Proposta analisada pela Prefeitura de Campo Grande, Ministério Público e entidades ligadas a educação prevê a volta as atividades presenciais de 140 das cerca de 400 escolas particulares da Capital, porém, respeitando medidas de biossegurança para evitar o contágio do novo coronavírus.
Conforme o prefeito de Campo Grande, Marcos Trado (PSD), essas escolas possuem algumas características que facilitam o retorno delas as atividades presenciais, que estão paralisadas desde o dia 24 de março, devido a decreto publicado pelo Governo do Estado.
“Apenas as escolas que atendem as séries iniciais, de 6 meses a 7 anos, e que sejam pequenos e com turmas de poucos alunos. Tem casos de salas com cinco, seus alunos”, explicou Trad.
Segundo ele, durante a reunião na quarta-feira (20) na Procuradoria-Geral do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, as entidades se mostraram também preocupadas com o retorno, entretanto, nos últimos dias, houve um aumento do número de pais querendo o retorno das aulas.
“Eu era irredutivelmente contra essa volta, mas ouvindo eles falarem, percebi que há cenários diferentes. Boa parte dos donos de escolas deixaram claro o número crescente de pais a favor da reabertura, as vezes até diferente do que eles veem. Eles nos mostraram que no começo do mês, apenas 10% dos pais eram a favor da volta, mas em uma última pesquisa esse número aumentou para meio a meio”, relatou o prefeito.
A crescente mudança de postura dos pais, na maior parte, se deve ao retorno de outras atividades comerciais, por conta das flexibilizações aprovadas pela prefeitura. De acordo com Marcos Trad, muitos pais alegam que não tem onde deixar seus filhos agora que tiveram que retornar para o trabalho. “Praticamente todas as atividades comerciais e públicas da cidade voltaram a funcionar e quando houve essa deliberação, eles alegam que muitos pais voltaram a trabalhar e não tem com quem deixar, principalmente os menores”.
Entretanto, para que essas 140 instituições de ensino retomem suas atividades, será necessário que sigam medidas de biossegurança, estabelecidas por um estudo feito e entregue pelas entidades de representação das empresas. Esses documentos tiveram alguns apontamentos feitos tanto por Ministério Público, como prefeitura e devem adequar o texto para essas modificações.
Outro apontamento feito pelas próprias entidades, segundo o prefeito, é que os alunos não serão obrigados a retornarem para as aulas presenciais. Para os pais que não se sentirem confortáveis em encaminhar seus filhos para a escola, as aulas online continuarão sendo disponibilizadas. “Eles fizeram uma pesquisa, e 100% das crianças tem condições de acesso à internet e computador em casa, então isso não será problema”, continuou o prefeito.
Ainda não há, porém, um calendário estabelecido para quando esse retorno deverá ser efetivado, ou mesmo para quando as outras séries deverão ser retomadas. Isso será avaliado em um próximo encontro, a ser realizado na semana que vem, mas que ainda não tem data, nem horário.
Escolas públicas
Sobre as Rede Municipal de Educação (Reme), o prefeito de Campo Grande foi categórico. “Já tomei minha decisão e elas não vão abrir por enquanto”, informou. Na sexta-feira passada, o Governo do Estado publicou decreto que suspendia as aulas na Rede Estadual de Ensino (REE) até o dia 30 de junho.
No mesmo dia Marcos Trad afirmou que a prefeitura tomaria a mesma linha, mas apenas nesta quinta-feira (21) é que o decreto 14.316, com essa determinação, foi publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). “Suspendem-se as aulas presenciais de todas as escolas da Rede Municipal de Ensino, no período de 22 de maio a 30 de junho de 2020”.