Cidades

Cadê a chuva?

Qualidade do ar fica ruim em Campo Grande e aumenta possibilidade de chuva ácida

Por volta das 6h30, a qualidade do ar em Campo Grande registrou 92 ruim

Continue lendo...

A concentração das fumaças que vem dos incêndios do Pantanal sul-mato-grossense deixou a qualidade do ar de Campo Grande ruim, na manhã de hoje (20). Desde da última sexta-feira (17), os índices de qualidade do ar caíram consideravelmente, o que pode contribuir com o fenômeno conhecido no Brasil, como a chuva ácida.  

Para explicar melhor esse fenômeno, a reportagem do Correio do Estado conversou com o professor de Física e doutor em Geofísica Espacial, Widinei Alves Fernandes, que relatou que a possibilidade de chuva ácida é enorme, por conta do alto grau de poluição em Campo Grande.

“Antes de iniciar essa explicação, tenho que relatar que toda chuva é ácida, mas quando ocorre esse período grande de queimadas que está acontecendo, principalmente no Pantanal, a água da chuva tende a ficar ainda mais escura. É esse fenômeno que chamamos de chuva ácida”, comentou. 

Conforme dados divulgados pela Estação de Qualidade do Ar da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o índice calculado nessas últimas 24 horas chegou a 92% ruim, às 6h30. 

Segundo relatos de leitores do Correio do Estado, houve registro de chuvas em alguns bairros de Campo Grande, na tarde de ontem (19).

De acordo com o professor de física, o ar tende a melhorar, mas pouco.

“Com a chuva de ontem, a qualidade do ar tende a melhorar pouco, mas é necessário que chova com mais intensidade para que a água possa limpar a atmosfera”, explicou.   

Na última vez que Campo Grande registrou a qualidade do ar ruim, foi em 2022, por conta de incêndios na região do pantanal sul-mato-grossense. Neste ano de 2023, essa é a primeira vez que os dados da Estação de Qualidade do Ar registram um nível ruim.  

Incêndio destrói o bioma do pantanal  

Em 2023, o bioma do Pantanal de Mato Grosso do Sul, queimou uma área que ainda corresponde a 36,4% do que queimou em 2020, ou seja, 63,6% a menos. Até novembro deste ano, foram 592,2 mil hectares incendiados, enquanto em 2020 foram 1,6 milhão de hectares.

Apesar da área queimada neste ano ainda ser quase um terço menor do que a de 2020, em comparação com 2022 (214,925 ha) os incêndios dobraram em 2023.


 
Focos de incêndio no Pantanal  

Conforme dados do Boletim Risco de Incêndio da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o clima ameno está ajudando no combate aos incêndios, mas os riscos continuam. Segundo dados divulgados de hoje, as regiões onde o tempo está seco e tem risco climático de incêndios são: Campo Grande, Rio Brilhante e São Gabriel, com índice de 13%.  As cidades de Corumbá e Coxim., vem logo atrás com índice de risco de novos incêndios de 12%.  
 

Cidades

Homem morre após ser atacado por enxame de abelhas em fazenda de MS

Vítima era alérgica a picada de insetos e prestava serviço na propriedade no momento do incidente

22/12/2024 14h00

Estrada Pirizal, local onde ocorreu o incidente

Estrada Pirizal, local onde ocorreu o incidente Reprodução, Prefeitura de Camapuã

Continue Lendo...

Ednei Cláudio de Oliveira, de 48 anos, morreu após ser atacado por um enxame de abelhas, na noite desse sábado (21). O incidente aconteceu em uma fazenda localizada na Estrada Pirizal, zona rural de Camapuã, município a 143 quilômetros de Campo Grande.

Conforme o registro policial, a vítima estava prestando serviço na propriedade acompanhada de um colega de trabalho. Ambos os trabalhadores operavam um trator na propriedade, momento em que foram surpreendidos e cercados pelo enxame de abelhas.

As vítimas foram ferroadas em várias partes do corpo. Após o incidente, os trabalhadores foram socorridos e encaminhados para o hospital de Camapuã.

O colega de trabalho sobreviveu, contudo, Ednei possuía quadro de alergia a picadas de insetos, condição que agravou seu estado de saúde. A vítima não resistiu ao ataque das abelhas e faleceu.

O corpo de Ednei foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). O caso está registrado como morte a esclarecer e segue em investigação pela Polícia Civil.

ANÁLISE

Falta de recursos é desafio para combater racismo na gestão pública

Relatório feito pela Fundação Tide Setubal mapeou 913 ações municipais realizadas entre 2021 e 2023 e 157 ações estaduais implementadas em 2023

22/12/2024 12h55

Levantamento também sugere que a gestão pública atue de forma ampla a partir de seus órgãos

Levantamento também sugere que a gestão pública atue de forma ampla a partir de seus órgãos Reprodução/ABR/T.R

Continue Lendo...

Relatório feito pela Fundação Tide Setubal mapeou 913 ações municipais realizadas entre 2021 e 2023 e 157 ações estaduais implementadas em 2023, destacando discrepâncias regionais e lacunas significativas com relação às ações de combate ao racismo e promoção da igualdade pela gestão pública brasileira.

O estudo identifica avanços como a ampliação de iniciativas no campo da educação e da cultura, mas também evidencia desafios estruturais, incluindo a ausência de transversalidade nas políticas públicas e a insuficiência de recursos financeiros.

Segundo o relatório "Mapeamento de Ações de Combate ao Racismo e Promoção da Igualdade pela Gestão Pública Brasileira" as 913 ações municipais foram identificadas em 130 cidades, com uma média de 6,76 ações por município.

O destaque em números absolutos ficou com o Nordeste e o Sudeste registrou a maior média por município (10,75). Também foi identificado que apenas 3,3% das iniciativas contaram com orçamento próprio identificado, o que compromete sua sustentabilidade.

Os dados revelam também que, em 2023, os estados implementaram 157 ações, com destaque para educação (52%), cultura (27%) e segurança pública (17%), com nove ações apresentando orçamento explícito, utilizando recursos próprios, emendas parlamentares ou parcerias.

A pesquisa constatou ainda que a implementação e a continuidade das ações mapeadas enfrentam desafios, incluindo dificuldades em assegurar a execução efetiva e a falta de garantias de investimentos a longo prazo.

“Nota-se que a falta de acesso a informações técnicas relevantes nos meios de comunicação oficiais das gestões e a dificuldade em obter detalhes sobre os valores investidos nas ações também são pontos de preocupação”, diz o documento.

Mapeamento

De acordo com o professor da Universidade Estadual de Maringá, secretário executivo da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e pesquisador visitante da FGV Direito SP, Delton Felipe, o potencial do mapeamento é significativo, especialmente no que diz respeito à gestão pública nos estados e municípios, pois permite avaliar como estão trabalhando na promoção do combate ao racismo e na busca pela igualdade.

“Além disso, o mapeamento fornece material para a formação dos gestores, ajudando-os a perceber que existem iniciativas exitosas tanto no âmbito municipal quanto no estadual. Essas iniciativas podem, ainda, ser aplicadas em outras áreas, como educação, saúde, segurança pública e outras diversas áreas”, disse.

Em suas considerações finais, o relatório diz que o levantamento permite observar que há um avanço na realização de ações de combate ao racismo e promoção da igualdade racial na gestão pública brasileira.

“No entanto, ainda nos são postos alguns desafios, sobretudo ao lançarmos olhares para indicadores sociais de classe, gênero, sexualidade, deficiência e território associados aos indicadores raciais”.

O levantamento também sugere que a gestão pública atue de forma ampla a partir de seus órgãos, não ficando limitada às Secretarias de educação, assistência social, desenvolvimento social, cultura e, até mesmo, às Secretarias de igualdade racial. 

“É preciso expandir e promover ações de combate ao racismo e promoção da igualdade racial nas pastas de agropecuária e desenvolvimento rural, saneamento básico, meio ambiente e recursos naturais, desenvolvimento econômico, desenvolvimento urbano, trabalho e emprego, justiça e habitação, por exemplo”.

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).