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Preso, Edio tinha a "chave do cofre" da maior secretaria do governo estadual

Ele foi exonerado dia 30, mas nesta sexta-feira (01) o diário oficial ainda trouxe publicação em que reajustou contrato milionário

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Embora tenha sido oficialmente exonerado na quinta-feira do cargo de secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Educação, o nome de Edio Antonio Resende de Castro Bloch ainda aparece nesta sexta-feira (1) como responsável pela assinatura do aditivo de um contrato de reforma e ampliação de escola, que passou de R$ 7,6 milhões para R$ 8,5 milhões. 

Edio Bloch é um dos oito detidos na quarta-feira em meio a uma operação do Ministério Público Estadual que viu indícios de corrupção em contratos de R$ 68 milhões firmados com empresas dos irmãos Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior com as secretarias de Saúde e Educação. 

Conforme o MPE, Edio teria recebido propina para fechar contrato com empresa dos irmãos para compra de aparelhos de ar condicionado que foram instalados em prédios da Secretaria de Educação. Os contratos sob investigação foram firmados na administração passada, que acabou no final de 2022. 

Neste ano, porém, as constantes publicações do diário oficial do Estado deixam claro que nas mãos de Edio Bloch estavam as chaves do cofre da secretaria. A publicação desta sexta-feira mostra que o aditivo do contrato que passou para quase R$ 8,5 milhões foi assinado no dia 23 de novembro, mas a publicação só saiu agora, dois dias depois da prisão e um dia após a demissão. 

E o reajuste tornado público nesta sexta-feira é o segundo aplicado sobre o mesmo contrato, cujo valor aumentou cerca de R$ 830 mil, o que equivale a pouco mais de 10% sobre o valor inicialmente acordado na licitação. 

Uma rápida análise do diário oficial revela que publicações como a desta sexta-feira são rotineiras. No dia 30, mesmo dia em que foi exonerado, assinou reajuste garantindo mais R$ 416 mil a uma construtora, a mesma que no dia anterior já havia recebido reajuste de 12,3% para reforma de uma escola, o que lhe garantiu acréscimo de R$ 738 mil ao contrato original. 

No dia em que estava sendo detido, Edio Bloch assinou no diário oficial a publicação da prorrogação, por mais 12 meses, de um contrato com empresa para prestação de serviços de limpeza. Em novembro de 2021, quando Edio aparecia como ordenador de despesas, o valor anual do contrato foi fixado em R$ 4,8 milhões. 

Agora, dois anos e vários aditivos depois, o valor do contrato subiu para R$ 7 milhões anuais, um aumento da ordem de 45%, sem licitação. 

E neste mesmo dia da prisão o nome de Édio Bloch aparece em pelo menos outras 15 páginas do diário oficial. Em boa parte destas publicações ele rejusta contratos ou nomeia pessoas de sua confiança para fiscalizar o correto cumprimento dos contratos. 

Nos dias 27 a 28 ele aparece outras oito vezes, geralmente para oficializar reajustes ou prorrogação de contratos, quase todos de valores milionários.  Edio, procedente de Maracaju e que incorporou no nome Bloch somente em outubro deste ano, aparece no diario oficial pela primeira vez em 2009, quando foi nomeado para um cargo na Assembleia Legislativa.

Depois disso, aparece “incontáveis” vezes, em mais de 600 páginas. Mas a frequência aumentou depois que assumiu a “chave do cofre” da maior secretaria da administração estadual. Em 2023, o orçamento da pasta foi fixado em R$ 2,732 bilhões, o que foi 10,6%, maior que os R$ 2,470 bilhões do ano anterior. 

Para efeito de comparação, o orçamento da Educação é R$ 650 milhões superior ao da Saúde, a segunda maior secretaria da administração estadual. Na comparação com a terceira, a Segurança Pública, tem orçamento R$ 1,1 bilhão mais alto.

Ao contrário de outros detidos na operação Tur Off, Edio Bloch ainda não havia sido interrogado pelos promotores até o fim da manhã  desta sexta-feira e a previsão é de que isso aconteça somente no começo da próxima semana. 

TRIBUTAÇÃO

Morador de Campo Grande é o que mais gasta com iluminação pública no Brasil

Arrecadação bruta da Cosip da Capital se aproximou de R$ 200 milhões em 2024, três vezes maior que a de Porto Alegre

22/12/2025 09h00

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante Súzan Benites/Correio do Estado

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Entre as grandes cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, Campo Grande é o lugar onde moradores mais gastam com a Contribuição Social para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip).

Proporcionalmente, a capital do estado de Mato Grosso do Sul está entre as que mais arrecadam no Brasil e tem uma receita anual com a taxa, cobrada de maneira casada com a conta de luz, maior que a do município de Curitiba (PR), que tem o dobro da sua população.

Levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) indica que, em todo o ano de 2024, a capital de Mato Grosso do Sul teve uma receita bruta de R$ 196,8 milhões com a Cosip. O custo per capita para os moradores da cidade é de R$ 206,24 – o maior do Brasil.

Na capital paranaense, que tem 1,83 milhão de habitantes, praticamente o dobro dos 960 mil habitantes de Campo Grande, foram arrecadados R$ 154,1 milhões em 2024, resultando em uma Cosip per capita de R$ 84,27.

Foi o suposto mau uso desta verba de centenas de milhões de reais que levou o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) a desencadear, na sexta-feira, a Operação Apagar das Luzes, que investiga um esquema de corrupção em contratos de iluminação pública da Prefeitura de Campo Grande.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em um caso que indica a ocorrência de reiteradas fraudes na licitação, além de contratos firmados para a execução de serviço de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande, já tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões. As empresas envolvidas na operação seriam a Construtora B&C Ltda. e a Construtora JLC Ltda.

A JLC, por exemplo, é a empresa contratada pelo Município para promover a decoração natalina de Campo Grande, por R$ 1,7 milhão. Neste ano, apesar do valor, a decoração se restringiu apenas à área central da cidade.

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

ALTA ARRECADAÇÃO

Os números do levantamento da FNP mostram que na Região Centro-Oeste a arrecadação com a Cosip destoa de outras capitais. Os R$ 196 milhões arrecadados pela Prefeitura de Campo Grande em 2024, que correspondem a 3,6% de sua receita corrente líquida, são mais que o dobro do valor arrecadado em Goiânia.

Na capital de Goiás o município recolheu R$ 98,4 milhões na cobrança casada com a conta de luz. Goiânia, contudo, tem 1,4 milhão de habitantes, o que corresponde a uma Cosip per capita de R$ 65,87, quase um terço dos R$ 206,24 de Campo Grande.

No Centro-Oeste, a segunda e terceira maiores contribuições de iluminação pública estão em Cuiabá (R$ 142,45 per capita) e Dourados (R$ 142,04).

No Brasil, nenhuma cidade com mais de 200 mil habitantes tem uma Cosip per capita superior à de Campo Grande.

CONTRATOS

Como mostrou reportagem do Correio do Estado, dados do site da Transparência da Prefeitura de Campo Grande trazem que a iluminação pública da Capital é dividida em sete contratos independentes, para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A Construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que, somados, estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a Construtora JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21.

Avaliado em R$ 4.300.411,70, o Lote 6 ficou sob responsabilidade da MR Construtora. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, essa empresa também estaria sendo investigada por estar envolvida nos contratos.

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CAMPO GRANDE

Cavalos invadem avenida e são recolhidos no Terminal Guaicurus

Manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais

22/12/2025 08h45

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos. Reprodução

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Uma cena inusitada chamou atenção, na madrugada desta segunda-feira (22), em Campo Grande: seis cavalos foram recolhidos para dentro do Terminal Guaicurus após serem flagrados perambulando pela região.

Conforme apurado pela reportagem, a manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais.

Em seguida, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) flagrou a tropa andando pela pista e resolveu recolhê-los para dentro do Terminal Guaicurus, com o objetivo de mantê-los em segurança e resguardar a vida da população.

A manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Os bombeiros acionaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas, o órgão não possui plantão noturno. Também acionaram a Polícia Militar Ambiental (PMA), mas, de acordo com a PMA, só é possível atender animais silvestres.

Logo em seguida, o dono dos animais foi localizado. Ele afirmou aos bombeiros que a porteira ficou aberta e por isso os animais fugira. Com isso, os militares conduziram o animal até o local de origem.

 

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