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Campo Grande

Prefeitura põe áreas nobres à venda para fazer caixa

Dos 19 terrenos que o município quer vender, 14 valem R$ 7,2 milhões; sozinha, outra área pode valer quase R$ 30 milhões

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A prefeitura de Campo Grande quer colocar à venda, nos próximos meses, um total de 19 áreas públicas, algumas delas localizadas em regiões nobres da cidade. A intenção é arrecadar algumas dezenas de milhões de reais. Somente uma dessas áreas pode estar avaliada em aproximadamente R$ 29 milhões.

Das 19 áreas que o município pretende colocar à venda, só foram divulgadas a extensão e o valor de mercado de 14 delas. Outras cinco, não tiveram todos os dados divulgados no projeto de Lei que tramita na Câmara de Campo Grande desde o dia 16 deste mês. 

A soma dos valores das 15 áreas com avaliação revelada pela prefeitura chega a R$ 7.121.080,31.

No entanto, uma das áreas que está à venda é um terreno de aproximadamente 14 mil m², no cruzamento das ruas Raul Rosa Pires e Augusto Antônio Mira. Os mapas do Bairro Chácara Cachoeira disponíveis na prefeitura indicam que essa área poderá estar avaliada em até R$ 29 milhões.

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A Prefeitura de Campo Grande, mesmo quando perguntada, não ofereceu detalhes sobre essa área – muito menos no projeto que tramita na Câmara. 

Mas com base nas descrições presentes no Projeto de Lei e com as informações dos mapas da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), o Correio do Estado verificou que se trata de um terreno de 14 mil m², em uma região onde o custo do m² está avaliado em aproximadamente R$ 2 mil.

Além desse grande terreno, para outros quatro não são informados a avaliação do imóvel, o total da área, tampouco o número da matrícula nos cartórios de registro de imóveis.  

OUTRAS ÁREAS

Também há grandes áreas que poderão ser colocadas à venda, como uma área de 15,4 mil m² desmembrada da antiga fazenda “Retiro das Três Barras”, região próxima a condomínios de luxo da Capital, que está avaliada em R$ 618.640,00.  

Das áreas avaliadas citadas na lista da prefeitura entregue à Câmara dos Vereadores, a mais bem avaliada é um terreno na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon (antiga Y-Juca Pirama), de 1.127 m². O município não pretende vendê-la por menos de R$ 2.284.085,88.

Há pelo menos duas grandes áreas à venda localizadas em avenidas importantes (ou perto delas) da saída para Sidrolândia, como a Avenida Gunter Hans. Em uma delas, no Jardim do Boggi – loteamento de alguns quarteirões perto do Jardim Leblon –, há uma área de 3.143 m² avaliada em R$ 925.940,00.

Também há uma outra, um pouco menor, mas de valor semelhante: um espaço da Rua Lúcia Martins Coelho, já perto do Jardim Aero Rancho, que deveria abrigar um parque. A área de 2.088 m² poderá ser vendida a partir de R$ 926.808,24.

Na Vila Nascente (extensão do Carandá Bosque, atrás do Parque dos Poderes) há uma área de 605 m², na Rua Joselito, à venda por R$ 394.886,13. A região é próxima à Avenida Hiroshima, à Receita Federal e ao Tribunal de Justiça.

Além da área localizada no Chácara Cachoeira, não há divulgação da avaliação em terrenos que o município quer vender na Rua Projetada, Bairro Santo Antônio.

No Jardim São Lourenço (bairro vizinho aos bairros Vilas Boas e Tiradentes, que tem a Avenida Eduardo Elias Zahran como um de seus limites); na Rua Doutor Fernando Alves Machado, Bairro Maria Aparecida Pedrossian; e na Avenida Riachuelo, Bairro Cabreúva.  

O Correio do Estado solicitou informações detalhadas sobre todas as áreas à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semadur). Não houve resposta até a publicação desta reportagem.

JUSTIFICATIVA

O procurador-geral do município, Alexandre Ávalo, disse ao Correio do Estado que as áreas públicas que constam no projeto já não têm a destinação originária – a maioria delas são “inaproveitáveis isoladamente”. Trata-se, segundo ele, de sobras de desapropriação ou excessos de área.

Ele também fez questão de frisar que, se aprovada e sancionada, a lei autoriza, mas não obriga, o município a alienar (vender) as áreas. “Registra-se que há manifestações técnicas da Agência Municipal de Planejamento Urbano (Planurb), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semadur) e da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) favoráveis à desafetação”, afirmou o procurador-geral do município.

“Ademais, se decidido pela alienação, o processo como regra será de licitação, na modalidade concorrência, viabilizando a participação de todos, com transparência”, explicou Ávalo.

No ato da venda, o projeto prevê que a prefeitura deverá dar preferência aos vizinhos das áreas que poderão ser vendidas. Além da venda das áreas, a lei também autoriza que o município faça permuta destes terrenos.

Não é permitido que a venda de áreas públicas do município ocorra sem lei municipal que a autorize. 

(Colaborou Thais Libni)

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Cidades

Governo estadual faz queima prescrita em área de 78,3 mil hectares no Pantanal

Técnica cria barreiras naturais que impedem a propagação descontrolada do fogo durante o período de seca

10/04/2025 07h30

Foto: Ewerton Pereira/Secom

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O Governo do Estado iniciou uma ação inédita de queima prescrita e manejo integrado do fogo no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, esforço para preservar a área de proteção ambiental que contém 78,3 mil hectares.  

A queima prescrita é uma técnica planejada que reduz a vegetação seca e cria barreiras naturais que impedem a propagação descontrolada do fogo durante o período de seca.

A prática contribui para a proteção do ecossistema pantaneiro, reduzindo o impacto de incêndios de grandes proporções e preservando a fauna e a flora da região. Esta é a primeira vez que o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS) realizou a queima preventiva como forma de preparação da área para a Temporada de Incêndios Florestais (TIF).

Foto: Ewerton Pereira/Secom

A ação  teve início no domingo (6) e segue até a próxima semana, com 42 pessoas envolvidas, entre bombeiros e servidores do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). 
A unidade de conservação fica nos municípios de Aquidauana e Corumbá, é a primeira da região pantaneira a receber técnicas do Manejo Integrado do Fogo (MIF), em antecipação aos incêndios florestais previstos para este ano.

A proposta,  nesta ação de queima prescrita, tem objetivo de reduzir a intensidade de incêndios, facilitando o combate e o controle das chamas", explicou o subdiretor da Diretoria de Proteção Ambiental (DPA) do Corpo de Bombeiros, major Eduardo Teixeira.

Articulado pelo Imasul, o trabalho foi conduzida pelo Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas (Nefau) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Quando realizamos essas ações preventivas, antes do período crítico, conseguimos reduzir significativamente os riscos.

Com o uso do fogo de forma controlada, por meio da queima prescrita, aliado a ações educativas, temos mais chances de evitar grandes catástrofes causadas pelo fogo dentro do parque", disse o doutor em biologia e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Geraldo Damasceno Júnior, responsável pelo Nefau.

Foto: Ewerton Pereira/Secom

"A queima prescrita é uma estratégia fundamental no manejo do fogo e na preservação do Pantanal. Ao realizarmos essa ação de forma controlada e com base em critérios técnicos, conseguimos minimizar os impactos ambientais e reduzir significativamente o risco de incêndios florestais de grandes proporções. O trabalho conjunto entre diversas instituições demonstra nosso compromisso com a conservação desse bioma único", disse o diretor-presidente do Imasul, André Borges. 

Proteção ambiental

Antes da queima prescrita, entre os dias 3 e 5 de abril, foi realizada uma ação coordenada pelo Instituto Terra Brasilis, com financiamento do Ministério do Meio Ambiente, do Fundo Global para o Meio Ambiente e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

A iniciativa incluiu treinamento de peões, gerentes e proprietários de fazendas da região, com o compartilhamento de boas práticas de manejo do fogo. 
Na ação de queima prescrita é eliminado o material combustível acumulado ao longo dos anos, dentro da área do Parque Estadual do Rio Negro, onde o último registro de incêndio foi em 2021.

"É uma oportunidade de mostrar que o fogo, como ferramenta de manejo, pode trazer benefícios significativos também para os produtores rurais. Quando bem orientado, o uso do fogo pode resultar em melhorias econômicas para a atividade pecuária. Com todas essas ações integradas, conseguimos reunir dados e parâmetros que comprovam que o fogo pode ser utilizado de forma estratégica tanto para a conservação da biodiversidade quanto para a produção sustentável", disse Alexandre de Matos e Martins Pereira, analista ambiental do Prevfogo. 

Tecnologia

Os veículos usados nas ações no Pantanal são especialmente adaptados para atuação na área, entre eles está o caminhão 'auto bomba', projetado para atuar em terrenos acidentados. "Esse caminhão possui estrutura reforçada, sistema de molas elevado e chassi adaptado, o que garante desempenho seguro em áreas como pastagens, estradas vicinais, terrenos lamacentos e arenosos", explicou o sargento Elcio Matheus Barbosa.

Com capacidade para armazenar aproximadamente 7 mil litros de água, o veículo abastece outras viaturas e combate diretamente as chamas. Um dos diferenciais é a possibilidade de dispersão de água enquanto o caminhão se move lentamente.

Outro recurso lança um jato em forma de leque com raio de aproximadamente 5 metros, criando uma linha de combate segura. "A viatura avança em baixa velocidade enquanto os militares combatem o fogo simultaneamente, o que nos dá mais agilidade e eficiência", disse o sargento Matheus.

O trabalho conjunto entre órgãos ambientais, instituições de pesquisa e entidades da sociedade civil reflete o compromisso contínuo com a preservação do Pantanal e o desenvolvimento de estratégias eficazes para o controle de incêndios florestais na região.

A atividade ocorre de forma antecipada a TIF 2025, em conjunto com outras ações, cursos e treinamentos que já ocorrem desde o início do ano, com foco no trabalho preventivo e de planejamento para atuação dos bombeiros nos incêndios florestais do bioma.

Toda a operação no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro é realizada de forma gradual e monitorada, para garantir a segurança de todos e também que os animais possam sair para áreas seguras.

*com informações da assessoria

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Cidades

Quais são os próximos passos do projeto que pode desarmar segurança de Lula?

O texto ainda precisa passar pelas comissões de Administração e Serviço Público, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, para apreciação e votação

09/04/2025 22h00

Presidente Lula

Presidente Lula Foto: Arquivo

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Um projeto que proíbe os seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de todos os seus ministros a usarem armas de fogo para trabalhar avançou na Câmara dos Deputados. A proposta foi aprovada nesta terça-feira, 8, na Comissão de Segurança da Câmara, por 15 votos favoráveis, oito contra e uma abstenção.

O texto ainda precisa passar pelas comissões de Administração e Serviço Público, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, para apreciação e votação. Por ter "caráter conclusivo", não será preciso que o plenário da Câmara vote o projeto: se as comissões o aprovaram, ele segue para a Casa revisora, neste caso, o Senado Federal.

Uma vez aprovado pelos senadores, vai para sanção presidencial, momento em que Lula pode transformar o projeto em lei, ou vetá-lo parcial ou integralmente.

O presidente foi pessoalmente atacado durante a discussão da proposta que mira o afrouxamento de sua segurança. O relator do projeto, deputado Gilvan da Federal (PL-ES), disse que deseja a morte do chefe do Executivo. "Eu quero mais que Lula morra, eu quero que ele vá para o quinto dos infernos. Eu quero mais que ele morra, e que (os seguranças dele) andem desarmados."

O deputado defende que a segurança de Lula e do primeiro escalão do governo "se adeque à realidade imposta pelos mesmos ao cidadão comum".

Pela declaração, Gilvan pode ser alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF), a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) Parlamentares do PT também solicitaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o colega seja investigado.

Delegado Caveira (PL-PA), autor da proposta, disse acreditar que a atuação dos agentes deve "estar de acordo com a ideologia do atual mandatário, que não vê nas armas de fogo algo benéfico para a sociedade".

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