Cidades

PARA SER APROVADO

Prefeito sugere revisão do projeto da Parada LGBT em Campo Grande

Matéria foi vetada ontem e chefe do Executivo municipal pediu alterações

Izabela Jornada

01/09/2017 - 13h00
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Prefeito de Campo Grande Marcos Trad disse, durante agenda de hoje, que se o projeto da Parada LGBT fosse aprovado, poderia prejudicar o público por ter atribuído a responsabilidade e a organização ao Executivo. “Eles dão o comando do evento todo à prefeitura. E se o próximo prefeito não quiser fazer? O projeto precisa ser refeito”, disse ele, justificando um dos motivos de ter dado o veto.

O prefeito sugeriu que o público LGBT refaça o projeto utilizando como exemplo a Marcha para Jesus que já está no calendário da cidade. “A Marcha, por exemplo, nós que damos apoio institucional, Agetran, guarda civil municpal e banheiros públicos. Mas a responsabilidade é toda dos organizadores, da comunidade evangélica”, ratificou o prefeito.

Outra justificativa para o veto do projeto é que se a prefeitura tivesse aprovado, seria injusto para com os outros segmentos. “Não posso pegar o dinheiro público e bancar Marcha para Jesus se tem gente que é contra. O dinheiro é do povo, então não posso usar o dinheiro para bancar Parada Gay”, explicou novamente.     

Outra preocupação é com a segurança e possíveis ocorrências durante eventos segmentados. “Imagina se acontece algum acidente nesses eventos, independente da natureza deles? A prefeitura que vai se responsabilizar? Nã quero isso. Não vou bancar evento de segmento. Não sou contra nenhum evento, mas não me peça para ser responsável e organizá-los”, defendeu. 

O prefeito reforçou que não quer que a prefeitura tenha essa responsabilidade e aconselhou que a comunidade LGBT refaça o projeto. “Daremos todo apoio institucional contanto que a responsabilidade seja deles. Não tenho condições de coordenar, tenho que cuidar da cidade”, disse Marcos. 

Preocupado com os comentários que podem surgir a partir do veto, o prefeito já adiantou que não tem preconceito com o público LGBT. “A primeira Subcoordenadoria de Políticas Públicas Municipais LGBT oficial instalada e decretada em Campo Grande foi na nossa gestão. Não tem preconceito nenhum e aqueles que querem ir por esse lado estão sendo maldosos”, salientou ele. 

PROJETO DE LEI

Vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram projeto de Lei Complementar, no dia 10 de agosto deste ano, que institui a Parada de Cidadania LGBT e Show da Diversidade no calendário oficial de Campo Grande. Proposta foi aprovada em regime de urgência, em turno único de discussão e votação.

O projeto, de autoria dos vereadores Eduardo Romero (REDE) e Valdir Gomes (PP), foi amplamente discutido pelos vereadores e acabou aprovado por um voto de diferença, sendo 13 a favor e 12 contra.

A proposta prevê a realizaçã do evento anualmente, sempre no terceiro sábado do mês de setembro.

Vereadores justificaram que objetivo de fixar o evento no calendário é a “diminuição do preconceito e fortalecimento das garantias de Direitos Humanos e da Cidadania”.

Segundo o texto, o público LGBT precisa de apoios da iniciativa privada e do Poder Público para que seja possível reivindicar a construção de políticias públicas em várias áreas, “de forma a promover a cidadania e inclusão em direitos humanos, contribuindo para o combate à violência e violações de direito”.

Parada de Cidadania LGBT é realizada em Campo Grande desde o ano de 2012 e tem como objetivo a promoção e defesa dos direitos humanos da população LGBT em Mato Grosso do Sul, tendo em vista que conta com a participação de pessoas da Capital e do interior.  

O prefeito de Campo Grande foi ontem à Câmara Municipal explicar aos vereadores o motivo do veto. “Ontem fiz questão de ir lá e expliquei que o motivo é técnico e não político”.

No corpo da matéria o projeto aponta como responsável pelos custos e pela organização a Prefeitura de Campo Grande. Marcos Trad disse que o líder do Exeutivo não pode ser titular de eventos de segmento e que um evento desse porte custa caro. “Essas paradas gays tem aumentado a cada ano, são mais de 60 mil pessoas. Não temos previsão de orçamento para isso e não podemos nos responsabilizar por eventos segmentados. Reforço que eles copiem o projeto da Marcha para Jesus e então aprovaremos o evento", finalizou. 

CAMPO GRANDE

Cavalos invadem avenida e são recolhidos no Terminal Guaicurus

Manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais

22/12/2025 08h45

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos. Reprodução

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Uma cena inusitada chamou atenção, na madrugada desta segunda-feira (22), em Campo Grande: seis cavalos foram recolhidos para dentro do Terminal Guaicurus após serem flagrados perambulando pela região.

Conforme apurado pela reportagem, a manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais.

Em seguida, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) flagrou a tropa andando pela pista e resolveu recolhê-los para dentro do Terminal Guaicurus, com o objetivo de mantê-los em segurança e resguardar a vida da população.

A manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Os bombeiros acionaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas, o órgão não possui plantão noturno. Também acionaram a Polícia Militar Ambiental (PMA), mas, de acordo com a PMA, só é possível atender animais silvestres.

Logo em seguida, o dono dos animais foi localizado. Ele afirmou aos bombeiros que a porteira ficou aberta e por isso os animais fugira. Com isso, os militares conduziram o animal até o local de origem.

 

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GRUPO CARIOCA

Facção de Peixão está infiltrada no crime organizado em MS

Chefão do Terceiro Comando Puro que levava família para a Bolívia e foi interceptado pela PRF no Estado já se "instalou" em áreas de Mato Grosso do Sul

22/12/2025 08h40

Facção criminosa do Rio de Janeiro que faz frente ao Comando Vermelho estaria na fronteira de MS

Facção criminosa do Rio de Janeiro que faz frente ao Comando Vermelho estaria na fronteira de MS Rodolfo César

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De forma nacional, três facções criminosas estão com atuação direta no Brasil e o poder emergente identificado como Terceiro Comando Puro (TCP) passou a agir em Mato Grosso do Sul, onde estão rotas para o tráfico de drogas e de armas envolvendo conexões na Bolívia e no Paraguai.

Identificado como líder desse grupo criminoso, Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, foi investigado sob suspeita de estar a caminho do Estado para alcançar a Bolívia e fugir da Justiça.

Ele estaria com toda a família, em dois carros, que chegaram a ser parados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) neste mês, mas o criminoso não foi localizado.

A abordagem aos familiares do criminoso ocorreu perto de Campo Grande, já na BR-262, no dia 8. Dentro do carro estavam joias e dinheiro. O valor do material apreendido não foi divulgado, mas foi classificado como uma pequena fortuna que era transportada pela esposa, três filhos e um sobrinho de Peixão.

As joias, por exemplo, eram personalizadas e remetiam a sinais usados por Peixão e sinais do “Complexo de Israel”, território hoje invadido pelo TCP.

Os motoristas que estavam nos veículos tinham sido contratados na Bolívia para levar os familiares do criminoso até o país vizinho passando por Campo Grande e Corumbá.

Esse caso, que envolveu um trabalho da Polícia Civil do Rio de Janeiro e a PRF em Mato Grosso do Sul, apresenta indícios de como Peixão já estaria com canais construídos em Mato Grosso do Sul, bem como na Bolívia. 

Há outros elementos, mais concretos, que identificaram que o TCP é uma facção criminosa que passou a agir no Estado. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) elabora relatório estratégico neste ano que identifica a presença do Terceiro Comando Puro não só em MS, como também no Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre e Rio Grande do Sul.

A “nacionalização” dessa facção vem ocorrendo, principalmente, para ocupar espaços que antes eram ocupados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Contudo, a facção paulista está direcionando suas ações para operações internacionais e deixando territórios “livres” para serem invadidos por outros grupos.

Sobre esse relatório, que só será finalizado no começo de 2026, pontos de alerta foram informados pelo coordenador-geral de Análise de Conjuntura Nacional da Abin, Pedro de Souza Mesquita.

“Existe um terceiro ponto, que não tem sido tão retratado, que é a ascensão de um terceiro polo de poder, (...) Terceiro Comando Puro, do Rio de Janeiro. Eles replicaram o método do Comando Vermelho ocupando espaços em que o PCC era predominante e hoje não é mais, porque [PCC] estão olhando mais para fora [do Brasil]. O avanço do Terceiro Comando Puro está no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul”, explicou Mesquita, durante a 6ª reunião de Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, do Congresso Nacional. O evento ocorreu em 5 de novembro.

Diante desse contexto do crime organizado em Mato Grosso do Sul, um precedente que se cria é uma possibilidade de escalada da violência por conta de disputa para se ter o domínio do território, possível briga do TCP com o Comando Vermelho – também presente no Estado – e características de atividades criminosas mais presentes na realidade do Rio de Janeiro, como milícias e transversalidade de delitos.

Conforme Mesquita, o TCP está dando sinais de um processo de nacionalização para fazer frente ao Comando Vermelho.

“Eles estão oferecendo uma resistência ao Comando Vermelho, oferecendo uma rede de fornecimento de fuzis, uma rede de fornecimento de drogas e uma rede de homiziado [abrigo para fugitivos] em comunidades do Rio de Janeiro. O que mais nos preocupa é que estamos vendo um processo de nacionalização de uma lógica fluminense”, disse.

No relatório em construção da Abin, em todo o País existem 31 grupos criminosos identificados. Destes, o PCC, o CV e o TCP estão com conexões para atuar de forma nacional.

“Por exemplo, no caso que envolve gasolina, um cidadão que resolvia comprar um posto ou mais de um, hoje tem que competir com alguém que bate à porta dele e quer comprar o posto dele apontando uma arma e usando a lavagem de dinheiro para financiar a compra do combustível”, exemplificou o coordenador-geral de Análise de Conjuntura Nacional da Abin para contextualizar uma das lógicas do crime organizado praticado no território fluminense.

PARADEIRO

Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, segue sem nunca ter sido preso. Ele tem 38 anos e é apontado como o chefe da facção TCP que domina as comunidades Cidade Alta, Parada de Lucas, Vigário Geral, Cinco Bocas e Pica-Pau, na zona norte do Rio de Janeiro.

O investigado denominou o território como “Complexo de Israel” e chegou a instalar uma cruz de Davi no topo da região. Sua atuação ficou mais conhecida a partir de 2016 e se consolidou em 2020.

No monitoramento que a Polícia Civil do Rio faz para tentar prendê-lo, no dia 8, houve a identificação que a família do criminoso fazia a viagem até Corumbá, o que foi identificado como possibilidade de fuga do Brasil. 

“Quando percebemos que o carro onde eles estavam passou a se movimentar, acionamos a PRF para realizar a abordagem porque havia grande possibilidade de o Peixão estar no veículo. A investigação continua para capturar este narcotraficante”, disse o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, via assessoria.

Apesar da interceptação, Peixão não estava em nenhum dos dois veículos. Todos os familiares e os motoristas foram ouvidos na Polícia Federal de Campo Grande e liberados ainda no dia 8, porém sem as joias e o dinheiro.

Conforme apurado, autoridades bolivianas da fronteira com o Brasil não tinham recebido comunicado oficial sobre a possibilidade de fuga até a tarde do dia 11. A PF não detalhou se montou alguma operação de monitoramento.

*SAIBA

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou a presença do Terceiro Comando Puro não só em MS, como também no Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre e Rio Grande do Sul.

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