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Projeto eleva salário de comissionados em até 380% e corta "vale-coxinha" de efetivos na Capital

Para legalizar a chamada folha secreta e manter alguns altos salários, milhares de servidores concursados vão ter redução salarial, dizem sindicalistas

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Três semanas depois de aprovar um projeto do Executivo que criou um grupo de cerca de 155 “marajás” no serviço público municipal, a Câmara de Vereadores barrou, após sofrer forte pressão, aumento de até 380% no salário de comissionados na prefeitura de Campo Grande. O projeto acaba, ainda, com o limite de pagamento dos chamados jetons, aqueles que deram origem à chamada folha secreta.

Para que esses aumentos sejam possíveis, porém, servidores concursados tendem a perder direitos. Um deles, conforme alteração no artigo 130 da Lei Complementar 190, é o vale-alimentação de R$ 350,00 ou R$ 494 que é pago a parte dos servidores efetivos que recebem algum adicional de fiscalização municipal, como é o caso de parte da Guarda Municipal e servidores da Agetran, Sesau e Semadur. 

Mas o mais grave, segundo o advogado Márcio Almeida, é que esse projeto entregue no “apagar das luzes” à Câmara permite a redução das verbas consideradas variáveis, como é o caso dos plantões pagos à grande maioria dos servidores da Saúde. 

Isso, segundo o advogado, abre possibilidade para “cortar salário desde o motorista da ambulância até o mais graduado médico que atende nos postos de saúde”. Pagamentos relativos à insalubridade, periculosidade, adicional noturno, produtividade SUS, entre outras verbas variáveis poderão sofrer corte do tamanho que o chefe do Executivo entender, explica Márcio Almeida. 

Além disso, abre a possibilidade para reduzir os rendimentos de auditores fiscais, exceto daqueles da Sefin, que no começo de dezembro foram beneficiados com um projeto que garantirá vencimentos da ordem de R$ 70 mil mensais a partir de fevereiro próximo, classificado como “bônus”. 

Na justificativa do projeto enviado à Câmara, o Executivo alega que está propondo as mudanças por exigência do Tribunal de Contas do Estado, que detectou uma série de irregularidades no pagamento de altos salários sem embasamento legal, naquilo que ficou conhecido como folha secreta e que provocou um “rombo” de R$ 386 milhões na folha da prefeitura somente em 2022.

Outra controvérsia é relativa ao artigo 115 da Lei 190. Atualmente, os "encargos por gratificações especiais" podem ser pagos somente se um engenheiro, por exemplo, fizer atividades fora do seu horário normal de trabalho. Com a possível mudança, poderá receber indenização somente fazendo seu trabalho diário.

O TCE descobriu que alguns engenheiros estavam recebendo mais de R$ 40 mil mensais irregularmente. "Em vez de reduzir estes altos salários, querem legalizá-los", segundo Márcio Almeida. 

Contudo, de acordo com o advogado Márcio Almeida, que já está preparando uma denúncia para ser entregue ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público de Contas, em vez de reduzir os gastos excessivos com comissionados e temporários, a prefeitura está “tentando legalizar a gastança  exagerada. Esse projeto faz exatamente o contrário daquilo que recomendou o TCE, que mandou reduzir gastos com a folha de pagamento". 

Conforme o artigo 116 da Lei Complementar 190, de dezembro de 2011, mensalmente podem ser pagos somente dez jetons para qualquer servidor municipal (o valor é em torno de mil reais por reunião). 

Agora, caso as alterações sejam aprovadas, esse número não terá mais limite máximo. O “Prefeito Municipal deverá estabelecer, quando houver pagamento de vantagem, o número de sessões mensais e a quantas serão remuneradas, por regulamento específico do Poder Executivo”, diz o texto enviado à Câmara.

Outra parte que provocou reação dos sindicalistas que representam os servidores efetivos, os quais lotaram a Câmara nesta quarta-feira (20) e impediram a convocação de uma sessão extraordinária para aprovar a medida sem que houvesse debate, é aquela que abre a possibilidade de aumento de até 380% na remuneração de comissionados. 

Nota de repúdio que está sendo divulgada pelas redes sociais usa o exemplo de um comissionado DCA-9, que é o menor cargo na estrutura funcional da prefeitura. Hoje, segundo essa nota, só com a gratificação o salário desse comissionado é de R$ R$ 1.526,04. Com a nova redação, o valor chega a R$ R$ 5.812,47, sem levar em consideração outras vantagens. 

E tem mais, segundo sindicalistas que estiveram na Câmara e conseguiram barrar a votação a toque de caixa. Se as mudanças forem aprovadas, as gratificações podem passar de 100% sobre o salário inicial e chegar a 200%. Isso, segundo Márcio Almeida, está sendo feito somente para beneficiar apadrinhados de políticos. 

Nos bastidores, o Executivo alega que precisa melhorar o salário de comissionados porque a base atual é muito baixa e técnico nenhum aceita cargos de secretário ou adjunto, por exemplo, pelo salário atual, que não pode superar os R$ 21,4 mil do teto da prefeita. Depois dos descontos, ele recebe em torno de R$ 14 mil mensais, o que seria insuficiente para atrair qualquer técnico nas áreas de saúde, engenharia, arquitetura e outras. 

Embora o presidente da Câmara tenha garantido que não votará o tema sem debate prévio, o temor dos sindicalistas é de que a prefeita convoque uma sessão extraordinária e aprove as mudanças que, segundo eles, tendem a reduzir o rendimento de milhares de servidores efetivos.

Esse receio aumentou na manhã desta quinta-feira (21), quando o secretário da Casa Civil, João Rocha, convidou vários presidentes de sindicatos para uma reunião no Paço Municipal.  Até a publicação desta reportagem esse encontro não havia acabado. 

 

rio apa

Caminhonete cai de balsa durante travessia a rio e motorista morre afogado

Homem embarcou veículo para atravessar de Caracol ao Paraguai e conseguiu sair do veículo após a queda, mas foi arrastado pela correnteza

21/12/2025 17h00

Caminhonete caiu de balsa durante travessia

Caminhonete caiu de balsa durante travessia Foto: Divulgação / Bombeiros

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Um homem de 42 anos, de nacionalidade paraguaia, morreu afogado durante a travessia de uma caminhonete por meio de balsa, no Rio Apa, em Caracol. O veículo caiu no rio e a vítima foi arrastada pelas águas. O acidente aconteceu na última sexta-feira (19) e o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo (21). 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na última sexta-feira homem estava dentro do veículo e o embarcou na balsa, para fazer a travessia que liga uma base do Exército Brasileiro a um destacamento do outro lado da margem, pertencente à Armada Paraguaia.

O veículo foi embarcado sem estar devidamente travado e, durante a travessia, caiu no rio. 

Já na água, a vítima conseguiu sair da caminhonete, mas não conseguiu retornar até a balsa, pois foi arrastado pela correnteza e desapareceu no rio.

O Corpo de Bombeiros iniciou as buscas no sábado (20). Equipe de mergulhadores de Campo Grande se até o local para ajudar no resgate.

A caminhonete foi localizada, retirada do rio e devolvida aos familiares ainda no sábado. Já o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo, a cerca de 1,5 km do ponto onde ocorreu o desaparecimento.

A balsa de travessia manual é utilizada para cruzar o rio Apa.

O Corpo de Bombeiros reforça a importância do cumprimento rigoroso dos procedimentos de segurança em travessias fluviais, a fim de prevenir acidentes dessa natureza.

As circunstâncias do incidente serão investigadas.

 

Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

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Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

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