Cidades

CAMPO GRANDE 120 ANOS

Projetos ambiciosos previstos para o trânsito da Capital

Controlador de tempo real em um dos trechos mais movimentados da cidade está entre projetos

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Sistema de semáforos inteligentes, vias com onda verde e garantia de fluxo contínuo de veículos, corredores de ônibus, fiscalização por drones. Estas são algumas das ações previstas para o desenvolvimento, nos próximos anos, do trânsito de Campo Grande. Um dos principais investimentos que deve impactar na área é a instalação de semáforos com controlador de tempo real, tudo operado por uma central inteligente que funciona sozinha.

“O controlador fixo, que utilizamos hoje, permite a programação de vários tipos de fluxo e intervalos. E só pode ser mudado se um técnico for ao local fazer a alteração, e daí por diante, um por um dos semáforos. Mas, no caso do controlador real, o equipamento já vem com câmeras, tudo interligado em uma central. Ele opera sozinho, consegue fazer a leitura de um congestionamento e mudar todos os semáforos automaticamente, dando mais tempo para um ou outro e reordenado o fluxo. Faz sozinho, pois tem inteligência para isso, é mais sofisticado e, pela primeira vez na história, será instalado em Campo Grande”, explicou o diretor-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Janine de Lima Bruno.

A instalação de semáforos em rotatórias foi alvo de críticas na Capital há quase dois anos. Mas o sistema se mostrou eficiente, solucionando os constantes congestionamentos formados em dois pontos principais – no encontro das avenidas Mato Grosso e Nelly Martins (Via Parque) e também das avenidas Costa e Silva e Interlagos.

PROJETO-PILOTO

Mas agora, já com o projeto consolidado, a previsão é de expansão. E as rotatórias da Rua Joaquim Murtinho com as avenidas Ceará e Zahran serão as próximas a serem semaforizadas, porém, com o novo equipamento. O semáforo com controlador real, posteriormente, será instalado ao longo da Avenida Zahran e também na continuação da Rua Joaquim Murtinho, até a Rua Marquês de Lavradio.

Antes das mudanças nos semáforos, a obra nas duas rotatórias já deve contribuir para a solução do problema. “Vamos remover a rotatória da Ceará com a Joaquim Murtinho e fazer alças de acesso em todas as direções. O condutor poderá fazer conversões em qualquer sentido. Na rotatória da Zahran com a Joaquim Murtinho, vamos tirar um pedaço, porque o carro faz uma curva muito aberta e perde tempo. Diminuindo ela, ganha-se fluidez. E ambas serão semaforizadas, com controlador de tempo real, pois não adianta aliviar em uma via e jogar a carga pesada para outra, que vai congestionar e represar o trânsito”, explicou.

A preocupação é que o fluxo seja mais constante na Avenida Zahran. “Ela não tem e nunca vai ter uma via paralela para auxiliar. E ali tem caminhão e ônibus. Muito provavelmente teremos de tirar os caminhões nos próximos anos”.
O custo do projeto por via é de aproximadamente R$ 3 milhões a R$ 5 milhões, com possibilidade de o sistema também ser implantando na Rua Rui Barbosa e na Avenida Afonso Pena. 

Outras rotatórias importantes também devem passar por reestruturação. Além das duas anunciadas este mês, a próxima a ser incluída nos planos é a da Avenida Três Barras com a Rua Marquês de Lavradio, e ainda a localizada no encontro das avenidas Tamandaré e Euler de Azevedo. “A Avenida Três Barras é muito importante, mas tem fluxo e é estreita. Precisamos fazer ela andar melhor. Vamos alargar o espaço para aproximação dos veículos e semaforizar. A da Euller com a Tamandaré é bem complicada, deslocada, esquisita. O projeto ali ainda não começou. Mas vamos ter de pensar como fazer. Com certeza, vai ter obra física, semaforização”, explicou Bruno.

FISCALIZAÇÃO

Enquanto a Agetran trabalha para melhorar as vias, a sinalização e outros equipamentos que garantem o fluxo no trânsito, o Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) planeja atuar na fiscalização com mais tecnologia. Desde fevereiro, um drone passou a ser usado nas ações realizadas em frente às escolas e também nas blitze da Lei Seca. Em aproximadamente seis meses, o equipamento já conseguiu punir 1,5 mil motoristas infratores. 

“Em todas as escolas que fazemos a fiscalização colocamos uma placa, nosso veículo fica em lugar visível e, mesmo assim, flagramos inúmeras irregularidades. Condutor parado em fila dupla ou em lugar proibido, como na faixa de pedestre, falta do cinto de segurança e principalmente falando ao celular enquanto dirige”, explica o tenente Everton Myller, responsável pela ação nas escolas. 

As irregularidades são as mesmas, mas a forma de flagrar os casos mudou. “Quando a gente fazia a fiscalização pessoal, multava o primeiro e os demais já não cometiam as mesmas infrações. Mas agora, com o drone, acabamos flagrando muito mais”, confirma Myller.

Além do drone, já presente no dia a dia da Capital, a fiscalização por radares também é ponto de preocupação. O comandante do Batalhão de Trânsito, tenente-coronel Franco Alan Amorim, pontua sobre a importância de os equipamentos funcionarem. “Em 2011, foram registradas 132 mortes no trânsito; em 2017, caiu para 70. Mas quando tiraram o radar foi para 87, em 2018. E agora estamos com tendência de queda, com 38”.

O investimento na informatização deverá ser o caminho para otimizar serviços. “O papel vai acabar dentro da fiscalização, é tudo em tablet, interligado. No futuro, não vai mais ter rádio. Estamos usando de forma experimental um sistema de controle operacional de gestão, desde o dia 1° de junho. É desenvolvido desde 2015, com boletim todo informatizado. Isso é economia de recursos humanos, logística. Com isso, vamos gastar menos combustível e os relatórios vão nos apontar as áreas críticas e as ações necessárias”.

Para a próxima década, o maior desafio é confirmar se as ações desenvolvidas terão resultados práticos no trânsito. “Muitas coisas vão influenciar, como a legislação existe, teremos de saber se o motorista será melhor. Eu acredito que sim”, afirmou Amorim.

PROJETO E EXECUÇÃO

Entre as principais readequações no trânsito está a semaforização. Com aproximadamente 480 semáforos, 61 foram instalados a partir de 2017, a maioria deles com recursos do Pró-Transporte, programa do Ministério das Cidades. De 2017 até agora, já foram utilizados aproximadamente R$ 12 milhões e a previsão é de que sejam empenhados mais 
R$ 30 milhões até o fim de 2020.

DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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