Sob alerta de temporal, as previsões indicam que, nos próximos sete dias deve chover 48% do esperado para todo o mês de fevereiro em Campo Grande.
As projeções são do meteorologista Natalio Abrahão, que aponta que a Capital registrou 90 mm de chuva desde o início do mês, contudo, a expectativa é de que chova outros 89,9 mm nos próximos sete dias.
Do mesmo modo, a Defesa Civil municipal emitiu um alerta com possibilidades de chuvas intensas na Capital, neste sábado (22), aviso que segue até às 10h . Segundo os indicativos, há chances de chover até 50 mm nas próximas horas, com ventos de até 60 km/h.
Diante da situação, o órgão recomendou que os moradores não devem se abrigar em locais de risco, além de não estacionarem veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda.
Susto
Ontem (20), bastou aproximadamente 1h de chuva para que moradores de algumas regiões de Campo Grande se deparassem com problemas crônicos da cidade, como queda de árvores e pane semafórica.
Iniciada por volta das 13h, a tempestade trouxe grande volume de água, que atingiu áreas da região central, além dos bairros Pioneiros, Universitário, e adjacências, inundando, em instantes, ruas e avenidas da Capital.
Uma estudante de 21 anos precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros após o veículo em que estava "ficar preso" pelas chuvas.
Por volta de 13h20, uma árvore estava ao longo da Avenida Fábio Zahran, próximo ao Assaí Atacadista. No momento em que a equipe de reportagem esteve no local, o trânsito fluía lentamente, uma vez que tronco, galhos e paus tomavam grande parte da via pública.
Por volta das 13h40, a vendedora Marta Silva, de 48, estava preocupada com parte do telhado de sua casa, atingido por pedaços de uma árvore que também foi derrubada pela força das chuvas.
Moradora da região há sete anos, ela foi surpreendida pela queda da árvore em frente de sua casa, o que, segundo a vendedora, aconteceu em menos de cinco minutos.
"Saí cerca de cinco minutos pra levar minha filha na escola, fui caminhando mesmo, e quando cheguei, a arvore já tinha caído, cheia de rachaduras, parte em cima do meu telhado", disse a campo-grandense, que paga cerca de R$ 1,2 mil de aluguel.
Ela disse que a situação vivida nesta tarde, infelizmente, é algo corriqueiro, uma vez que ela já havia dito que A moradora havia antecipado que a árvore cederia. Perguntada, destacou que a Prefeitura de Campo Grande cobrou cerca de R$ 500 para podá-la.
"Não tenho o dinheiro. Eles cobram R$ 500. Faz tempo que eu tô nessa luta, já pedi, expliquei, porque a árvore, já estava inclinada. É uma árvore perigosa, não é como se eu quisesse retirá-la", disse.
Com o celular em mãos, o gaúcho Itacir Bonetto, de 68 anos, presidente de um centro espírita, estava no meio da Rua Alexandre Faráh, enquanto filmava outra árvore que havia sido derrubada pelas chuvas.
Em Campo Grande há mais de 20 anos, ele disse que a queda da árvore era algo já esperado por quem vive na região. Segundo Bonetto, em dias chuvosos, quem passa por ali, diz que os fios de alta tensão levam energia para a árvore e causam choque elétricos em algumas pessoas.
"Muita gente diz que em dias chuvosos assim, já sentiram choques elétricos ao encostarem ou mesmo passarem perto dessas árvores aqui da rua. Os moradores daí não estão no momento, com toda certeza ficarão surpresos quando chegarem em casa", disse.
Prefeitura
Em entrevista ao Correio do Estado, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande, Marcelo Miglioli, disse que as equipes do município já estão nas ruas.
"Primeiramente, nossas equipes juntamente com a Defesa Civil, atua nos ponto mais críticos de queda de árvores ou alagamentos, depois, vamos para pontos. Mas já estamos monitorando", afirmou.
Dr. Flávio Freitas Barbosa em coletiva nesta terça-feira (23) / Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado


