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Prefeitura estuda doar terrenos para famílias da comunidade do Mandela

Incêndio devastador acabou por completo com 80 casas da favela; moradores estão em abrigos e barracas improvisadas

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Após o incêndio sem precedentes que acabou com 80 barracos na comunidade do Mandela, localizada na região norte de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP) esteve novamente no local, na tarde desta sexta-feira, e informou que famílias que tiveram seus barracos consumidos pelo fogo serão levadas para um novo terreno “desembaraçado” e com a escritura em mãos.

Adriane Lopes afirmou que famílias e pessoas que ficaram desabrigadas não deverão permanecer naquele terreno, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente (APP).

Além disso, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) já havia acionado a prefeitura para que fizesse a desocupação da área e destinasse outro local para os moradores.

Assim, aqueles que perderam tudo serão remanejados para um terreno que a administração municipal está buscando.

Para o Correio do Estado, Adriane Lopes contou que, acompanhada do presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges (PSB), percorreu o entorno  da comunidade à procura de um terreno, para que as famílias continuem usando escolas e serviços da região.

“A Semadur [Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana] está fazendo um levantamento das áreas agora [sexta-feira], nesse exato momento, porque aqui [na comunidade] não vai ser possível construir. [Estamos procurando] uma área totalmente desembaraçada do município para realocar as 80 famílias que perderam o seu barraco”, disse a prefeita.

Como os moradores da comunidade deixaram nítido que querem seguir residindo na região, muito por conta de várias famílias terem filhos em escolas em bairros próximos, a prefeitura levará em consideração a demanda popular.

“As famílias são unânimes, elas querem [residir] nas proximidades do Mandela. Mas aqui neste espaço não será possível reconstruir, será onde o município vai disponibilizar”, adiantou Adriane Lopes.

ÁREA LIVRE

Quando todos estiverem realocados antes de o município iniciar a construção no local, será realizado um projeto de Regularização Fundiária Urbana (Reurb). Trata-se da Lei nº 13.465, instituída pelo governo federal para regularizar moradias irregulares, sejam urbanas, sejam rurais.

Um dos requisitos dessa legislação é que os beneficiários sejam integrantes de grupos que vivem em terrenos de ocupações.

“Primeiro, vamos fazer a Reurb dessas famílias, doando o lote, e aí vamos, por meio do município, buscar qual subsídio é possível, como nós vamos trabalhar, porque tudo isso é muito intenso e muito rápido. Foi um fato inédito, que aconteceu de um dia para o outro e que a gente precisa de legalidade para agir. Não tem como dar uma resposta de imediato sobre as áreas, porque todas elas requerem um estudo jurídico para resolver a situação”, explicou a prefeita.

Outra preocupação demonstrada na comunidade é relacionada às pessoas que moram sozinhas e não têm família. 

A prefeita esclareceu que a lei federal prevê alguns critérios, como a prioridade no momento da distribuição de residências.

“Nós vamos tentar atender de acordo com a legislação. Primeiro as famílias, mas elas [outras pessoas] não ficarão desamparadas”, pontuou Adriane Lopes.

DE PAPEL PASSADO

Segundo o diretor-adjunto da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques, o órgão está há um ano em busca do local onde será feito o reassentamento das famílias que ficaram desamparadas por conta do incêndio na comunidade do Mandela.

“Agora, a prioridade é para as famílias dos 80 barracos que foram totalmente destruídos e, na sequência, todo o restante, para reassentá-los. Sair daqui, ter o seu terreno, cada um com seu nome já para construir sua unidade habitacional”, disse. 

E complementou: “É um compromisso. Nós assumimos esse compromisso com todas as famílias desde o início”.

CASA PRÓPRIA

Em uma barraca montada pelo Exército, com cerca de cinco pessoas dentro, entre elas duas crianças, Alex Mariano de Oliveira relatou o desejo de sair da comunidade.

“Eu quero sair daqui, pelo menos vai ser uma coisa da gente, que vamos poder construir. Vai ter o lote no nome da pessoa. [Fizeram uma reunião] e explicaram para a gente que teremos o terreno. Fiz o cadastro no nome da minha mãe”, contou o rapaz, que teve que salvar a mãe cadeirante no colo em meio ao fogo.

Também desamparada, Daiane dos Santos, que conseguiu chegar a tempo de soltar o cachorro Fofo para que não morresse queimado, relatou que não teve acesso à informação sobre os lotes, que serão prioritários para os moradores que perderam tudo no Mandela.

“A única informação que tenho são dos abrigos, só que nenhuma das pessoas daqui [da comunidade] querem ficar. Se arrumassem um terreno, eu iria. Acredito que a maioria aqui também”, opinou a moradora.

AÇÃO

No primeiro dia de ação beneficente, de distribuição de doces, a diretora-presidente do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG), Camilla Nascimento, esclareceu que a atividade designada pela prefeita Adriane Lopes está sendo cumprida “de coração”.

Como os adultos da comunidade já estão sendo atendidos, o diferencial foi voltar o olhar aos pequenos.

“A gente quer levar um pouquinho de alegria a mais para a criançada. Então, de repente, o que as pessoas não dão muito valor, um ‘guaranazinho’, uma bolacha recheada, [mas] uma coisa diferente para sair um sorriso depois de um trauma desse”, pontuou Camila.

DOAÇÕES

Como os moradores perderam tudo com o fogo, muitas pessoas estão levando doações até a comunidade. Por conta disso, a prefeitura informou que agora as maiores necessidades são água, produtos de higiene pessoal e fraldas. Outros também estão levando roupas e brinquedos para as crianças.

A prefeitura também pede que essas doações sejam concentradas no Fundo de Apoio à Comunidade (FAC) de Campo Grande, situado na Av. Fábio Zahran, nº 6.000, Vila Carvalho.

O local está recebendo as doações e fazendo a triagem para que todos recebam o que precisam de acordo com o cadastro da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) e a Emha.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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Previsão do tempo

Semana será de calor e pancadas de chuva em MS

Festividades natalinas serão marcadas por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva

21/12/2025 10h15

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A semana de festividades natalinas será marcada por clima típico de verão, com alternância entre períodos de sol, calor intenso e pancadas de chuva acompanhadas de trovoadas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul, é o que indicam as projeções do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

As condições se destacam em virtude da instabilidade climática que atinge o Estado, fatores que causarão oscilações de temperatura, onde a chuva deve ser marcante já no início da semana, enquanto o calor ganha força nos dias seguintes.

A segunda-feira (22) começa com céu carregado e chuva em várias cidades, sobretudo em Campo Grande com possibilidade de chuva intensa, rajadas de vento e descargas elétricas. Os volumes podem ser significativos em pontos isolados não só da Capital, mas em municípios adjacentes como Bandeirantes e Jaraguari. Nessa região, as temperaturas permanecem elevadas, com máximas em torno dos 32°C mínimas próximas dos 22°C. 

Na terça-feira (23), o cenário pouco muda, e a instabilidade segue presente, especialmente à tarde e à noite, quando são esperadas novas pancadas de chuva e trovoadas, mantendo o tempo abafado.

A partir da quarta-feira (24), véspera de natal, a tendência é de redução das chuvas e aumento da presença do sol. O tempo fica mais firme, com variação de nebulosidade, e as temperaturas sobem, podendo alcançar a faixa dos 33°C e 34°C em diversos municípios como Sonora e Cassilândia. 

No feriado de quinta-feira (25), o calor se intensifica ainda mais, com predomínio de sol e poucas nuvens, característica comum do verão sul-mato-grossense, e noites quentes em todo o estado.

Já na sexta-feira e no sábado, o sol aparece com mais frequência, mas o calor e a umidade favorecem a formação de pancadas isoladas de chuva, principalmente no período da tarde. As máximas seguem elevadas, variando entre 32°C e 34°C, enquanto as mínimas ficam acima dos 23°C, mantendo a sensação de tempo abafado.

Em Dourados e Ponta Porã, porção sul do estado, os termômetros devem marcar  médias entre 24 °C e 31 °C, calor típico de verão com possibilidade de pancadas de chuva isoladas.

Em Três Lagoas e Corumbá, o clima deve se estabelecer entre 23°C e 32°C com variação de sol e chuva e picos de alta temperatura que podem atingir a casa dos 35°C.

Coxim, Naviraí e Nova Andradina, as estimativas médias ficam entre 23 °C e 31 °C.

Saiba*

Ao longo da semana, a recomendação é de atenção redobrada aos avisos meteorológicos, sobretudo nos dias de maior instabilidade, além de cuidados com o calor intenso, como hidratação constante e proteção contra o sol. 

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