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Professores indicam ao menos 14 erros em últimas provas da Fapec

Grupo de educadores planeja apresentar aos reitores propostas de melhorias para exames realizados pelas universidades estadual e federal de Mato Grosso do Sul

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Vestibulandos e professores se reuniram para manifestar a necessidade de melhorias na elaboração dos vestibulares das universidades públicas do Estado, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), que apresentam erros frequentes na organização e na aplicação das provas.

Levantamento feito por um grupo organizado de professores de cursos preparatórios para vestibular mostra que, em seis anos de aplicação da prova da UFMS (edições de 2018 até 2023), 22 questões foram anuladas pela Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), por apresentarem erros na elaboração.

Neste ano, as provas do vestibular UFMS 2024 foram aplicadas no dia 3 de dezembro e, segundo o grupo de professores, pelo menos quatro questões que foram revisadas devem ser anuladas. 

Quanto ao vestibular da UEMS, feito no dia 26 de novembro, que também é aplicado pela Fapec, os professores que revisaram a prova acreditam que pelo menos 10 questões deste ano apresentaram erros.

Em entrevista ao Correio do Estado, o representante do grupo, Edilson Soares da Silveira, professor de Biologia, informou que os 15 professores que estão no grupo pretendem apresentar propostas de melhorias na aplicação das provas para os reitores das universidades.

“As sugestões de melhorias são: aumentar o número de pessoas na banca que elabora a prova, que essa prova seja feita com antecedência, que ocorra um sistema de testagem dessa prova, que seja revista pelos integrantes da banca e que seja levada à avaliação, após todos os processos, para um grupo de ortografia revisar possíveis erros. Isso sendo feito, vai minimizando as possibilidades de erro”, declarou Silveira.

Os erros encontrados nas provas de processo seletivo das duas universidades acabam interferindo no desempenho dos estudantes, com notas avaliativas menores por conta das questões que serão desconsideradas (anuladas).

“Atrapalha o estudante totalmente esses erros nas provas, imagina só, você está fazendo uma questão e para nela porque não encontra o gabarito, você sabe a resposta, mas fica na questão. O bom aluno perde tempo, porque ele quer encontrar a resposta e não acredita que aquela questão está errada”, analisou o professor.

ERROS NAS QUESTÕES

Com a orientação do professor Edilson, elencamos os principais erros da área de Ciências encontrados pelos professores e pelos alunos, que revisaram as questões dos vestibulares aplicados neste ano.

Na página 13 da prova da UFMS, a questão de número 32 da disciplina de Ciências da Natureza pedia para o estudante assinalar a alternativa em que todas as enzimas eram encontradas no suco entérico e apresentava quatro alternativas com o substrato sacarose, que seria uma alternativa incorreta, porque a questão pedia para informar quais eram as enzimas, e não os substratos. 

A alternativa C era a única que apresentava apenas enzimas, porém, de acordo com o professor, a enzima pepsina, que estava na alternativa C, é produzida na glândula estomacal, deixando a questão sem respostas corretas.

Outra questão na mesma página, a de número 34, tem duas alternativas (A e B) que “podem ser” corretas, abrindo margem para interpretações e dúvidas. 

De acordo com o professor Edilson, para marcar a alternativa mais correta, o estudante teria de admitir uma situação específica, além do que a questão informa. O termo do texto da alternativa deveria ser modificado para se encaixar melhor dentro do que é pedido na questão.

Na questão 41, que estava na página 15, de Química, também foi constatado por professores da área que não há alternativas corretas dentro do que foi pedido na pergunta.

Além disso, outros erros gramaticais foram encontrados, como a palavra segmentos, escrita de forma incorreta em um enunciado (“seguimentos”), na questão de número 24, de Matemática, encontrada na página 10.

Nas instruções para a realização do vestibular da UEMS, outro erro gramatical chamou atenção. Na descrição de quantas questões havia, no total, na prova, constava que havia “60 (quarenta)“ questões, um erro básico de desatenção na escrita.

Em nota, a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura disse que a banca de elaboradores das questões é composta apenas por profissionais especialistas em suas áreas de atuação.

A instituição, porém, reconheceu os problemas. “Buscaremos, por meio de melhorias internas, entender e atender aos apelos da sociedade. Não é de interesse da fundação que os candidatos se sintam prejudicados”, afirmou a nota.

“Informamos que o período de recurso é rigorosamente cumprido com a intenção de permitir que os candidatos que se sintam prejudicados tenham a oportunidade de discordar e recorrer. Não nos furtamos a acatar e informar a mudança de posição ao candidato. Essa é, inclusive, uma ferramenta que nos ajuda a melhorar o processo interno, inclusive de escolha de nossos elaboradores”, concluiu.

MANIFESTO NA CÂMARA

Dezenas de estudantes e educadores ocuparam o auditório e foram à tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande na manhã de quinta-feira (7). A manifestação foi um repúdio aos constantes erros da Fapec na elaboração das provas dos vestibulares da UFMS e da UEMS.

A manifestação, feita a convite do vereador Professor Juari, ocorreu em meio ao período de provas da UFMS, que atraiu quase 45 mil inscritos neste ano, o que significa aumento de 10,8% na comparação com o ano anterior.

Além do vestibular realizado no dia 3 de dezembro, também há o exame anual Programa de Avaliação Seriada (Passe), realizado ontem pela Fapec.

SAIBA

Segundo o grupo de professores, reuniões com reitores da UEMS e da UFMS sobre a elaboração dos vestibulares estão sendo marcadas, para que se iniciem conversas para alinhar melhorias na aplicação das provas, com coerência e com qualidade.

DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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