O déficit nas contas da Prefeitura de Campo Grande, quando os gastos superam as receitas, pode atingir R$ 158,6 milhões em outubro. As informações constam em balanço do primeiro quadrimestre do ano, que aponta ainda descompasso na arrecadação de impostos.
Conforme o secretário Municipal de Planejamento, Finanças e Controle (Seplanfic), Disney Fernandes, impactam na conta ausência de reserva do 13º salário dos servidores e repasses para a previdência. A soma, nestes casos, chega a R$ 98 milhões. O valor total das despesas chega a R$ 284,1 milhões, ante receita de R$ 125,5 milhões.
“Precisamos diminuir despesa e otimizar receita, pois temos um descompasso grande em relação a arrecadação”, pontuou o secretário. Tributos como Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos (ITBI) e Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) devem ser otimizados, além da fiscalização reforçada contra sonegadores.
A folha de pagamento dos servidores em setembro está estimada em R$ 90,8 milhões, enquanto o custeio chega a R$ 20 milhões. Os salários, de acordo com o prefeito Alcides Bernal (PP), permanecem escalonados e contratos não-essenciais suspensos pelos próximos 90 dias.
NEGATIVO
Saldo negativo também teria sido deixado pelo ex-prefeito Gilmar Olarte (PP). Em 2014, o déficit entre receitas e despesas brutas chegou a R$ 78.072.962,45. Somente em agosto deste ano o valor somou R$ 40.124.188,70.
“Foi um presente de bandido”, resumiu Bernal. Já o secretário da Seplanfic foi mais comedido ao considerar que a gestão Olarte garantiu a “inversão entre receitas e despesas, com descontrole absurdo”.
Para reverter este quadro, a equipe econômica não descarta rever contratos e eliminar gratificações que considera indevidas. Auditorias também serão realizadas em secretarias e fundações, porém medidas para a redução de gastos serão anunciadas somente no fim do mês.


