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SEGURANÇA

Quadrilha tinha refinaria de cocaína na Capital e pode estar ligada a execuções

Grupo foi desmantelado a partir de uma investigação iniciada no fim do ano passado, em parceria com a DHPP

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Com seis pessoas presas, a Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) desarticulou ontem parte de uma quadrilha que refinava cocaína em Campo Grande. O grupo, segundo a polícia, pode estar ligado à série de execuções recentes que ocorreu na Capital.

Iniciada em dezembro do ano passado, as investigações partiram da prisão de um homem no fim de 2024. Na sexta-feira, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) entrou com pedido na Justiça para as buscas, que aconteceram em parceria com a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A ação desta segunda-feira culminou na apreensão de cocaína, maconha e pasta base, além de 14 armas, entre pistolas, revólveres, escopeta e fuzil, um Porsche, uma moto BMW, uma Hilux, um Nivus e R$ 20 mil em espécie. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, sendo 13 em Campo Grande e 2 em Corumbá.

De acordo com a polícia, o homem detido em 2024 se tornou peça-chave da investigação, já que, a partir de sua prisão, o Garras pôde identificar, por meio de análise financeira e telemática, outros indivíduos ligados ao tráfico de drogas, aos homicídios e à lavagem de dinheiro, "uma rede criminosa que era violenta com os rivais".

Segundo a polícia, o grupo, que atuava na região central, no Portal Caiobá e em diversas áreas de Campo Grande, tinha como principal função escoar a droga trazida de Corumbá e refinar o produto na Capital. 

Após isso, o dinheiro adquirido com a comercialização da droga era "lavado" por meio da compra desses bens. 

"O start para essa operação foi um apoio que o Garras deu à Delegacia de Homicídios, a DHPP. Por si só, essa origem já demonstra a íntima relação entre homicídios e grupos criminosos voltados ao tráfico de entorpecentes no estado de Mato Grosso do Sul", declarou o delegado Pedro Henrique Pillar, responsável pelas investigações.

Conforme o delegado, todos os presos não trabalhavam de forma lícita e faziam movimentações financeiras que giravam entre R$ 500 mil e R$ 3 milhões em suas contas bancárias.

"Alegar receber salário mínimo e fazer movimentações milionárias? Absolutamente incompatível. Isso se evidencia ainda mais com o resultado que tivemos hoje, a prática do tráfico de entorpecentes, da lavagem de dinheiro e também da posse dessas armas de fogo", disse Pedro Pillar. 

Segundo a polícia, as movimentações eram realizadas de forma mensal ou a cada dois meses, e o grupo contava com distribuição de tarefas, fornecedores e aportes financeiros.

"A prática da compra e venda de veículos, além de ser uma forma de esses indivíduos ostentarem o valor do crime, é justamente uma das formas de dissimulação dos valores, caracterizando nitidamente a prática da lavagem [de dinheiro]", afirmou Pillar.

Outro ponto que conecta o grupo aos homicídios é o fato, segundo a polícia, de algumas armas estarem escondidas em tubos de PVC, "para ocultação, possível revenda ou utilização para atividades criminosas, como o homicídio", disse a polícia. 

"Com as apreensões, mais uma vez se confirma, se ressalta a questão do envolvimento do tráfico, dessa verdadeira simbiose entre tráfico de drogas e homicídios praticados, principalmente os homicídios com nítida característica de execução, tendo em vista eventuais dissidências entre traficantes, disputas territoriais em Campo Grande ou até mesmo no translado das drogas de Campo Grande para outros estados", concluiu Pillar. 

HOMICÍDIOS 

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 41 homicídios dolosos foram cometidos em janeiro deste ano, além de outros 7 só nos primeiros dois dias destes mês 4 deles na Capital. 

Entre as execuções que ocorreram na Capital está a de Filipe de Augusto de Brito Correa, de 31 anos, que foi morto a tiros, no sábado, dentro de uma oficina de motos, na Vila São Jorge da Lagoa, região do Jardim Tijuca. Segundo a polícia, os suspeitos estavam de motocicleta.

Na mesma data, Gabriel da Silva Matos, de 22 anos, foi executado em uma tabacaria localizada na Avenida dos Cafezais, no Jardim das Macaúbas, crime filmado por câmera de segurança. 

A execução que mais chamou atenção, porém, foi a de Elpídio da Silva Santos, de 35 anos, apontado como um dos chefes do tráfico de drogas na Vila Nhanhá e que foi morto à luz do dia no domingo, em Campo Grande.

O crime ocorreu por volta das 14h30min, na Rua Floriano Paula Corrêa, esquina com a Travessa das Oficinas, onde um homem encapuzado teria descido de um Gol G3 prata e efetuado ao menos 14 disparos, que atingiram o rosto e o tórax de Elpídio.

Sentado próximo a um comércio da região, Elpídio tomava cerveja no momento do fato e, conforme os moradores, tentou correr para dentro de sua casa. Entretanto, não conseguiu sobreviver aos disparos, feitos com uma arma de calibre 9 mm, e morreu no local.

De acordo com o tenente da Polícia Militar Carlos Roa, o crime pode ser uma espécie de "acerto de contas" entre os traficantes, visto que, no fim de janeiro, outro homem foi morto da mesma forma e no mesmo local. Conforme o oficial, a vítima teria ligação com Elpídio.

SAIBA

A Polícia Civil ainda não quantificou o total de entorpecentes apreendido, inclusive a cocaína pura, conhecida como "escama de peixe". Também foi cumprido um mandado de prisão em Corumbá. Um homem segue foragido.

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Veja

Com recesso de fim de ano, Detran-MS adota escala diferente de atendimento

Funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro

21/12/2025 09h00

Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) manterá o atendimento presencial nas agências de todo o Estado somente entre as segundas e terças que antecedem o Natal e o Ano-Novo.

Conforme a escala especial de fim de ano, o funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro, no horário regular das unidades: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30, com exceção das agências instaladas em shoppings, que seguem horários diferenciados.

De acordo com o Decreto “E” nº 2, de 16 de janeiro de 2025, não haverá expediente nas repartições públicas estaduais nos dias 24 (quarta-feira), 25 (quinta-feira) e 26 de dezembro (sexta-feira), em razão do feriado de Natal e de pontos facultativos. Também não haverá atendimento presencial no dia 31 de dezembro (quarta-feira).

Já o Decreto “E” nº 46, de 24 de novembro de 2025, que estabelece os feriados e pontos facultativos de 2026, define o dia 1º de janeiro (quinta-feira) como feriado nacional e o dia 2 de janeiro de 2026 (sexta-feira) como ponto facultativo.

Durante os dias sem expediente presencial, o Detran-MS seguirá oferecendo serviços digitais à população. Será possível realizar consultas e emitir guias por meio do Portal de Serviços Meu Detran, do aplicativo Meu Detran MS e da atendente virtual Glória, disponível via WhatsApp pelo número (67) 3368-5000.

O órgão alerta ainda para o funcionamento do sistema bancário no período. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no Natal de 2025 os bancos não abrem no dia 25 de dezembro e, no dia 24, funcionam em horário reduzido, até as 11h. No fim de ano, as instituições financeiras não terão expediente no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro, retomando o atendimento normal nos dias úteis entre os feriados.

A orientação do Detran-MS é que os usuários se programem com antecedência para pagamentos e cumprimento de prazos, evitando transtornos durante o período de recesso.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

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