Professor e coordenador do curso de Sistemas de Informação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Olibário José Machado Neto, desenvolveu um aplicativo de celular para auxiliar a reabilitação de pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
AVC, também conhecido como derrame, é uma doença que ocorre quando há rompimento ou entupimento dos vasos sanguíneos que levam sangue ao cérebro. A doença é considerada uma das principais causas de morte no Brasil.
Os sobreviventes enfrentam sequelas, como a hemiparesia, condição neurológica que causa fraqueza muscular em um lado do corpo e prejudica a correção postural, situação em que a pessoa não consegue controlar a sua postura.
Professor Olibário José Machado Neto. Foto: Divulgação UEMS“Eles não percebem que estão numa postura errada e, mesmo quando percebem, têm dificuldade em se ajustar. Durante as sessões de reabilitação, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), o terapeuta precisa intervir manualmente, o que é muito cansativo”, explicou o professor.
Pensando nisso, o professor desenvolveu o app “Postural”, durante o doutorado em Ciências de Computação e Matemática Computacional pela Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP) buscando soluções para facilitar a rotina de quem teve AVC.
Aplicativo Postural é a ferramenta que monitora a postura do paciente que deve hemiparesia decorrente de derrame cerebral.
O app utiliza os sensores de movimento de celulares Android para monitorar a postura do paciente, oferecendo feedback por voz, vibração e estímulos visuais. O celular, que tem o app, é colocado no tórax do paciente.
O terapeuta calibra o aplicativo na melhor postura possível para o paciente. A partir disso, o app avisa, com comandos claros, quando o paciente está fora da postura ideal e o orienta a corrigir.
Além disso, se a tela ficar vermelha, o paciente já sabe que precisa ajustar a postura antes mesmo do alerta sonoro.
Machado Neto ressalta a importância do aplicativo ser desenvolvido em um celular, onde grande parte da população tem acesso.
“Queríamos criar algo que qualquer pessoa pudesse usar, mesmo as mais carentes. A escolha do celular foi estratégica, porque é um recurso já presente na vida de muitas pessoas. Nosso sonho é que essa solução um dia seja integrada ao SUS e, quem sabe, evolua para um dispositivo portátil mais prático”, pontuou.
Ainda em fase de aprimoramento, o aplicativo já foi testado com 40 pacientes e mostrou resultados animadores. Internacionalizado para Português, Inglês e Espanhol, o app ainda não está disponível na Play Store, mas o projeto segue com planos de expansão.





