Cidades

Operação Colheita Fantasma

Quadrilha esquentava notas fiscais com grãos de outros estados, diz polícia

Em um dos endereços, Dracco apreendeu duas pistolas, revólver e 41 munições

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Desmantelada nesta quarta-feira (30) a quadrilha que emitia notas fiscais falsas e simulava o comércio interestadual de grãos para gerar créditos tributários fraudulentos, também usava as notas para fazer com que grãos de outros estados chegassem até Mato Grosso do Sul. O esquema movimentou mais de R$ 1 bilhão em operações fictícias desde 2020, e gerou um calote de R$ 100 milhões aos cofres do Governo do Estado.

Além de emitir notas fraudulentas para gerar créditos tributários em futuras negociações, as empresas acobertaram a entrada de grãos de outros estados em MS, operação conduzida pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).

"Ao que tudo indica eles estavam acobertando a entrada desse grão no estado. Até os caminhões de trasnporte saíam das rotas, não é uma investigação simples. São dois anos, pelo menos, debruçados em cima desse caso", destacou a titular do Dracco, Ana Medina. 

Sem a origem e o rastreio dos grãos, Medina disse que a investigação anhou força a partir da observação do vínculo de abertura e fechamento de empresas ligadas ao mesmo grupo, sobretudo a partir do vínculo de laranjas. Apontado como líder do grupo, Gilson Alves Lino Júnior foi preso nas Moreninhas. 

Como funcionava o esquema?

Silvia Leal, coordenadora de administração tributária da Secretaria de Fazenda (Sefaz), explica que a operação funcionava em um esquema popularmente conhecido como “noteiro”, onde as empresas emitiam notas fiscais de mercadorias que não têm trânsito ou registro fiscal, apenas para que o documento servisse como crédito fictício.

Segundo a coordenadora do Sefaz, ao menos desde 2019, foram abertas 13 empresas ligadas ao esquema .

“À medida que a gente ia cancelando (o registro das empresas), eles abriam outras e utilizavam essas notas para acobertar a entrada de grãos em empresas aqui do estado, um grão que não tinha origem comprovada”, complementou. 

Segundo ela, todo o trabalho realizado contou com o auxílio de inteligência artificial no cruzamento de dados. “Com ajuda da inteligência artificial, atualmente, nós conseguimos fazer esse casamento de operações. Esse monitoramento é para constatar esse tipo de operação que, infelizmente, é muito comum no nosso Estado.”

Titular do Dracco, Ana Medina comentou que o foco da operação, neste momento, é não só a identificação dos valores exatos do prejuízo ao erário, mas, sim, saber do dinamismo dessa organização criminosa e, principalmente, o ressarcimento aos cofres públicos.  

Ela destacou que o valor estimado do dano erário do esquema é de R$100 milhões, valores já confiscados pela Polícia Civil por meio de apreensão de carros, bloqueio de bens e contas bancárias.

Cabe destacar que durante as fraudes, esse montante deixou de ser arrecadado pelo tesouro do estado, que em forma de impostos, poderiam ser revertidos para a educação e saúde, como destacou Silvia Leal.

“Todo imposto que entra no Tesouro do Estado tem uma parte que tem que ser destinada para educação, saúde, tem uma parte que é destinada para municípios. Nos municípios existem as destinações específicas, então esse esquema prejudica toda a sociedade, porque deixa de entrar dinheiro no caixa do Estado e, consequentemente, esses valores que seriam destinados para segurança, para a educação, para a saúde, não existem, porque eles não vão ser contabilizados”, explicou. 

A operação

Mandados de busca foram cumpridos em Campo Grande e Ivinhema, com apreensão de documentos, equipamentos eletrônicos e veículos. Contas bancárias foram bloqueadas em R$ 20 milhões. A operação contou com a participação da Sefaz e da Receita Federal, integrando a 2ª edição da operação Renorcrim.

As investigações revelaram que diversas empresas, controladas de forma oculta por um mesmo grupo, movimentaram mais de R$ 1 bilhão em operações fictícias de 2020, gerando um suposto crédito tributário indevido de pouco mais R$ 100 milhões, além de possíveis danos tributários em âmbito federal.

Além de Campo Grande, foi cumprido o mandado de busca em Ivinhema. Por lá, o alvo foi uma chácara de alto padrão, a 600 metros da área urbana, e que é endereço de Thais Lopes Pierote, dona de loja de roupas. No local, foi apreendida uma caminhonete. 

A operação recolheu documentos fiscais, equipamentos eletrônicos, registros financeiros e contratos sociais. A polícia foi a escritórios, residências e locais relacionados à administração de empresas utilizadas para simular operações fiscais. Foi determinado bloqueio de contas bancárias na ordem de R$ 20 milhões. Num dos endereços, foi apreendido dólares do Zimbábue.

Nome da ofensiva, Colheita Fantasma reflete a principal fraude constatada: a existência de uma produção agrícola fictícia, restrita apenas a documentos, sem lastro em mercadoria real. A ação é conjunta com a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) e Receita Federal.

O caso 

Dois envolvidos na operação Colheita Fantasma foram presos. Apreendido em flagrante por posse de arma de fogo, Lício Dávalos é sócio administrativo da cerealista Três Barras Com. de Cereais LTDA, empresa aberta em 2008, segundo informado à Receita Federal. Junto dele, foram encontrados dois revólveres e uma pistola, além de 41 munições, ação realizada no bairro Monte Castelo. O outro preso é apontado pela investigação como o coordenador do esquema milionário de fraude tributária, Gilson Lino. Ao todo, a operação apreendeu sete pessoas.

Colheita Fantasma

A operação foi deflagrada hoje (30) por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).

De acordo com as investigações, o grupo criminoso utilizava empresas “laranjas”, isto é, empresas de fachada, para a emissão de notas fiscais eletrônicas falsas, simulando transações de grãos que não existiam. Essa ação fazia com que créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) fraudulentos, fossem revendidos ou usados para quitar dívidas. 

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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