou o maior número de produtos com os maiores preços, totalizando 36 itens dos 233 averiguados. 

Já a papelaria Zornimat teve o maior número de produtos com menor preço, sendo registrados 60 itens.  

De acordo com a equipe responsável pelo desenvolvimento do levantamento, 151 dos produtos catalogados apresentaram aumento de 47,51% e apenas cinco tiveram redução de até -88,10% em seus valores, como no caso do caderno quadriculado espiral capa dura pequeno com até 100 folhas Tilibra.  

Segundo o consultor de vendas de produtos escolares Gabriell Trefzger Ballock, os preços podem variar de acordo com o público que cada papelaria atende e a dinâmica onde estas estão localizadas, um exemplo seria as papelarias do centro da Capital, que disputam qual oferece o melhor valor.  

“A tática de alguns é vender o básico mais barato e nos materiais complementares é jogado um valor acima do previsto, para compensar a margem que ele abaixou do básico”, pontuou.

DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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